A Cruz da minha vida

Cruz de minha vida, Cruz de minha alma, Cruz de minha alegria.

Artigo enviado por internauta.

Por Mirla Rocha

Árdua Cruz que me limita e me liberta, que me santifica, que me dá nova vida!
Cruz que me atormenta, Cruz que me alimenta.

Aonde vou sem te carregar comigo? Como seguir sem te levar a minha frente?

Cruz que me sela para Deus, Cruz que me carrega para o Céu.
Sofro contigo, ó Cruz Bendita, as dores dos teus cravos, as dores da minha vida.

Nada mais vejo, nada mais desejo…
Escondo-me, feliz, na tua loucura!
Escolho para mim a tua beleza!

A primeira vez que me questionei sobre a cruz de Cristo, eu queria ir além da dor e do sofrimento: Queria compreender o sentido, o motivo de tão excepcional doação. Meditei, rezei, aprofundei. Percebi que a cruz era expressão de um amor tão forte e tão grande que chegava a ser inexplicável. Foi aí que me encantei por esse mistério fascinante! Em meio a tanto sofrimento, há nela uma expressão tão forte de perdão, tão viva de misericórdia, de reconciliação entre Deus e o homem, que tal sofrimento passou a ser expressão de amor: um amor extremo. Saber desse amor de Deus pelos homens e experimentar desse mistério é algo maravilhoso! Passei então a ver a Cruz como um abraço de Deus, de Sua Vontade na vida de Jesus e na vida de cada um que pega sua própria cruz e O segue (Mt 16, 24).

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A cruz passou a ser consolo, pois vi que era sinal de amor, de perdão de Deus por nós. É sinal de vida que vence a morte! E, por isso, é também sinal de esperança, convite de conversão! Em meio a tantas expressões de amor de Deus através da cruz, só me restou a questionar a mim mesma e à humanidade: Como não se apaixonar pela cruz de Cristo?
Se formos parar e analisar o sentido da cruz em nossas vidas, vamos nos deparar com o medo. Há tanto preconceito acerca da cruz, não é verdade? Quando falamos de cruz, já pensamos em sofrimento, em dor, em renúncia. Parece que desperta em nós uma vontade de fugir. Trata-se da cultura da sociedade de hoje: fugir do sofrimento, buscar seus próprios meios de ser feliz, sem precisar sofrer. É difícil para o ser humano entender que a nossa felicidade passa pela cruz e não fora dela! Afinal, a cruz não nos traz só sofrimento. Muito pelo contrário! A ressurreição que vem por meio dela é infinitamente maior do que qualquer sofrimento! Afinal, a aliança de amor que Deus fez com a humanidade foi através da cruz: da cruz de Cristo!

Só entende o verdadeiro mistério da cruz quem olha para ela e enxerga o sofrimento e a dor como um grande ato de amor. A cruz é um mistério divino! Viver a cruz não é perder a vida, pelo contrário, é ganhá-la por inteiro! (Mateus 16, 25). É pela cruz do dia a dia que Deus nos santifica (Hb 12,10). Por isso, deve ser nosso desejo estar cada vez mais unido a Cristo nesse mistério, onde, crucificados com Ele, possamos viver em perfeita entrega e união!

A quaresma é um tempo propício para essa meditação e experiência. E este é o convite que faço hoje a você: Olhar a cruz de Cristo e deixar que esse mistério de Deus inunde a sua alma.

“Entende que é no livro da Cruz que está a história de tua salvação e a tua escada para o Céu.” (Érika Vilela, fundadora da Comunidade Filhos de Maria)

Mirla Rocha, missionária da Comunidade Filhos de Maria
Montes Claros – Minas Gerais

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