Surpreende que enquanto o grupo ouve os de Emaús e comenta a aparição de Jesus a Pedro, precisamente quando Cristo, em pessoa, aparece no meio deles, os discípulos tenham medo e resistam em acreditar no que estão vendo os seus olhos. Até certo ponto era lógico. Tinham-no visto sofrer, morrer e ser sepultado somente umas horas antes, se bem que as suficientes para o desmoronar de toda a ilusão e esperança messiânicas perante fracasso tão evidente. Portando, deve tratar de um fantasma, pensam eles, de uma alucinação coletiva, algo assim como uma presença “espírita”. À insegurança seguia-se a dúvida e esta criou o aspecto do medo que os impedia de acreditar.
Então Jesus ressuscitado junta provas físicas da Sua identidade e que evidenciam a Sua humanidade corpórea: “Tocai-me; tendes alguma coisa para comer?” E comeu diante deles. Não obstante a Sua humanidade está glorificada, o que explica que num primeiro instante não O reconheçam. Se bem que, depois de um processo gradual de fé e com base na Sua experiência e contato pessoal com e Senhor ressuscitado, acabarão por acreditar firmemente que o Visitante não é outro senão o próprio Jesus que ressuscitou.
Nas proclamações que lemos nestes dias, como primeira leitura, os apóstolos, pela boca de Pedro, demonstram ter aprendido bem a lição escriturística de Jesus. Assis, por exemplo, como lemos hoje no seu forte discurso missionário, motivado pela cura do inválido da Porta Formosa do templo, o apóstolo Pedro deixa claro diante da multidão que a cura não se efetuou pelo seu poder nem pelo de João, seu companheiro, mas em nome de Jesus, a quem Deus glorificou “ressuscitando-o de dentre os mortos; e nós somos testemunhas… Deus cumpriu desta maneira o que havia dito pelos profetas: que o seu Messias tinha que padecer. Portanto, arrependei-vos e convertei-vos para que se apaguem os vossos pecados”.
O núcleo central do anúncio apostólico , como vemos pelo livro dos Atos, é sempre o testemunho da Morte, Ressurreição e Exaltação de Cristo por Deus como Senhor e Salvador para todo o que n’Ele crer.
Padre Pacheco
Comunidade Canção Nova