No decorrer do ano litúrgico, a Igreja nos convida a rezarmos e refletirmos sobre diversas realidades, de modo que para cada mês sempre tem algo específico, como por exemplo, o mês de maio, a quem dedicamos? A Maria, junho? (santos populares; Agosto? (vocação) setembro? (Bíblia) e outubro? Mês missionário! É isso mesmo, o mês de outubro é o mês das Missões. Nele queremos refletir com especial enfoque no nosso compromisso de discípulos missionários (as) até os confins do mundo. Normalmente é produzido vários subsídios para ajudar as comunidades a viverem bem o mês missionário, como por exemplo, a Novena de da Festa de Nossa Senhora Aparecida, a qual estamos iniciando hoje, e traz por temas: Com Maria, discípula e missionária, escolhemos a vida, tem também , Vida para todos os povos, produzido pelas POM, quatro encontros um por semana, em forma de circulo bíblico – celebrações missionárias que ajudam a prepara-se para Campanha Missionária. Sendo que o dia 19 de outubro é o DIA MUNDIAL DAS MISSÕES.
É no coração da humanidade que somos chamados a viver missionariamente o nosso batismo, pois dificilmente encontraremos outro caminho para viver este sacramento, a não ser pelas estradas missionárias, que nos levam a participar de maneira profunda e explícita da natureza da Igreja. Pois a Igreja é por natureza missionária.
Desde 1926, com a instituição do Dia Mundial das Missões pelo papa Pio XI, intensificou-se em toda a Igreja, e em todas as Igrejas particulares, o apelo de renovar e direcionar o próprio ardor e vida missionária para além das próprias fronteiras, em dimensão universal. A V Conferência do CELAM, realizado ano passado em Aparecida, fez um apelo forte, no sentido de que toda Igreja, todos os batizados, se tornem discípulos missionários de Jesus Cristo.
O papa Bento, em sua passagem por São Paulo, Aparecida, falou que são muitos os batizados, mas nem todos são evangelizados.
É mediante realidade como esta que devemos permitir que cresça em nós cada vez mais a consciência missionária. Neste sentido Dom Pedro Casaldáliga numa poesia orante, diz: “se sou batizado, sou missionário, se não sou missionário, não sou cristão”.
A tarefa missionária se abre sempre às comunidades, assim como ocorreu em Pentecostes, diz o DAp 171, daí a grande importância da nossa participação na vida da comunidade, na caminhada da paróquia. A V Conferência Geral se considerou uma oportunidade para que todas as nossas paróquias se tornem missionárias DAp 173, se tornem centros de irradiação missionária, lugares de formação permanente (306) e fonte dinâmica do discipulado missionário DAp 172.
Hoje quando nos deparamos com a pergunta, qual o porquê de um mês missionário, iremos perceber que muito a Igreja já fez neste sentido, mas ainda tem muito mais para ser construído, pois novos desafios exigem novas respostas. Assim sendo, a vivência da missão vai bem além de um mês missionário, perpassa toda a vida da Igreja. Nesta ótica de que muito ainda temos para fazer, é que devemos acolher com carinho e determinação o Projeto Nacional de Evangelização, que foi recentemente aprovado pelo Conselho Permanente, trazendo como título: O Brasil na Missão Continental e o lema: A Alegria de ser Discípulo Missionário.
Para concluir esta simples e breve reflexão sobre o Mês Missionário, me aproprio das palavras de Dom Dimas, quando entrevistado recentemente pelo Católico News sobre a vida da Igreja Católica hoje no Brasil, ele dizia: “A Igreja Católica em nosso País sempre se caracterizou pela vitalidade e pelo o compromisso de tornar o Evangelho uma realidade na vida de nosso povo”.
Isto é viver nosso compromisso missionário.
Pe. José Altevir da Silva, CSSp
Assessor da Comissão Episcopal Pastoral
para a Ação Missionária e Cooperação Intereclisial.
Fonte: CNBB