MARIA, MÃE DA ESPERANÇA

Uma jovem adolescente, prometida em casamento e uma visita divina que muda todo o curso de sua história. Uma moça que aprendeu desde menina a acreditar no amor e nele renovar a esperança até mesmo em situações mais adversas. Ela tinha sonhos pessoais e nunca conseguiu realizá-los. Decidiu deixá-los de lado para dizer sim a um projeto que não era seu, mas que se tornou a mais significativa e a maior prova de amor ao Senhor que alguém poderia dar. Seu nome era Maria e seu sim era pra sempre um exemplo de fé e esperança. Uma fé capaz de enchê-la de coragem para atravessar 100 quilômetros de deserto e ajudar sua prima Isabel, da qual o Arcanjo Gabriel havia comunicado o sexto mês de gravidez. Uma esperança que abrasava seus sentimentos e a fazia seguir sem pensar na reação que teria seu noivo José, ao encontrá-la três meses depois com a visível gestação do menino Deus. A esperança em Deus e no projeto que Ele lhe confiara, era tanta que não havia espaço em seu coração para medo ou insegurança. Até mesmo na hora de dar a luz ao menino Jesus, havia a certeza de que tudo seria perfeitamente amparado pelo autor da criação. E a jovem mãe se tornou modelo em várias etapas da vida de seu filho. Aquela que o levantou nas pequenas quedas de criança no quintal de casa. A atenção e sabedoria em perceber que Jesus não estava entre os meninos na caravana que deixava a festa de Pentecostes. Foi por isso que ela e José retornaram ao templo para reencontrá-lo no meio dos doutores da lei.  E essa Mãe da esperança pode ser experimentada e servir de modelo pra tantas outras mulheres que já sentiram a dores do parto nesse mundo tão cheio de provas. E o caminho dessa experiência já está traçado em um acampamento de oração que vai acontecer de 14 à 18 de maio deste ano, na Comunidade Canção Nova, em Cachoeira Paulista, interior de São Paulo.  O evento vai dar pistas bem iluminadas por pregações e testemunhos de mães e filhos de Nossa Senhora, que vivem hoje a essência de quem encontrou um jeito especial de renovar a esperança no amor e no autor desse amor que não se cansa de amar.  Até hoje o caminho de muitas mães são inspirados na maternidade genuína de Maria. São mães que se tornaram peças de grande importância na história da igreja, por serem suportes tão valiosos como aquela que disse SIM a Deus. Mulheres que aprenderam com Nossa Senhora a cuidar e zelar pela salvação de seus filhos.  No mundo turbulento como o de hoje, com tantas vias dolorosas e vales de lágrimas, as mães também sofrem, como a Mãe de Jesus, verdadeiros calvários ao verem seus filhos serem espancados pelo vício das drogas, pelo prazer desregrado e pela criminalidade desenfreada como meio de sustento de seus prazeres e erros.
É essa Maria, Mãe da Esperança, que queremos apresentar às mães que ainda não encontraram na via dolorosa a faixa de segurança chamada fé. E esse “contágio” acontece de forma sutil e muitas vezes imperceptível. Mas só acontece se realmente existir uma disposição interior de permitir que as portas do coração materno se abram para o novo que só o amor de Deus pode dar.
