Seguir por caminhos desconhecidos sempre gera insegurança e incertezas. Afinal não se sabe onde pisa e o que é possível encontrar nesse chão de novidades. Se depositamos nesse trecho da estrada, apenas nossos conhecimentos e habilidades humanas, corremos o risco de fracassar e não completar toda a trilha. Se carregamos na mochila de nossas sensações, excesso de confiança, falta de zelo e desatenção, certamente vamos nos arrebentar por completo numa das curvas inéditas desse trajeto. Trafegar o desconhecido é exercitar muitos sentimentos. Um deles é o desprendimento, onde os que vêem atrás, já experientes nessa rota, vão pressionar e tentar fazer com que seja mais rápido, sem se importar com sua falta de experiência nessa fenda aberta entre os morros, e mesmo assim serás capaz de manter a calma, o ritmo e a cadência sem correr riscos desnecessários. Outro sentimento a ser testado nessa parte da estrada é o desaceleramento. Quando não se tem pressa e segurança pra vencer o percurso em tempo recorde, temos a coragem de até mesmo parar para observar mais as riquezas da natureza. As pedras que se tornaram visíveis após a chuva da noite anterior. Até descobrimos o autor daquele o canto afinado no galho das árvores. Numa rota dessas, sem pressa somos até capazes de entender porque o verde da caixa de lápis de cor tem tanta variação de tons. E sem a correria a que somos convidados a viver todos os dias de nossas vidas, também conseguimos ter a percepção de quanto o outro é importante para mim. Afinal, só sigo nessa estrada agora, porque alguém veio primeiro, a minha frente, para demarcar o caminho e traçar a rota certa que me leva ao destino tão esperado. E mesmo se o céu não estiver azulzinho como planejei ver, terei olhos para o cinza do horizonte, capaz de me acalmar e confirmar em mim, que lá está o fim da estrada e o começo do meu alívio. Afinal, seguir por caminhos desconhecidos sempre gera insegurança e incertezas. Mas aqui descubro que segurança que vem do alto sempre vai gerar em mim a certeza de que nunca estarei desprotegido e sozinho!
Deus abençoe!
Wallace Andrade
Comunidade Canção Nova
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