A armadilha mortal do Halloween
Por Padre Francesco Bamonte, vice-presidente da Associação Internacional de Exorcistas, tradução livre de AIE Internacional
O Halloween está novamente às portas, e já faz algum tempo que a indústria comercial e de consumo propõe todo tipo de gadget para as crianças e jovens. Mas a noite de 31 de outubro é completamente diferente de uma festa ou brincadeira. A internet, por exemplo, esconde armadilhas mortais entre abóboras e macabras pegadinhas.
Alguns sites para crianças, onde há personagens e cenários de terror, apresentam até mesmo os links com os quais se entra diretamente em sites de satanismo e magia negra.
Isso porque quem planeja e difunde socialmente o mal sabe que, habituando as crianças aos símbolos e aos conteúdos da linguagem esotérica e ocultista, quando os mesmos se tornarem adolescentes e adultos, se aproximarão de modo natural, com familiaridade, ao ocultismo, visto pelos colaboradores do diabo como uma alternativa na contraposição ao Cristianismo para as novas gerações.
O Halloween não é um carnaval de outono. É a representação secularizada e sincrética de uma celebração pagã: a festa de Samhain, de origem celta, durante a qual – nas noites entre o final de outubro e as primeiras de novembro, coincidente ao ano novo dos Celtas – os druidas realizavam sacrifícios animais e humanos além de celebrar ritos propiciatórios. A suposta cristianização através de Todos os Santos é uma justificativa não apenas frágil, mas falsa e perigosa.
O Halloween, além disso, se transformou repetidamente em um teatro das tragédias e chacinas do mundo. Uma coincidência por nada casual. Gostaria de recordar os crimes feitos em concomitância com o Halloween de pelo menos meio século, como – em anos mais recentes – o notável delito em Perugia.
Na proximidade da “festa” se verificam também desaparecimento de crianças. Como se multiplicam os atos de blasfêmia e sacrilégio contra a fé e os símbolos cristãos. Tudo isso concorre para definir o vértice não apenas oculto e demoníaco, mas intimamente violento do Halloween, que deriva dos ritos de Samhain, agradável aos satanistas para a celebração e a exaltação das forças do mal inimigo do gênero humano.
No ano passado, em Seul, na Coréia do Sul, consumou-se uma chacina sem precedentes. No entardecer de 29 de outubro de 2022, durante as festas por ocasião do Halloween no bairro de Itaewon, foram mortos na multidão ao menos 158 pessoas, em grande parte jovens. Quatro das vítimas eram adolescentes, 95 estavam na casa dos 20 anos, 32 na casa dos 30 anos e 9 na casa dos 40. Os satanistas receberam com grande satisfação essa tragédia, também para que saibamos que tendo em vista o Halloween “rezam” a Satanás para que aconteça algum fato particularmente sangrento.
Ao mesmo tempo, não se pretende com isso estabelecer uma correlação direta entre aquele trágico evento e a “oração” diabólica, mas não podemos não constatar que aquela imensa multidão, em um espaço tão pequeno, estava festejando mesmo o Halloween. Nem todos sabem que os cultistas do Maligno, naquela noite, como nas noites precedentes e seguintes, no curso dos perversos ritos realizados por eles em sua honra, lhe oferecem os jogos, as diversões e as “energias” de todos aqueles que, festejando o Halloween, estão mais ou menos conscientemente evocando o mundo das trevas. De fato, estão convencidos que deste modo o poder do diabo se reforça na sociedade como neles próprios que o invocam, oferecendo-lhe e até mesmo sacrificando-lhe a vida do próximo.
Por isso, nós sacerdotes exorcistas não nos cansamos de alertar contra essa macabra recorrência, que não apenas através das condutas imorais ou perigosas, mas também através da leveza da diversão do considerada inócua, não somente pode preparar o terreno para uma futura ação extraordinária do demônio, mas lhe permite atacar e deturpar as almas dos mais jovens.
Dirijo-me, de modo particular, aos pais e mães e quantos são responsáveis pela educação das crianças e jovens, pela sua formação à vida. Sabemos que o desejo de levar os seus filhos entre os braços do inimigo de Cristo e da humanidade em geral está sempre à espreita. Sobretudo nestes dias.
Fonte: AIE
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