Abro um parêntese aqui para descrever a história de fé de uma mãe, quase desconhecida nos livros da igreja, mas que se tornou fundamental na vida de seu filho, que consequentemente foi usado para abrir uma nova porta da fé e devoção a Nossa Senhora e ao amor de Deus.  Falo de Catarina Kentenich, uma jovem como Nossa Senhora, que no ano de 1885, foi tentar a vida em um trabalho como auxiliar de serviços domésticos numa fazenda em Oberbohlhein, na Alemanha. Lá a adolescente foi iludida por um capataz, que era 22 anos mais velho do que ela. Ele a deixou grávida e fez tudo diferente de José com Maria. Não assumiu as responsabilidades e a jovem se viu obrigada a voltar para casa dos pais. Chegou a pensar em tirar a vida, ainda gestante. Mas a mãe de Catarina, uma mulher de fé e devoção a Nossa Senhora, rezava na madrugada em que a filha planejava o suicídio. Ela foi impulsionada a entrar no quarto da jovem e salvá-la dessa tragédia. Catarina teve seu menino, que se tornou o fundador do Movimento Apostólico de Schoesntatt. Padre Joseph Kentenich propagou a devoção a Mãe Rainha Três Vezes Admirável de Schoenstatt, graças ao sim de sua mãe Catarina. Um pequeno relato extraído de meu segundo livro, cujo título é Mãe de Milagres – Experiências de Carinho e Amor de Mãe Vivenciadas nos Santuários da Mãe Rainha, publicado pela editora Canção Nova em 2018.  Falar de mães sem lembrar de Maria é seguir na contramão da verdade materna. Mencionar esperança sem relatar o caminho paralelo que Nossa Senhora fez, no calvário de Jesus, é perder a chance de contemplar a maior resiliência que uma mãe pode experimentar. Maria olhava seu menino com o madeiro nos ombros ensanguentados e mantinha firmes seus olhos em quem saiu de seu ventre. Sabia que a hora mais cruel e derradeira se aproximava. Sabia esse era o momento em que precisava ter mais esperança.  Agora imagine você, mãe, que hoje sofre com as transgressões ou agressões que seu filho enfrenta nos becos desse mundo? A quem tem recorrido para suportar tanta angústia? Consegue encontrar um meio de renovar a esperança no poder e no amor de Deus, mesmo em meio a turbulência que vive com seu filho? Volto a dizer: existem pistas e caminhos que vão tornar sua jornada suportável e fazer com que você, mãe, seja formada e preparada para essa guerra em que seu filho vive hoje. Pregações, versículos bíblicos e dicas de espiritualidade com base na esperança que exala do coração de Maria, vão te ajudar a usar seu amor materno para resgatar a fé de sua casa e do seu filho. Serão cinco dias intensos de encontro com o título de Maria, Mãe da Esperança, para despertar em você mãe, o desejo de ser repleta de Deus, como a mãe do menino Jesus, foi na história da igreja. E aqui faço um questionamento importante às mães que ainda não fizeram uma experiência filial com a Mãe da fé e da esperança. Seria capaz de dobrar seus joelhos ao ver seu menino ser tragado pelo mal? No meu primeiro livro, também lançado pela Editora Canção Nova, em 2017, existe uma bela história de mãe que não perdeu a esperança, ao ver seu menino ser tragado pelas águas do rio Paraíba do Sul. O menino de nome Marcelino, tinha só 3 anos de vida e caiu no rio, quando brincava na canoa do pai pescador.
Ao ver a cena do garotinho subindo e descendo na superfície, a mãe dobrou o joelho no chão e clamou a intercessão de Nossa Senhora Aparecida. Imediatamente o menino parou de afundar na água. Tempo suficiente para seu pai chegar e salvá-lo daquela situação. O relato do livro Mãe de Milagres – Nossa Senhora Aparecida, é comovente porque havia uma real possibilidade de morte do garotinho, que não sabia nadar. E só uma mãe com o coração cheio de esperança é capaz de se entregar por inteiro a uma súplica assim, num momento que seria de desespero. Este e outros seis casos, são reconhecidos pela igreja como os sete primeiros milagres atribuídos a intercessão de Nossa Senhora Aparecida, e estão descritos nesse livro escrito por mim e com o prefácio do Padre José Augusto, sacerdote consagrado, assim como eu, à Comunidade Canção Nova.  O acampamento Maria, Mãe da Esperança, na Canção Nova, será uma oportunidade única, para as mães aprenderem com Nossa Senhora, a renovar a fé e a dar passos concretos nas virtudes da igreja, que abrem portas para a salvação de quem gera e de quem é gerado para a vida eterna!
Deus abençoe!
Wallace Manhães de Andrade
Comunidade Canção Nova
wallace.andrade@cancaonova.com

Jornalista, missionário da Comunidade Canção Nova, escritor, casado com Valeria Martins Andrade e pai de Davi Andrade, natural de Campos dos Goytacazes-RJ.