Uma centena de portugueses na Austrália

Serão 100 os jovens portugueses que viajam até à Austrália, para a próxima Jornada Mundial da Juventude (JMJ) que este ano terá lugar em Sidney, de 15 a 20 de Julho. Acompanham os jovens D. Antonino Eugénio Dias, Bispo Auxiliar de Braga e o Pe. Vasco Pedrinho, Director do Departamento Nacional da Pastoral Juvenil (DNPJ).

A Diocese que leva a maior delegação é o Patriarcado de Lisboa, com 25 jovens, seguida do Porto, com 22. No entanto, estas duas dioceses, por decisão própria, não integram o grupo nacional inscrito pelo DNPJ.

Segundo dados fornecidos à Agência ECCLESIA por este Departamento, do Algarve segue uma delegação com 13 elementos e de Leiria-Fátima um grupo de 9 jovens. O Funchal leva até à Austrália oito pessoas e Lamego consegue reunir sete jovens para esta longa viagem. Coimbra, com 5, Braga, com 3, Aveiro, Viana e Portalegre-Castelo Branco são as outras Dioceses que se fazem representar.

O elevado valor da viagem intercontinental acabou por desmobilizar muitos interessados na inscrição. Recorde-se que os jovens inscritos até agora tiveram de despender já mais de 2000 euros para formalizar a sua inscrição.

Para os inscritos pelo DNPJ, cuja viagem de avião está a ser organizada pelo Sector da Pastoral Juvenil da diocese do Algarve, estes valores incluem, para além da viagem de avião Faro-Londres-Sidney, Porto-Londres-Sidney ou Funchal-Londres-Sidney (conforme o caso), o alojamento, alimentação, transportes, seguros e material de apoio no decorrer dos 5 dias da XXIII Jornada Mundial da Juventude, na Austrália.

Para além destes jovens, poderão eventualmente estar outros portugueses inscritos, uma vez que a organização mundial faculta a inscrição directa na JMJ 2008, através da Internet. Para além disso, também os movimentos, associações e obras reconhecidas pela Santa Sé podem fazer directamente a sua inscrição.

Testemunhos
Partida do Porto

Uma JMJ é para mim uma oportunidade de renovar o compromisso com Deus em O conhecer melhor, em me identificar com Ele e responder ao seu chamamento, fazer a sua vontade.

Esta tem sido a experiência vivida nas Jornadas em que participei.

As realidades encontradas nas Dioceses de acolhimento não são, de todo, diferentes daquelas que vivo na minha Diocese ou até comunidade paroquial – comunidades envelhecidas, com falta de vocações sacerdotais, párocos menos novos, poucas famílias, poucos jovens empenhados na construção da Igreja… Esta imagem tem vindo a ser motivo de provocação de um maior empenho em todos os que participam, acolhidos e daqueles que nos acolhem, e de desafio. Sabemos como o stress e a crise nos catapultam para uma maior e melhor criatividade no testemunho d’Aquele que me seduz a partir ao encontro dos outros e lhes dizer que só Ele me salva!

Este ano, bem mais longe do que o costume, do outro lado do Mundo… Sidney… Que irei encontrar? – Uma certeza tenho: jovens que acreditam que Cristo é o Caminho!

Desejo que esta JMJ seja muito mais que uma viagem de turismo, seja sim, um momento em que com outros possa ajudar na construção da Igreja à luz da Nova Evangelização e de um modo particular neste ano tendo como modelo S. Paulo. Acredito que nesta JMJ tal como Lucas disse às primeiras comunidades, hoje nós, iremos receber uma força, a do Espírito Santo, e que descerá sobre nós e seremos Suas testemunhas!

Irene Moreira, Diocese do Porto
Sol do Algarve em Sidney

Tal como tem vindo a acontecer desde 1989, – na altura com 100 elementos em peregrinação até à vizinha Santiago de Compostela, em Espanha, – a diocese do Algarve participa uma vez mais na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) com o Papa.

Depois de Paris, Roma e Colónia, respectivamente com 150, 400, 120 participantes, – sendo que, a seguir à capital italiana, a presença em Toronto foi mais representativa da comunhão da Igreja algarvia com o evento do que outro significado que lhe queiramos atribuir –, este ano, em Sidney (Austrália), a participação algarvia volta a ser mais significativa. Sobretudo tendo em conta de que se trata de uma viagem intercontinental de… 24 horas(!) inevitavelmente mais dispendiosa.

