Oração inicial para todos os dias da semana
Meu Deus, arrependo-me de todo o coração de vos haver ofendido;concedei-me a graça de compreender bem as verdades que vou meditar e abrasai-me no vosso amor. Santíssima Virgem Maria, Mãe de Jesus, meu Anjo da Guarda e todos os Santos do céu, rogai por mim.
- Se muito nos apavora o pensamento e a consideração do inferno, igualmente nos consola a lembrança do paraíso, preparado por Deus para todos os que o amam e o servem durante a vida presente. Para que você possa fazer dele uma ideia, contemple uma noite serena. Como é belo ver o céu com aquele agrupamento e variedade de estrelas! Umas menores, outras maiores: enquanto umas despontam no horizonte, outras estão prestes a desaparecer; todas, porém, com ordem e segundo a vontade de Deus. Acrescente a isso a visão de um belo dia, de tal forma que o esplendor do sol não ofusque a claridade das estrelas e da lua. Suponha, além disso, tudo quanto se pode encontrar no mar, na terra, nos povoados, nas cidades, nos castelos dos reis e dos monarcas do mundo inteiro. Junto a isso as bebidas mais delicadas, os alimentos mais saborosos, a música mais doce, a harmonia mais suave. Pois bem: tudo isso junto não é nada em comparação com a excelência dos bens e dos gozos do paraíso. Oh! Como é desejável e amável aquele lugar onde se goza de todos os bens! o bem-aventurado não poderá deixar de exclamar: “Eu, porém, na justiça verei a tua face, saciar-me-ei, ao despertar, com teu semblante – satiabor cum apparuerit gloria tua” (Salmos 17,15).
- Considere, além disso, o gozo que inundará a sua alma ao entrar no paraíso. O acolhimento, o encontro dos parentes e dos amigos; a nobreza, a beleza dos querubins, dos serafins, de todos os anjos e de todos os santos, que aos milhões e milhões louvam o Criador; o coro dos Apóstolos, a multidão imensa dos mártires, dos confessores, das virgens. Há também uma enorme multidão de jovens, os quais, por terem conservado a virtude da pureza, cantam a Deus um hino que ninguém mais pode entoar. Oh! Como são felizes neste reino os bem-aventurados! Sempre mergulhados na alegria, sem nenhuma doença, sem desgostos e preocupações que perturbem a sua paz e o seu contentamento!
III. Medite, além disso meu filho, que todos os bens acima enumerados são um nada comparados à grande consolação que se experimenta na visão de Deus. Ele consola os bem-aventurados com o seu olhar amável e derrama nos corações um mar de delícias. Da mesma forma que o sol ilumina e embeleza o mundo inteiro, assim Deus, com a sua presença, ilumina todo o paraíso e enche os seus afortunados habitantes de prazeres indizíveis.
Nele, como em um espelho, você verá todas as coisas, gozará todos os prazeres da mente e do coração. São Pedro, no Monte Tabor, por ter visto uma só vez o rosto radiante de Jesus, ficou repleto de tanta doçura que, fora de si, exclamou: “Senhor, bom é nós estarmos aqui – bonum est nos hic esse” (Mateus 17,4)
Que prazer não será, pois, contemplar não por um instante, mas para sempre, e para sempre gozar desse rosto divino que fascina os anjos e os santos e que alegra todo o paraíso! E a beleza e afabilidade de Maria, de que prazer deve também encher o coração do bem-aventurado! “Quão amável é tua morada, Senhor dos exércitos! – Quam dilecta tabernacula tua, Domine virtutum!” (Salmos 84,2). Por isso os coros dos anjos e dos bem-aventurados cantam a sua glória dizendo: “Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus dos exércitos. (Isaías 6,3) A ele seja dada a honra e glória pelos séculos dos séculos” (1Tm 1,17).
Coragem, pois, meu filho; neste mundo você terá que sofrer, mas não importa: o prêmio que receberá no paraíso compensará infinitamente todos os sofrimentos da vida presente. Que consolação não será a sua, quando se encontrar no Céu, na companhia dos parentes, dos amigos, dos santos, dos bem-aventurados e exclamar: “Eu estou salvo, e estarei para sempre com o Senhor”. (1Ts 4,17) Então será a hora de que abençoará o momento em que abandonou o pecado, abençoará o momento em que fez aquela boa Confissão e frequentou os Sacramentos; lembrará do dia em que deixou os maus companheiros e se entregou à virtude. E cheio de gratidão volverá para Deus e a Ele cantará louvores e glória por todos os séculos. Assim seja.
Trecho retirado do Livro de Dom Bosco: O Cristão preparado para a prática do seus deveres.