“Eu sou o que faço da minha história”. É o título de um dos livros do padre Deolino Baldissera dirigido, sobretudo, aos jovens e às jovens. Nele o autor demonstra a grande importância dessa afirmativa na vida de cada pessoa. Sua reflexão é um convite a parar de vez em quando e dar uma olhadela para ver se a elaboração desta história prossegue no rumo e no ritmo certo; porque às vezes ela vai sendo construída ‘aos trancos e barrancos’ deixando rastros negativos na vida, especialmente de quem se prepara a projetar o seu futuro.
Somos obra-prima do Criador
Todos corremos pela vida; porém, não sozinhos. De um jeito ou de outro, sempre exercemos alguma liderança e alguém segue os nossos passos, seja para o bem ou para o mal. E é mesmo por causa disso, que esse stop se torna necessário. Observemos o que faz o pintor, o escultor a cada manhã, antes de avançar no seu trabalho. Olha para a sua obra, toma distância para ver melhor o todo. Se tudo estiver correto, ele prossegue; mas, se perceber que algo não está de acordo com o seu gosto, ele não hesita em refazer tudo. Por que faz isto? Obviamente, porque quer que a sua obra seja perfeita. Isto nos faz lembrar uma outra realidade: nós seres humanos, somos uma obra; uma obra-prima saída das mãos do Criador que a fez à sua imagem e semelhança; depois no-la entregou para que fizéssemos os acabamentos. Precisamos ter consciência disso; afinal, somos os responsáveis diretos pelo bom ou pelo mau êxito da nossa existência.
Uma história sem expressão
É o que acontece: ocupamo-nos com tantas outras coisas e a nossa vida, que deveria estar em primeiro lugar nas nossas atenções e preocupações, deixamos em segundo, terceiro, quando não em último plano. Não que queiramos esquecer ou fugir dela, de propósito; mas, às vezes até inconscientemente, deixamos que muitos outros interesses a suplantem. Só que o tempo não pára, e a nossa história vai sendo construída por nós; e quando olhamos para trás, o que percebemos? Uma história sem expressão, medíocre, sem marcas e experiências
profundas, sem nada que a identifique com a história daqueles e daquelas que vão em frente com entusiasmo, arrastando outros e outras atrás de si, convictos que aquele é o rumo certo; eles têm clareza e sabem onde querem chegar.
O filme da nossa existência
A nossa história é comparada a um filme; um filme que é muito bom assistir de vez em quando. Não assistir só por assistir; mas fazê-lo com atenção, observando-o, analisando-o e tendo também a coragem de, se necessário, fazer alguns cortes, anexos e ajustes. Estes são muito importantes. São justamente eles que nos ajudarão a fazer com que a nossa história avance no tempo e na idade, respeitando os limites e
as regras do bem viver. Diante do nosso filme, podemos nos perguntar: eu teria a coragem de apresentá-lo todo inteiro, sem censura, às pessoas que eu amo: meus pais, meus amigos, meus professores? Se sim, parabéns! Se não, sempre é tempo para dar uma guinada e tomar outro rumo; aquele rumo que nos garantirá um futuro bem resolvido e feliz.
Para refetir:
Se quiser continuar a reflexão, leia o texto bíblico 1Cor 9, 24-27
e responda às questões:
1. Conhecemos, nós, a nossa história? Ou prosseguimos na vida sem nem saber bem o que queremos?
2. Temos o hábito de parar de vez em quando para assistir ao
nosso filme? Temos a coragem de apresentá-lo a outros sem constrangimentos?
3. “O mundo abre passagem a quem sabe para onde está indo” (Émerson). Pode ser este um programa de vida. Que
tal fazer a experiência?
Publicado em “Revista Missões” www.revistamissoes.org.br