São 13 os elementos que desta vez seguem do Algarve para fazer festa com os restantes jovens de todo o mundo em torno do Papa Bento XVI.

A Igreja algarvia confia-lhes a responsabilidade da sua representação neste encontro mundial e eles sabem disso. Por isso assumiram-no conscientemente desde a primeira hora e com todo o entusiasmo.

A Diocese do Algarve espera então que o seu regresso traga também o contagiante testemunho para os seus coetâneos de quem reforçou o seu compromisso na Igreja que servem e à qual se orgulham pertencer.

No caso do Algarve a preparação para esta JMJ passou sobretudo pela forma como foi preparada, vivenciada e celebrada a Jornada Diocesana da Juventude deste ano.

De facto, a atenção reforçada na análise e trabalho (apresentado nesse dia) em torno da Mensagem do Santo Padre para a ocasião, representa muito da preparação que o Algarve realizou.

Samuel Mendonça, Diocese do Algarve
Ano 2000

Era ano jubilar para a Igreja e o Papa João Paulo II (Giovanni Paolo como se gritava pela ruas) lançou o desafio aos jovens a encontrarem-se com ele em Roma.

As jornadas superaram as minhas expectativas, mas penso que os dois últimos dias resumem o que foi para mim esta experiência, uma vivência forte de Amor testemunhado pela alegria e energia daquele homem já de saúde débil mas que transbordava felicidade.

No final da manhã de Sábado iniciamos a viagem que nos iria levar a Tor Ver-gata, vasto campo nos arredores de Roma, adaptado como local de acampamento de 4 milhões de jovens. Durante o dia e meio o ambiente foi fantástico, tornava-se até apoteótico sempre o Papa se juntava a nós. Além das vivências fortes de Oração, especialmente na vigília no Sábado à noite e na Eucaristia de Domingo, foi uma experiência da Universalidade da Igreja, reunindo jovens de todas as partes do mundo, por um mesmo ideal.

Carlos Freitas, Diocese de Lisboa
O encontro com o Papa

“Jesus Christ you are my life” foi a frase mais cantada durante as Jornadas Mundiais da Juventude que participei, em Colónia. Foi uma experiência de fé fascinante e enriquecedora. Confesso que o maior motivo que me levou a participar foi poder estar na presença do Papa João Paulo II, ele que com uma simplicidade única sabia chegar tão bem ao coração dos jovens. No entanto, durante o tempo de preparação para as Jornadas, a morte de João Paulo II levou-me a criar outra expectativa: como seria a presença de Bento XVI junto dos jovens? Saberia ele acolher-nos e entusiasmar-nos da mesma maneira? A expectativa foi superada: Bento XVI soube ocupar o seu lugar e, não à maneira de João Paulo II, mas sim à sua maneira. Na eucaristia de encerramento, em Marienfield, o Papa pôs nas mãos dos jovens o futuro da Igreja. Assim, aquele que tantos diziam ser um alemão frio e até arrogante, mostrou-nos o quão próximo está de nós no serviço a Cristo e a resposta dos milhares de jovens lá presentes foi gritar pelo seu nome: ” Benedecto!”.

Andreia Pereira – Diocese de Lisboa
Roma, Paris, Colónia

Partilhar as vivências sentidas nas JMJ em Paris, Roma e Colónia, foram momentos de grande intensidade, inesquecíveis, inexplicáveis e incomparáveis.

A nível espiritual foram experiências fortes, bonitas e vivências bastante ricas, de grande entusiasmo e completas.

“Mestre Onde Moras? Vinde e Vede”. Fui e vi que Cristo mora em cada um de nós e todos juntos em Paris fizemos uma catedral de fé. O acolhimento ao Papa João Paulo II no Champ de Mars foi belo. Cantei rezei, meditei, caminhei, partilhei e vi que a procura de Cristo é bem maior. Vi e senti que Cristo está no meio de nós. Foi “a revolução do Amor” vi milhares de jovens, todos diferentes mas, ao mesmo tempo todos iguais unidos na mesma fé. Mais de 1 milhão e 600 mil jovens, cantamos e rezamos juntos, no Hipódromo-LongChamp que foi pequeno demais para acolher tantos jovens. Na Vigília houve momentos fortes: os baptismos de vários Jovens pelo Santo Padre.

