Realizar constantemente a reconciliação com nós mesmos, com os outros e com Deus
“Aceitar livremente obedecer e ser dócil é caminho para a maturidade: tornar-se adulto psicologicamente e, sobretudo, adulto em Cristo” (monsenhor Jonas Abib).
A cura interior não só é importante como também é necessária: precisamos ser curados, Deus quer nos curar plenamente; por meio dela somos restaurados na nossa personalidade. Ela é a chave para a cura plena da pessoa. Cada dia é um dia de surpresas que o Senhor nos reserva; podemos confiar e nos abrir, sem medo, à ação do Espírito Santo.
Como saber se eu preciso de cura interior? Onde eu preciso de cura interior? São questionamentos fundamentais que nós – à luz do Espírito Santo – precisamos nos fazer, buscando o discernimento e o diagnóstico. Se um médico é cuidadoso em fazer um diagnóstico ao seu paciente, quanto mais nós precisamos ter cuidado com o diagnóstico das emoções nossas e das pessoas. É preciso se abrir ao Espírito Santo, agir, em Nome de Jesus, para o bem, porque o Senhor trabalha para o bem, para todos aqueles que O amam. Seguir o exemplo de Cristo, que passou pela terra fazendo o bem, libertando as pessoas do poder de satanás: é preciso concluir esse trabalho, é preciso ter fé e compaixão.
As etapas para viver bem esse processo:
“É fundamental colocar em ordem nossa vida passada, toda ordem tem sua estrutura na cruz de Jesus”. A cruz é e será sempre a chave de leitura da nossa história de salvação. É necessário realizar a paz dentro de nosso interior. Em nossa história realizar constantemente a reconciliação com nós mesmos, com os outros e com Deus. Visitar o passado requer uma mudança, não olhamos para trás e aceitamos. Para o homem espiritual todas as situações de sua vida lhe fazem perguntas: “Quem está comigo?” “O que Deus quis me falar?” “O que aprendi?”. Como é possível reler nossa história de salvação e transformá-la num bem? Em Cristo o Pai já realizou toda essa transformação. É necessário, pois:
1) Aceitação: Capacidade de recordar os fatos, pessoas. Jesus entra no profundo de cada um e o descobre, com amor. Ex.: Samaritana. Nenhum fato de minha história é um absurdo.
2) Reconciliação: Com a própria história, para eliminar toda negatividade. Acolher as realidades como presença misteriosa de Deus. “Quantas vezes devo perdoar?” nem tanto a quantidade do perdão, mas a qualidade deste ato. Só se pode perdoar olhando para a cruz, para o Crucificado. Recordar, sob a memória credente de Jesus, me faz recordar sem dor, mas sob a luz do Espírito: “Fazei isto em memória de mim”. Todo meu passado posso recordar sob a cruz, ela faz ativar a memória.
3) Transformação: Quando a pessoa intui a positividade das coisas, ainda que negativas. Nossa história deve ser escrita e revista como um memorial, nunca como um diário, mas celebrando: “Deus estava presente, neste, naquele momento…”. Fé histórica: encontro o Senhor em cada momento, em cada fase. No Juízo Final o Altíssimo nos perguntará: “O que você fez com a minha presença na sua história?” Encontrar o rosto do Senhor, Ele que se manifestou das mais diferentes maneiras.
Verinha