Hoje, se lhe ouvirdes a voz, não endureçais vossos corações.

 

Sim, é ele o nosso Deus e nós o povo do seu pasto, o rebanho de sua mão. Oxalá ouvísseis hoje a sua voz! “Não endureçais vossos corações como em Meriba, como no dia de Massa, no deserto, quando vossos pais me provocaram e tentaram, mesmo vendo as minhas obras” (Sl 95, 7-9).

 

Olá, meus irmãos. Sejam bem-vindos ao nosso primeiro texto de 2022. É sempre muito bom compartilhar com vocês a Palavra de Deus! A palavra de hoje está no livro dos salmos, capítulo 95. Pelo seu tom, podemos perceber que aquele que recita, em certo momento começa a falar em profecia, recordando aos ouvintes um acontecimento importante na história sagrada e que não deve ser repetido. É Deus mesmo, portanto, quem fala ao povo: “não endureçais vossos corações como em Meriba, como no dia de Massa, no deserto, quando vossos pais me provocaram e tentaram, mesmo vendo as minhas obras”. Estes fatos podem ser lidos em Êxodo 17, 1 – 17 e Números 20, 1 – 11. A certa altura da caminhada do povo no deserto lhes falta água para beber, mas não só para eles. Falta também para os seus filhos e animais. A situação é realmente difícil. Eles chegam a discutir com Moisés e a murmurar contra ele. Moisés, então, clama a Deus, que responde dizendo que ele deveria passar adiante do povo, tomar alguns dos anciãos de Israel consigo, levar a vara com a qual ele havia ferido o Rio na mão e seguir. O Senhor disse ainda a Moisés, “eis que estarei diante de ti, sobre a rocha (em Horeb); ferirás a rocha, dela sairá água e o povo beberá” (Ex 17, 6). Assim fez Moisés na presença dos anciãos de Israel. O versículo seguinte diz que àquele lugar foi dado o nome de Massa e Meriba por causa da discussão dos israelitas e porque colocaram Deus à prova, dizendo: Está Deus no meio de nós ou não? (v. 7). Meriba significa disputa e Massa, tentação. O povo, mesmo tendo testemunhado as maravilhas que Deus havia realizado por ocasião de sua libertação do Egito, não depositou nele a sua confiança. Ao contrário, questionam se Ele estaria ou não no meio deles.

 

O Apóstolo Paulo nos ensina que “tudo o que se escreveu no passado é para nosso ensinamento que foi escrito, a fim de que, pela perseverança e pela consolação que nos proporcionam as Escrituras, tenhamos esperança” (Rm 15, 4).  Nós, irmãos e irmãs, devemos olhar para estes acontecimentos, de fato, como um grande ensinamento. Pois, também nós corremos o risco de, atravessando o deserto desta vida, nos esquecermos da maravilha que o Senhor realizou por nós: nos deu a vida eterna! Alguns naufragaram na fé rejeitando a boa consciência, diz Paulo a Timóteo (cf. 1Tm 1, 19). Nós não podemos endurecer o nosso coração diante das dificuldades do tempo presente. Não. É urgente que combatamos o bom combate, com fé e boa consciência (cf. 2Tm 4, 7; 1Tm 1, 19). 

Eu não sei por quantas e quais dificuldades você passou ou tem passado, mas gostaria de levar consolo ao seu coração e ao mesmo tempo, com ajuda do Consolador, o Espírito Santo, convidá-lo à conversão com esse trecho de uma homilia do século II: “Não se entristeça o cristão, se neste tempo suporta a miséria; espera-o um tempo feliz.” Este tempo feliz do qual fala o autor certamente não é aqui, mas no céu. Diz ainda ele: “e não se abale nosso espírito, quando vemos ricos e injustos e em dificuldade os servos de Deus. Tenhamos fé, irmãos e irmãs: suportamos as lutas do Deus vivo e somos provados nesta vida para recebermos a coroa na futura. Nenhum justo recolhe um fruto imediato, mas aguarda-o. Porque, se Deus desse logo a recompensa aos justos, nos entregaríamos então a um negócio e não à virtude; parecíamos querer ser justos por causa do lucro, não do serviço de Deus”. 

Amados, não deixemos endurecer o nosso coração! Ao contrário, abracemos a nossa cruz e corramos com ela para os braços de Deus e digamos: “quantas maravilhas realizaste, Senhor meu Deus, quantos projetos em nosso favor: ninguém se compara a ti. Quero anunciá-los, falar deles, mas são muitos para enumerá-los” (Sl 40, 6).

 

Por fim, meus irmãos, supliquemos a intercessão de nossa querida mãe: “valha-nos, ó Deus, a intercessão da sempre Virgem Maria, para que livres de todos os perigos, vivamos em paz. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo”. Amém!

 

Marcus Lemos – Segundo Elo – Canção Nova Aracaju

 

Marcus Lemos é missionário na comunidade Canção Nova, vivendo seu primeiro ano de consagração. Natural de Aracaju/SE, é casado com a missionária Nathalie Fontes, trabalha no setor de Educação a Distância (EaD) de um Grupo Educacional, é formado em Gestão da Tecnologia da Informação.

 

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