O homem é o único “bicho” que consegue ter a frieza necessária de abandonar sua cria, sem ao menos iniciá-la na vida religiosa, educacional e profissional. Os gaviões são atenciosos com os filhotes e só quando os pequenos têm plumagem pronta, bico rígido e  garras feitas, eles os empurra do ninho para o voo inaugural. Papai e mamãe gaviões sabem que o filho agora terá condições de voar alto e rasante, pegar suas primeiras presas e comê-las com o próprio bico.

O leão-marinho, que vive em regiões de baixas temperaturas, se  alimenta de peixes e moluscos. A gestação de uma leoa-marinha dura 12 meses. Os filhotes chegam a medir 40 centímetros e, pelo fato de nascerem em terra, só aprendem a nadar depois de 2 meses de  vida. Nesse período, só pode contar com seus pais.

Mas o ser humano… consegue ser diferente em tudo.  Para confirmar essa frase, duas pequenas histórias reais. Um menino de três anos que não vê o pai há dois, virou pra mãe um dia desses e disse: “não gosto mais do meu pai, ele não gosta de mim.”  Ele só expressou a saudade que tem do pai e da sensação de abandono que sente. Ninguém substitui o seu pai. Tios, amigos, avôs. Afinal o pai é a referência. Ou pelo menos era pra ser.  No caso desse menino, existe a chance desse sentimento de desprezo, ser apagado.  Basta o pai se voltar para a família, enxergar que ela tem muito mais importância, que o mundo lá fora e voltar pra perto do garoto.   Mas precisa ser rápido, antes que “as penas” cresçam, “o bico” se forme e “as garras” fiquem afiadas e ele não saiba o jeito certo de usá-los e fique perdido.

Uma adolescente de 13 anos ficou órfã de mãe com dez. Viu seu pai arrumar uma substituta, quase que imediatamente. Teve que deixar a casa e ir morar com os avós, até que a nova união do pai começasse a engrenar.  Um ano depois ela volta e sabe que não terá o carinho de mãe. Procura ser mais dócil e silenciosa possível, para não atrapalhar os planos do pai. Se rende de todas as formas. Troca o sorriso largo pelo rosto sério, as brincadeiras da idade, pelo serviço doméstico e não desiste das lembranças da mãe.  Acho que o certo seria o pai fazer tudo para diminuir a dor da filha, mas neste mundo cada vez mais egoísta, o que dizer não é mesmo?  Mas a adolescente me contou que será nas boas lembranças da mãe, que vai conseguir escrever uma bela história de sua vida.  Isso se chama “têmpera” meus amigos, e a dela parece já está sendo criada a ferro e fogo!

É claro que ninguém nasce pra ser rejeitado. Os filhotes, sejam eles de que bicho for, precisam ser lambidos, afagados, mordiscados, acariciados e até mesmo beijados.  Eu imagino que só rejeita a cria, quem um dia foi rejeitado. Então convido você, rejeitado e que rejeita hoje, a pensar nas dores da rejeição e depois de relembrá-las, mudar a direção. Lembre-se que Jesus Cristo foi rejeitado por todos nós e só suportou o calvário e a cruz, porque no caminho tinha uma mãe que o olhava fixamente e dava a força necessária para que se cumprisse os planos de Deus.  Não desista de amar!

Deus abençoe!

Wallace Andrade
Comunidade Canção Nova
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