Não te deixes vencer pelo mal, mas triunfa do mal com o bem. (Rm. 12, 21)
Qual seria a solução para a maldade que tem assolado a humanidade nos tempos atuais? Penso se o que tenho vivido trás consequências boas ou más! Conhecemos os conselhos deixados aos Romanos por São Paulo que indicam o caminho em direção ao bem. Somos constantemente motivados a tomar iniciativas puramente carnais quando na verdade cultivamos uma vida no Espírito que nos move para o bem.
Tragédias diversas acontecem todos os dias e nos trás a oportunidade de exercer o triunfo do bem. Assim foi depois do incêndio e desabamento do prédio Wilton Paes de Almeida, no Centro de São Paulo. Do lado existe a Igreja Evangélica Luterana inaugurada em 1908 e tombada pelo patrimônio histórico. A mesma foi atingida pelo desabamento deixando os fiéis luteranos sem templo para as orações e celebrações.
Em meio a todo esse caos a arquidiocese de São Paulo se mobilizou para ajudar os desabrigados e colocou um templo católico a disposição dos luteranos para os cultos.
Em meio a toda situação disponibilizo a reflexão que me fez pensar no que tenho feito e como tenho vivido a minha fé:
“Pensando aqui:
Soubemos que a Igreja Católica de São Paulo ofereceu um templo católico à comunidade luterana pra que possa rezar e celebrar até a reconstrução do próprio templo, destruído em partes pelo desmoronamento do prédio incendiado no Largo do Paissandu.
Até aqui um gesto humano, fraterno e nobre.
A contento de todos os católicos? Imagine!
As redes sociais está fervilhando de críticas mordazes à Igreja Católica paulistana (e aos seus Pastores) por esta atitude de socorro aos luteranos, irmãos num batismo válido, embora de comunhão não plena conosco.
Será que estender a mão e emprestar um templo significa consentir com as heresias de Lutero?
Por que não pensarmos mais positivamente? Por que não pensarmos que um tal gesto possa diminuir as distâncias, amolecer os corações, convencer os hesitantes, atrair os dissidentes, aproximar os que se distanciaram, fazer rever posturas férreas, converter, inclusive…?
Por que tanta dureza e amargura por parte, sobretudo, de jovens católicos cada vez mais autodenominados “tradicionalistas” radicais? Será pela distância própria desses meios de comunicação, em que todos são durões na impessoalidade dos dardos lançados? Será que diante de um luterano desalojado de seu lugar de prece, de um luterano vizinho ou colega de classe ou trabalho, por exemplo, ali, olho no olho, cheiro humano exalando, um corpo diante de outro corpo, será que esses rapazotes e essas moçoilas tão pudicas continuariam assim tão inflexíveis, tão “radicais”?
É por estas e outras posturas semelhantes — desumanas, livrescas, soberbas, arrogantes e pretensiosas — que os católicos de sensibilidade tradicional em âmbito litúrgico e doutrinal são cada vez mais desconsiderados, pois revelam sempre que nem entre eles se entendem e muito menos aos outros respeitam!
Ridicularizam tanto a “nova Igreja” e a “Missa nova” e não percebem que estão no outro extremo da ferradura, pois em suas militâncias tão “ortodoxas”, mas desumanas, instrumentalizam até a Santa Missa no rito antigo ou o magistério dos Papas precedentes para que sirvam de legitimação à própria tacanha e anacrônica personalidade:— Não amam a ortodoxia doutrinal e a liturgia antiga pelo valor em si de tais patrimônios, por reverência e por senso de catolicidade, mas tão somente enquanto sirvam de “bandeiras” das opiniões pessoais (quase sempre imaturas!), erigidas em verdade absoluta a imperar sobre todas as demais interpretações e leituras das realidades circunstantes… E isto é, pura e simplesmente, heresia! É um tipo de cisma silencioso! É ser bem pior que Lutero e infinitamente “pior” que os luteranos…
É, em definitiva consideração, a entronação da Soberba, filha primogênita do Diabo e mãe de todos os pecados.”