Orientação quanto a participação das paróquias, comunidades e de todos os fiéis no pleito de 2012 na Arquidiocese de Campinas
1- Com estas orientações lembramos a todos da responsabilidade dos cidadãos e das comunidades eclesiais no pleito que ira escolher os prefeitos e seus vices bem como os vereadores, dos nove municípios que constituem nossa arquidiocese. Não podemos deixar de lado a tradição da Doutrina Social da Igreja que considera a participação na politica uma forma elevada do exercício da caridade – uma maneira exigente de viver o compromisso cristão a serviço do próximo.
2- Sabemos que é urgente criar, em nossos municípios, estruturas que consolidem uma autêntica convivência humana, promovendo os cidadãos como reais sujeitos políticos. No município a politica pode atender às concretas da população: saúde, educação, segurança, transporte, moradia, saneamento básico e tantos outras (cf. Doc. Aparecida, 403)
3- O voto depositado na urna exige dos eleitores e das pessoas eleitas um compromisso com a consolidação da democracia. As pessoas eleitas são chamadas a concretizar a mística do serviço, na esperança e na perseverança, construindo um mandato coletivo, em busca do bem comum, com a garantia de dar continuidade aos projetos positivos da administração anterior. As pessoas que tem a responsabilidade de eleger são convidados a acompanhar as que são eleitas no cumprimento de sua missão e valorizar as que atuam com critérios éticos definidos.
4- A cultura da corrupção perpassa nossa história politica. A corrupção pessoal e estrutural convive com o atual sistema politico brasileiro e vem associada à estrutura econômica que acentua e legitima as desigualdades. Por isso, é necessário estaremos atentos e zelar para que a Lei 9.840, contra a corrupção eleitoral, seja aplicada. Ela ajuda a assegurar a lisura tanto na campanha eleitoral quanto no momento das eleições.
5- A formação politica dos candidatos exige que a ética seja o farol a orientar os quatro anos de mandado, num continuo diálogo entre o Poder local e suas comunidades. Estamos todos em processo de continua educação para a cidadania e o exercício do voto é um dos instrumentos eficazes para as mudanças necessárias para o País.
6- A Igreja em sua missão de evangelizar, tem a responsabilidade de iluminar as consciências dos cidadãos, despertando as forças espirituais e promovendo os valores sociais, através da pregação e do testemunho. Uma manifestação inequívoca desse empenho, encontramos na Encíclica do Papa Bento XVI, Deus Caritas est, que exorta os cristãos leigos a assumir compromissos na politica, também partidária (29). Esta tarefa é de competência exclusiva dos fiéis leigos e leigas e não dos clérigos (Cân. 285, 3).
7- Neste período que antecede as eleições, exortamos a todos para que participem dos debates e reflexões sobre os programas dos partidos e as qualidades dos candidatos. Nossas paróquias e comunidades podem e devem se empenhar para oferecer a possibilidade dos debates e reflexões.
8- Como discípulos missionários de Cristo, encontramos reforço no Documento de Aparecida que inspira e apoia a ação da igreja na formação das consciências (n.406). Por isso, se temos a responsabilidade de iluminar as consciências a respeito das próximas eleições, entramos no campo dos critérios de discernimento.
9- O elenco de critérios abaixo e de suma importância para fazermos um bom discernimento sobre os candidatos:
– Respeito ao pluralismo cultural e religioso;
– Compromisso ético dos candidatos;
– Compromisso decisivo na defesa da vida, desde sua concepção até seu declínio natural;
– Compromisso decisivo na promoção e defesa da família e seus direitos inalienáveis;
– Compromisso com a liberdade de iniciativa no campo da educação. Da saúde e da ação social, em parceria com as organizações comunitárias;
– Ser dotado de qualidade imprescindíveis que são comprovadas pelo histórico de vida;
HONESTIDADE, COMPETÊNCIA, TRANSPARÊNCIA, CONTADE DE SERVIR AO BEM COMUM.
10- Quanto aos fiéis leigos que se candidatam a cargos públicos, o Pároco ou Administrador Paroquial e a própria comunidade de fé terão a responsabilidade de acompanha-los de perto. Este acompanhamento deverá ser continuado se a pessoa dor eleita. Contudo, se a pessoa que se torna candidata exerce alguma função de destaque na Paróquia ou comunidade, o Pároco ou Administrador Paroquial deverá orientar para que, no período da campanha eleitoral, ela se afaste da função que exerce para não criar mal estar na comunidade de fé e entre os batizados.
11- Os párocos e Administradores Paroquias cuidem para que os espaços da paróquia ou comunidade não sejam utilizados por atividades que possam denotar privilégio ou proteção alguma sigla partidária.
12- Nas Missas, celebrações, reuniões ou algum outro evento, não se dê a palavra a candidatos e nem se permita que circulem panfletos ou qualquer tipo de propaganda eleitoral.
Também não se forneçam listas de endereços ou contatos dos dizimistas, mebros dos vários conselhos e coordenações da Paróquia.
Que o Espirito Santo nos inspire tudo oque for bom e justo para a glória de Deus Pai, e que o Evangelho de Cristo seja luz para os nossos passos. Empenhemo-nos na tarefa de ajudar a construir a sociedade justa, fraterna e solidária.
Pela intercessão de Nossa da Conceição, nossa Padroeira.
Deus vos Abençoe.
Dom Airton José dos Santos