“Que nos amemos uns aos outros. Não façamos como Caim, que era do maligno e matou seu irmão. E porque o matou? Porque as suas obras eram más, e as do seu irmão, justas.” (1Jo 3, 11-12). Começo com um questionamento interior: Quem eu estou matando e por que minhas obras são vistas como más e não justas? Deve ser porque eu mato quem eu não consigo responder de forma diferente. Se são ásperos comigo, eu sou ápero com eles. Se me ferem o interior com provocações e palavras duras, eu imediatamente faço o mesmo. Sem Deus como centro de minha vida e de minhas atitudes, passo a fazer parte de um plano maligno. Onde o que importa é ser o centro das atenções e como uma criança egocêntrica, faço birras, sapateio e choramingo. Sendo que a única diferença entre a criança e eu, é que ela não sabe que está sendo egoísta porque seus sentimentos e temperamentos ainda estão em formação. E eu, pelo contrário, sei bem como é o agir correta e incorretamente, coerente e incoerentemente. Sei bem o que é experimentar o amor verdadeiro de Cristo. E mesmo assim prossigo com a infantilidade de quem ainda não experimentou a verdade que liberta, de quem não experimentou o próprio Jesus Cristo. Não me cabe mais atitudes assim, e mesmo assim o faço. Por que? Simplesmente por que nasci com o pecado original e terei que lutar todos os dias contra as vontades de minha humanidade. É como se a via dolorosa se tornasse pesada demais e a exaustão fizesse as pernas bambearem e as forças se esgotarem. E o desânimo faz a mente esquecer a prevalência em Deus e o melhor e mais importante na vida de quem um dia decidiu ser de Cristo. Há agora uma grande necessidade de um suplemento que revigore as forças e me faça levantar e retomar o caminho. E esse suplemento não está em coisas que se conquista, ou em pessoas que te bajulam. Existe uma luz que não se apaga, mesmo que se viva em trevas. Existe um amor maior, que sempre será sentido, mesmo quando se vive desentendimentos e amarguras. E existe uma canção que não termina, mesmo que as regras dos acordes clame o último arranjo da melodia. Os pés de quem vive assim estão firmes na terra. Coração e olhos voltados para o lugar de origem, o recanto onde se foi eleito filho de Deus e seguidor de quem venceu o mundo. E quem vive tribulação assim só precisa sofrer as demoras do Salvador. É só uma questão de tempo para que tudo volte aos trilhos. Assim como os vagões de um trem que descarrila. Leva tempo, para que máquina e conjuntos voltem à posição de retidão e retomada da ferrovia. E ao primeiro apito, todos já sabem! O dano causado, passou e a viagem precisa ser retomada. E ao fim da estrada de ferro e dormentes, existe uma última estação, onde muitos que foram primeiro já esperam a chegada de quem se atrasou por vontade própria, por necessidade de ajustar melhor os vagões da vida, ou por ter um atraso provocado por quem não queria o sucesso de sua viagem. E depois de toda tribulação e demora se chegará sim ao destino chamado juízo final. Ali o encarregado das malas já sabe bem as escolhas que o passageiro fez e pra onde irá levar sua bagagem de sentimentos bons ou más. E quanto maior e mais pesadas forem as malas do bem, comparadas as do mal, menor será o trajeto para o Reino Celeste, onde não existe mais dor e nem lágrimas. Onde a agonia dá lugar a certeza de que valeu a pena fazer as melhores escolhas, mesmo que as vezes pareciam ser as piores. Pense nisso!
Deus abençoe!
Wallace Manhães de Andrade
Comunidade Canção Nova
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