Relembro algumas palavras do Papa João Paulo II: “Jovens vós sois a esperança da Igreja e do mundo. Vós sois a minha esperança”. “Ide pelas estradas do mundo, pelos caminhos da humanidade, permanecendo unidos na Igreja de Cristo! Continuai… e sereis iluminados para construir a civilização do amor… Testemunhai o Emanuel!…”. Voltei e comprometi-me cada vez mais.

Para celebrar os 2000 anos do nascimento de Jesus Cristo (XV-JMJ-Jubileu mundial Jovem) aceitei mais uma vez o Seu convite para estar com um jovem de 80 anos e celebrar a minha fé com ele! Para dizermos juntos que acredito que existe um Deus que nos ama e nos envolve. “O verbo fez-se carne e habitou entre nós”. Em Roma cada lugar, cada celebração, cada actividade teve momentos muito fortes (a entrada na Praça de S. Pedro, a Via Sacra no Coliseu, a Chegada de João Paulo II a Tor Vergata; a passagem do Papa conjuntamente com os cinco Jovens dos vários continentes pela porta Santa quando atravessou o grande Arco do jubileu, quando ele fez os gestos da dança contagiando todos com momentos engraçados), na noite da Vigília quando o Papa falava foi várias vezes interrompido com aplausos ele dizia: Que força! Sim que força para fazer o bem “Que força para fazer mudar o mundo”. Ele falava a mais de dois milhões de jovens com força e ousadia. A todos tocava “não tenhais medo de seguir Cristo” “Jovens não tenhais medo de ser os santos do novo milénino…” (O Papa ofereceu como presente a todos os jovens o Evangelho que é a palavra de JC e a Eucaristia é a fonte e o centro de tudo para sermos fiéis). Que alegria trazia em si! O papa móvel passou tão perto de nós, sem esperamos era ver a alegria de todos, corriam, saltavam, corriam e como corriam para estar o mais próximo do Papa! Este homem era o guia da Juventude para Cristo e nós somos seguidores de quem nos leva a Cristo – Eucaristia “O … e habitou entre nós”.

A JMJ em Colónia foi muito rica teve dois Papas connosco. Em Colónia quando o Papa Bento XVI subiu e desceu o Reno (de barco) foi igual, as margens foram pequenas demais para tantos jovens, corriam, corriam, muitos meteram-se dentro do rio com água por cima da cintura todos queriam estar o mais próximo possível do Papa. Sentimos na sua presença, nas palavras, nos gestos e nos sorrisos do Papa Bento XVI a presença de Deus, na sua pessoa e amizade, era ver a alegria de todos. Fomos adorar o Senhor um milhão e cem mil jovens. “Viemos adorá-lo” sim “adorar Cristo Verdadeiro” Na Catedral de Colónia, em Marienfield na Vigila e Celebração ali estavam verdadeiros adoradores de Cristo.

O Papa Bento XVI disse “… amigos… o Senhor chamou-me para suceder o amado Pontífice João Paulo II, genial iniciador das JMJ… com alegria, recolhi esta herança e agradeço a Deus que me concedeu a oportunidade de viver junto com tantos jovens… seguindo a cruz de Cristo”

“Caminhemos em frente com Cristo e vivamos a nossa vida como verdadeiros adoradores de Deus!…”

“ Queridos amigos… agradeço-vos de todo o coração… Sede sempre fiéis a Cristo e à Igreja…”.

Em Paris/97 fizemos a 1ª etapa da JMJ em Saint-Éttiene fomos acolhidos em famílias que nos trataram e amaram como filhos.

Em Roma fizemos a experiência da 1ª étapa da JMJ em Piacenza. Ficamos numa escola com o apoio de muitos voluntários que ajudavam e preparavam tudo com muito amor, tivemos o apoio e o acompanhamento das entidades religiosas desta Diocese.

Em Colónia fomos acolhidos por famílias fabulosas da Diocese de St. Chrysanthus und Daria. Também por parte das entidades civis e religiosas o acolhimento foi grande e caloroso.

As actividades nas Dioceses foram ricas em todos os aspectos: nas manifestações culturais, nas celebrações e nas actividades que eram feitas em conjunto com os jovens de outros países foi um sentirmo-nos em casa.

Em todas as JMJ as catequeses e as celebrações foram motivadoras, bem como os festivais de juventude e restantes actividades.

O aperto, o cansaço, o calor e as dificuldades tudo isso foi secundarizado. Porque somos muitos a caminhar para Cristo e é na vivência espiritual que está o sentir dos nossos jovens que são testemunho.

Lídia Sousa, Diocese do Funchal

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