Adolescência: a etapa mais difícil da vida

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Podemos dizer que a adolescência é a etapa mais difícil da nossa vida, porque ela é cheia de transições. Por isso se chama adolescência, o que significa, crescer, desenvolver- se.

Primeiro saímos da infância, sem saber que saímos dela. Você lembra o exato momento que deixou de ser criança e se tornou adolescente? Isso gera uma angústia muito grande.

"Cada uma vive essa transição de uma forma diferente" (Galeria/cancaonova.com)

“Cada uma vive essa transição de uma forma diferente” (Galeria/cancaonova.com)

A criança não sabe quando deve parar de brincar de boneca ou carrinho. Cada uma vive essa transição de uma forma diferente, não existe receita de bolo. Umas abandonam os brinquedos rapidamente e já se identificam com esse mundo “adulto” e desejam namorar, ficar só com os amigos, tem vergonha dos pais e tantas outras coisas. Outros, brincam escondido dos amigos, porque tem vergonha de gostar de seus brinquedos ainda. Um conflito que parece simples, mas mexe com a cabeça das crianças ou pré-adolescentes, ou adolescentes? Ou jovens? Não é fácil! Imagine, o adolescente pode ser identificado por todas estas formas que citei, e ao mesmo tempo, se sentirem sem identidade alguma.

:: Influências do meu em minha gestação

Dentro da adolescência, existem três etapas: a etapa inicial, que antigamente era conhecida como puberdade. A segunda fase da adolescência é conhecida como média, ou propriamente dita, onde acontece a maior parte dos conflitos e das rebeldias. E a fase final da adolescência que se trata da transição para vida adulta jovem.

A primeira etapa, é marcada pelas mudanças física. As meninas vivem esta etapa, normalmente um ano antes que os meninos. Nela os seios das meninas desenvolvem, a maior parte delas vivem a experiência da primeira menstruação e assim já começam a se diferenciar de forma definitiva o sexo feminino do masculino. Nos meninos, as espinhas aparecem, a voz começa a engrossar e o início de um reconhecimento genital de forma viva e ativa. Tudo isso marca o término do corpo infantil. Nesta etapa é comum surgir processos traumáticos vinculados ao desenvolvimento precoce ou tardio do corpo. Torna-se importante a figura do amigo, e quando não se reconhece tão semelhante à autoexclusão pode acontecer.

Na segunda etapa, é a fase que acontece o distanciamento afetivo da família. A família deixa de ser o centro, na busca de uma identidade independente. Aqui o adolescente já não quer ser mais reconhecido como o filho da Maria ou a filha do José. Nesta etapa, ele quer ser reconhecido por aquilo que é. Assim, se explica aqueles períodos que o adolescente defende ideologias, discutem política e se tornam revolucionários, por conseguirem pensar de forma independente a seus pais.

"A adolescência é rica em transformações físicas, intelectuais, emocionais e até dos pensamentos." (Galeria/cancaonova.com)

“A adolescência é rica em transformações físicas, intelectuais, emocionais e até dos pensamentos.” (Galeria/cancaonova.com)

Nesta etapa também acontece a formação dos grupos de iguais. Lembra daquela época da escola do grupo de vôlei, do futebol, dos jogos no geral. Do grupo de jovens, daquela turma da rua, dos dark, os Emo, daquela turma da bebida, das noitadas, os hippies, a turma dos roqueiros, dos pagodeiros e tantos outros grupos. Estes grupos eram formados a partir de algo que todos os integrantes apresentavam. São os grupos que a psicologia identifica como grupo de iguais, no qual muitos na ânsia de ser diferente tornam-se iguais a tantos outros. Esse é o mundo do adolescente!

:: Até que ponto meus pais me influenciam

Caminhando para a etapa final, o adolescente vive um dos maiores conflitos de sua vida. A escolha da profissão! Nesta etapa, onde tantas coisas estão acontecendo, como a maioridade, a aquisição da carteira de habilitação e outras coisas, ele tem que sozinho decidir sua profissão.Uma decisão que determinará seu futuro, nas mãos de um adolescente que busca a identidade e independência. Muitos nesta etapa são influenciados pelos pais, seja para seguir carreira familiar ou porque os pais projetam a realização do próprio desejo nos filhos. Infelizmente aqui existe muita influência dos pais, e não deveria ter, afinal, quem vai trabalhar não será ele e sim esse adolescente.

A adolescência é rica em transformações físicas, intelectuais, emocionais e até dos pensamentos. Não tenho como falar de tudo, mas creio que agora podemos olhar para os adolescentes de forma diferente, como seres humanos que passam por uma avalanche de transformações, que nem sempre conseguem dar uma resposta positiva. E a sua? Como foi?

Aline Rodrigues
Psicóloga e missionária da Comunidade Canção Nova

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