Cardeal lituano preside à Eucaristia do 13 de Outubro em Fátima
As aparições de Maria na Cova da Iria são “uma prova de amor materno, por Portugal, pela Europa, pelo mundo inteiro”. Num tempo em que a Europa “nega as suas raízes critsõs”, o Cardeal lituano de Vilnius, veio ao Santuário de Fátima lembrar aos peregrinos que apesar de “haver sempre desculpas para não se viver uma vida autenticamente crista”, os cristãos têm de “aceitar o convite à conversão, à penitência, à oração, que podem mudar o curso da história, o destino da Europa e do mundo”.Na homilia do dia 13 de Outubro, o Arcebispo Audrys Backis, assumiu-se como peregrino e dirigiu-se aos peregrinos lembrando que a oração Ave Maria surge espontaneamente em muitos locais do mundo “nos lábios dos fiéis de qualquer idade, sejam crianças, adolescentes, adultos, idosos e mesmo moribundos”. As aparições, apontou o Cardeal, “são uma prova do seu amor materno por Portugal, pela Europa, pelo mundo inteiro”.
O Arcebispo lituano de Vilnius referiu que cada cristão sente o perigo de procurar mil desculpas perante as exigências de uma vida autenticamente cristã. No entanto, “hoje, mais do que nunca, sente-se a necessidade de um corajoso testemunho cristão para conservar uma fé robusta perante os perigos da indiferença ou da ignorância”, apontando a importância de não “sermos surdos à voz de Deus”.
O Cardeal recordou que o seu país, viveu, durante mais de 50 anos, esteve sob “o jugo do comunismo ateu”. O Cardeal referiu que quando se vive durante anos num clima de “mentira, de medo, de suspeita, de falta de sinceridade, de desconfiança no outro”, parece improvável “estabelecer uma relação fundada no respeito, na sinceridade, na verdade, da abertura ao outro, do amor cristão”.
No entanto, “confio que se sairá desta letargia, deste nevoeiro e alegro-me por encontrar tantas pessoas, tantos jovens que buscam autenticidade, coerência de vida, que procuram a verdade e querem viver na verdade”.
O Cardeal lituano pediu coragem para dizer sim à vida matrimonial, “verdadeira vocação selada pelo sacramento”, onde o “sim definitivo é pronunciado”. Acrescentou ainda que “a família que reza unida, permanece unida”.
D. Audrys Backis aublinhou ainda a importância do sim às promessas do baptismo, na “consciência de formarmos uma comunidade de irmãos e irmãs”, pois “a nossa fé em Deus não se reduz a uma relação privada, íntima com Deus, mas deve permear toda a nossa vida, vida pessoal, vida em família, vida na Igreja, vida na sociedade, procurando o bem comum”.
Pediu o cardeal mais empenho aos cristãos. “O cristão não pode permanecer passivo, indiferente, mas deve empenhar-se na construção de um mundo mais justo e mais fraterno”, indicou, recordando o continente europeu que “esquece as suas raízes cristãs, onde se defendem ideias e mesmo ideologias contrárias ao direito natural”.
Mas também “no mundo inteiro, vemos em cada dia imagens de guerra, de terrorismo, crianças que morrem de fome, populações inteiras reduzidas a uma extrema insegurança e miséria, às quais devemos oferecer a nossa solidariedade”.
O Cardeal acredita que as aparições de Fátima assumem um significado único e profético. “Maria intervém na história do continente europeu, advertindo-nos para os perigos terríveis do comunismo ateu, que semeou tanto mal, ódio, guerras no século passado”, recordou o Cardeal. “Maria dirigiu um convite forte à conversão, à penitência, à oração, que podem mudar o curso da história, o destino da Europa e do mundo”, indicou.
No entanto, referiu o Cardeal, “o apelo de Maria não foi suficientemente escutado e oportunamente recebido”, lamentou. Mas as “advertências ecoam nos nossos ouvidos, apelando a rezar com ela o rosário, a fazer penitência, a convertermo-nos”.
No final da celebração eucarística, D. António Marto, Bispo ed Leiria – Fátima indicou que peregrinar a Fátima “corresponde a peregrinar às fontes regeneradoras da vida, para a escuta de Deus e para descobrir a fé”. Indicou o Bispo, antes de saudar os peregrinos nas várias língua, que o Santuário ajuda a “apurar o nosso apetite e curar a miopia espiritual” a fim de “purificar a nossa consciência, para vivermos na verdade, connosco e com os outros”