Não sejam medíocres, sejam santos. “Todos querem a felicidade, mas muita gente nunca a encontra”
“Quando os convido a ser santos, peço que não se conformem em ser de segunda linha”, mas que aspirem a um “horizonte maior”. “Não se conformem em ser medíocres”.
“Não é frequente que um Papa ou outra pessoa tenha a possibilidade de falar de uma vez só aos alunos de todas as escolas católicas da Inglaterra, País de Gales e Escócia”. “Como tenho esta oportunidade, há algo que desejo enormemente lhes dizer”. – “Espero que entre os que me escutam hoje esteja algum dos futuros santos do século XXI”.
“O que Deus deseja mais de cada um de vós é que sejam santos. Ele os ama muito mais do que jamais poderiam imaginar e quer o melhor para vocês. E, sem dúvida, o melhor para vocês é que cresçam em santidade”.
“Talvez algum de vocês nunca antes tenha pensado nisso”, convido-lhes a se perguntar “que tipo de pessoa” gostariam de ser de verdade.
“Ter dinheiro possibilita ser generoso e fazer o bem no mundo, mas, por si mesmo, não é suficiente para fazer feliz. Estar altamente qualificado em determinada atividade ou profissão é bom, mas isso não os preencherá de satisfação, a menos que aspirem a algo maior. Chegar à fama não faz feliz”.
“A felicidade é algo que todos querem, mas uma das maiores tragédias deste mundo é que muita gente jamais a encontra, porque busca a felicidade nos lugares errados”.
Por isso, “a verdadeira felicidade encontra-se em Deus. Precisamos ter o valor de pôr nossas esperanças mais profundas somente em Deus, não no dinheiro, na carreira, no êxito mundano ou em nossas relações pessoais, mas em Deus. Só Ele pode satisfazer as necessidades mais profundas de nosso coração”.
Convido-os a serem “amigos de Deus”. “Quando se começa a ser amigo de Deus, tudo na vida começa a mudar. À medida que o conhecem melhor, percebem o desejo de refletir algo de sua infinita bondade em sua própria vida”.
“Quando tudo isso começa a acontecer, vocês estão no caminho da santidade”.
Neste sentido, convido-os a ser “não só bons estudantes, mas bons cidadãos, boas pessoas”.
“Não se contentem em ser medíocres. O mundo necessita de bons cientistas, mas uma perspectiva científica torna-se perigosa se ignora a dimensão religiosa e ética da vida, da mesma maneira que a religião se converte em limitada se rejeita a legítima contribuição da ciência em nossa compreensão do mundo”.
“Precisamos de bons historiadores, filósofos e economistas, mas se sua contribuição para a vida humana, dentro de seu âmbito particular, enfoca-se de modo demasiado reduzido, pode nos levar por mau caminho”.
Aos alunos não católicos que estudam nas escolas católicas, convidando-os a “se sentir movidos à prática da virtude” e a crescer “no conhecimento e na amizade com Deus junto de vossos companheiros católicos”.
“Vocês são para eles um sinal que recorda esse horizonte maior que está fora da escola, e, de fato, é bom que o respeito e a amizade entre membros de diferentes tradições religiosas forme parte das virtudes que se aprendem em uma escola católica”.
Não só o que se ensina nas escolas católicas deve ser coerente com a doutrina, mas também os religiosos que se dedicam ao ensino devem ser modelo com sua própria vida.
Sua presença é um sinal que recorda o espírito e costumes católicos que devem permear todos os aspectos da vida escolar.
“Isso vai além da evidente exigência de que o conteúdo do ensino concorde sempre com a doutrina da Igreja. Trata-se de que a vida de fé seja a força impulsora de toda atividade escolar, para que a missão da Igreja se desenvolva com eficácia”.
Desde a entrada do cristianismo na Inglaterra este realizou um importante trabalho educativo. “Os monges perceberam com clareza esta dimensão transcendente do estudo e do ensino, que tanto contribuiu para a evangelização destas ilhas”.
Recordem a venerável Mary Ward e suas Damas Inglesas. Mary (1585 – 1645), nascida durante a perseguição anticatólica posterior à Reforma, fundou uma original obra educativa, que se estendeu por todo continente.
“Eu mesmo, quando criança, fui educado pelas ‘Damas Inglesas’, e tenho por elas uma profunda dívida de gratidão”.
“A tarefa de um professor não é simplesmente comunicar informação ou proporcionar capacitação em habilidades orientadas ao lucro econômico da sociedade”.
“A educação não é nem nunca deve ser considerada algo meramente utilitário. Trata-se da formação da pessoa humana, preparando-a para viver em plenitude. Em uma palavra, trata-se de partilhar sabedoria. E a verdadeira sabedoria é inseparável do conhecimento do Criador”.
“Como os papéis respectivos da Igreja e do Estado no âmbito da educação continuam evoluindo, nunca esqueçais que os religiosos têm uma única contribuição a oferecer a este apostolado, sobretudo através de suas vidas consagradas a Deus e por meio de sua fidelidade: o testemunho de amor a Cristo, o Mestre por excelência”.
É importante que as escolas católicas sejam “locais seguros” para crianças e jovens, e inclusive que este “clima de confiança” seja um distintivo destes centros.
“Nossa responsabilidade com aqueles que nos confiaram sua formação cristã não pode exigir menos”. “De fato, a vida de fé pode-se cultivar com eficácia quando prevalece um clima de confiança respeitosa e afetuosa”.
Palavras de Bento XVI.
Fonte: Zenit