Criticos ou Profetas?

Diz a sabedoria do povo: “Nem Jesus conseguiu agradar a todos”. Até que tentamos, mas sempre haverá alguém que não poderá concordar com nosso ponto de vista ou terá por nós uma certa antipatia. O mestre de Nazaré na verdade recebeu muito mais críticas do que elogios em sua vida. Fariseus e mestres da lei não perdiam uma oportunidade para criticá-lo. Se almoçava com os pagãos era comilão. Se bebia um copo de vinho na refeição, conforme o costume de seu povo, logo havia alguém para chamá-lo de beberrão. Ele sabia que era criticado e costumava dialogar com as pessoas que lhe faziam as críticas. Algumas vezes chegava a mostrar o quanto algumas opiniões careciam de fundamentos. Sei o quanto são útil as críticas que recebo. Não é agradável. Mas me fazem crescer. Sabe que os grandes veículos de comunicação como os Jornais até mantém um funcionário bem pago apenas com a função de criticar o próprio jornal. É o ombudsman. Mas devemos tomar um pouco de cuidado com o tom da crítica que fazemos. Devemos ser profetas: anunciar e denunciar. Mas existe entre nós muitas palavras “mal-ditas”. Há casais que depois de algum tempo já não conseguem mais se elogiar… apenas criticar. Há pessoas que insistem na palavra maldosa para atingir a pessoa. Isto não pode vir de Deus. Outros tem até reta intenção. Acreditam que têm a razão sobre todas as coisas. Não é verdade. Temos limites. A boa crítica faz crescer. A crítica que vem com fel acaba não ajudando o criticado. Ela na verdade nem tem esse o objetivo. Criticadores mal-ditos querem apenas destruir. A sua boca fala do que o coração está cheio: de maldade. Normalmente estas pessoas acabam se afogando no próprio veneno. Que bonito ver uma crítica amorosa. Como são nobres as pessoas que procuram em particular os irmãos para fazer uma “correção fraterna”, do jeito que Jesus ensinou. Este são profetas benditos. Os outros são filhos do maligno. Para estes resta a oração de São Bento: Crux sacra sit mihi lux. Non draco sit mihi lux. Vade retro satana. Nunquam suade mihi vana. Sunt mala quae libas. Ipse venena bibas. Traduzindo: “A Cruz sagrada seja minha Luz. Não seja o Dragão meu guia. Retira-te Satanás! Nunca me aconselhes coisas vãs. É mal o que tu me ofereces. Bebe tu mesmo do teu veneno! Rogai por nós bem aventurado São Bento, Para que sejamos dignos das promessas de Cristo!”

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Padre Joãozinho, SCJ