Quaresma

Amar a Deus sobre todas as coisas é a forma mais genuína de jejum

São Bernardo de Claraval, declarado Doutor da Igreja, era um monge cisterciense que viveu de 1091 a 1153. O santo fez um famoso sermão sobre o jejum, onde ele trouxe uma visão muito profunda do seu verdadeiro sentido.

Estamos neste tempo quaresmal, e eu gostaria de meditar com os leitores do Blog da Canção Nova de Paulínia, explorando este lindo sermão de São Bernardo, que é sempre atual e proveitoso para a nossa vida cristã.

Para São Bernardo, a pessoa humana precisa entrar numa dinâmica de conversão diária, deve converter-se a Deus, voltar-se para Ele de todo coração, e isso implica deixar as demais coisas em segundo plano no nosso interior. Ele afirmou no seu Sermão: “Presta atenção àquilo que amas, àquilo que temes, àquilo que te alegra e àquilo que te entristece…”

Esses quatro sentimentos, presentes na nossa vida cotidiana, deverão ser direcionados para Deus: o amor, o temor, a alegria e a tristeza. Amar mais a Deus que todas as outras coisas; não temer nada neste mundo, se tem a certeza de que Deus está contigo – temer apenas ofender a Deus com uma vida em pecado; não se alegrar com as coisas do mundo, mas alegrar-se pelos dons recebidos de Deus, pois tudo é graça recebida do Pai; e somente entristecer-se pelos pecados cometidos, pois esta “tristeza” ou contrição leva a uma conversão mais profunda. A confiança no Senhor exclui qualquer outro tipo de tristeza.

Amar a Deus sobre tudo

Jejuar é, então, deixar o amor pelas coisas do mundo, e isso leva a um desapego ao prazer em todas as suas formas: prazer de comer, beber, divertir-se, prazer na sexualidade etc. Quer jejuar? Deixe de lado o prazer. Amar a Deus mais do que aos outros prazeres é a forma mais genuína de jejum, para São Bernardo.

Jejuar é confiar, acreditar na presença de Deus, deixar de lado toda murmuração, todo temor e reclamação, todo medo de ter falta da alguma coisa. Jejuar é acreditar na providência de Deus e tirar de si toda murmuração. Quer jejuar, retira da sua vida todo tipo de murmuração, reclamação por querer ser atendido em suas vontades.

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Jejuar é alegra-se com as coisas criadas por Deus, por ter um coração agradecido, e para isso é preciso excluir da vida qualquer tipo de tristeza, pois “a tristeza matou muitos”, e assumir uma vida alegre, simples, confiando no amor de Deus. Quer jejuar? Tire até algum alimento naquele dia, mas lave o rosto, busque que aquele dia seja repleto de alegria; e se, por acaso, apontar alguma tristeza, que ela seja apenas uma contrição, que provoque arrependimento pelos pecados cometidos.

Que possamos jejuar nesta Quaresma com um sentido novo: por amor a Deus e para que o nosso coração se volte para Ele.

Deus o abençoe!

Diácono Paulo Lourenço – Comunidade Canção Nova


Missão da Canção Nova em Paulínia

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