Crescente violência na Índia vitima cristãos

Acusações de proselitismo e assassinato do líder dos extremistas hindus preocupa Santa Sé
A Santa Sé vai responder à crescente violência anti cristã que a Índia enfrenta “com a arma da caridade”, A garantia foi dada pelo Cardeal Jean-Louis Tauran, presidente do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso, na edição desta Quarta-feira, do jornal «L’Osservatore Romano».A origem da violência na Índia encontra causa nas acusações aos cristãos de proselitismo e no assassinato do Pe. Thomas Pandippallyil, sacerdote carmelita, conhecido pela sua actividade como educador.

A acusação de proselitismo foi prontamente rejeitada pelo porta-voz da Conferência Episcopal da Índia, o sacerdote Joseph Babu. Já D. Marampudi Joji, Arcebispo de Hyderabad e secretário da Conferência Episcopal de Andhra Pradesh, afirma que o assassinato do Pe. Thomas “é consequência do crescente clima de intolerância e violência contra os cristãos”.

O Cardeal Jean-Louis Tauran afirmou que as acusações de proselitismo surgem devido ao trabalho que os cristãos desenvolvem, nomeadamente na construção de escolas e orfanatos. “Acusam-nos de proselitismo porque, de vez em quando, alguém se converte, mas nós defendemos apenas a possibilidade de cumprir nosso dever de cristãos que é ajudar os pobres e aqueles que passam graves necessidades.”

A Nunciatura Apostólica e os Episcopados na Índia “estão empenhados em fazer compreender que queremos apenas ajudar os mais humildes”.

O Cardeal sublinhou ainda o “orgulho dos católicos da Índia porque estão convictos da sua opção, de viver no meio dos cidadãos e testemunhar o amor de Cristo pelos mais pobres, ainda que à custa da própria vida.”

A violência eclodiu no dia 24, depois de, no distrito de Kandhamal, Swami Laxmananda Saraswati, líder dos extremistas da organização hindu Vishva Hindu Parishad (VHP) ter sido assassinado, acto já condenado pela Conferência Episcopal Católica de Orissa. Saraswati dirigia há tempos uma campanha violenta contra as conversões ao cristianismo.

Após a morte do líder hindu, igrejas, centros sociais, centros pastorais, conventos e orfanatos foram assaltados no Domingo, Segunda e Terça-feira.

São inúmeros os relatos, de várias agencias de notícias, a escalada de violência que os cristãos estão a sofrer. Na manhã desta Terça-feira, o número de vítimas mortais subia para cinco o número de mortos, no estado de Orissa, resultado dos últimos três dias.

Na manhã desta Terça-feira, subiu para pelo menos cinco o número de mortos por causa da violência anti-cristã no estado de Orissa nos últimos três dias.

Entre os mortos, encontra-se uma missionária de 20 anos que trabalhava num orfanato de uma aldeia do distrito de Bargarh queimado pelos fundamentalistas. Um cristão foi assassinado em sua casa, em Kandhamal, e três foram vítimas dos incêndios de extremistas hindus. Outra religiosa do Centro Social de Bubaneshwar, Irmã Meena, foi violada por grupos de extremistas hindus antes deles atearem fogo no edifício, segundo informou a agência Asianews.

Foram também atacadas as irmãs da Caridade, da Congregação de Madre Teresa de Calcutá, e algumas delas foram presas. Um hospital para anciãos, dirigido pelos Missionários da Caridade, foi destruído (pela segunda vez), acrescenta a agência do Instituto Pontifício para as Missões Exteriores.

Todas as instituições cristãs estão em perigo porque multidões de radicais andam pelas ruas, derrubam portas e janelas e assaltam as casas cristãs. Vários sacerdotes e religiosos tiveram de fugir. Militantes hindus assaltaram também o arcebispado de Bubaneshwar, mas dada a presença policial, não entraram.

A igreja e a casa paroquial de Phulbani foram atacadas e incendiadas. Todos os sacerdotes tiveram de fugir, refugiando-se nas casas dos fiéis. Também a residência dos jovens que estudam em Phulbani foi incendiada.

Há três dias que o estado de Orissa, no nordeste da Índia, está em clima de tensão.

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