Todos nós devemos ter recebido elogios alguma vez em nossas vidas. É bom não é mesmo? Como é bom receber elogios que estamos bem arrumados, estamos bonitos, fizemos um determinado trabalho bem, e outras coisas mais.
Com as coisas de Deus também somos elogiados muitas vezes: o cartaz que você fez ficou lindo, a sua pregação foi muito boa, sua oração foi excelente, sua voz é linda, e outras coisas mais.
Certa vez, fazendo o estudo da Palavra, Deus me deu a seguinte passagem: II Cor 12, 1-6 e pensei comigo mesmo: “Paulo deve ter sido muito elogiado”. Só pelas histórias que ouvimos e lemos a seu respeito já podemos imaginar quantos motivos ele devia ter para ser elogiado. Imagina para aqueles que conviviam com ele ou o viam fazendo verdadeiros milagres, pregações que convertiam milhares de pessoas. Imaginem só?
Pelo texto, vi que ele lutava incessantemente contra a atitude de gloriar-se: “quanto a mim mesmo, não me gloriarei, a não ser das minhas fraquezas”. Ele falava assim, pois conhecia-se. Sabia do que era feito, e mais, sabia que tudo o que fazia era Deus que fazia nele. Interessante, não é mesmo? Fiquei meditando muito nisso, pois, deve ter sido muito difícil para ele reconhecer suas limitações e encará-las de frente, sabendo que ele deve gloriar-se de suas fraquezas, pois elas o levam a se colocar no seu devido lugar. Como o jumento que levou Jesus a Jerusalém e a multidão gritou e ficou toda alvoroçada. Não ficava assim por causa do jumento e sim por causa de Jesus. Era Jesus que todos estavam vendo e aplaudindo e não o jumento que carregava Jesus.
Percebi que Paulo ficava feliz sim por carregar Jesus e todos ficarem bem por verem Jesus através dele, mas escreveu: “evito gloriar-me, para que ninguém faça de mim uma idéia superior àquilo que vê em mim ou ouve de mim”. Eu não tenho e nós não temos do que nos gloriar-nos quando executamos uma tarefa bem feita para Deus, pois, apenas fazemos nosso papel como jumentinhos que somos carregando Jesus. Não precisamos de reconhecimentos pelo trabalho bem feito. São Paulo disse que o Senhor falou para ele: “Basta-te a minha graça”, II Cor 12, 9. Precisamos somente da graça de Deus como recompensa e isso nos basta.
São Josemaria Escrivá dizia “a humildade consiste em nos vermos como somos, sem disfarces, com verdade”. Somos verdadeiros quando percebemos que tudo o que fazemos para o Senhor é para a glória Dele e não para nossa. É Ele que faz através de nós. Quando pregamos, cantamos, tocamos, fazemos uma ótima comida no retiro ou outro serviço para o Senhor, devemos fazer para a glória de Deus e por isso deve ser feito da melhor forma, lembrando sempre de nossas fraquezas, como São Paulo.
Para alguns, isso é bem fácil de lidar, para outros, bem difícil, como foi para São Paulo.
Que Deus possa sempre nos mostrar nossa verdadeira estatura. Nem mais, nem menos.
Junior Alves, missionário da Comunidade Canção Nova
Missão Rio de Janeiro