Vamos nos unir em oração
Queridos irmãos e irmãs!
No próximo dia 7 de junho, na solenidade do sagrado Coração de Jesus, a Igreja celebrará a Jornada Mundial de Oração pela Santificação dos Sacerdotes. Para este momento a Congregação para o Clero enviou uma carta lembrando “o inefável dom do sacerdócio e agradecendo a Deus pela fidelidade ao amor de Cristo”. Peço a todos os fiéis que rezem pelos padres neste dia em que celebraremos a ternura de Deus manifestada no Coração de seu amado Filho.
No Ano da Fé, experiência da graça que estamos vivendo desde o dia 11 de outubro passado, a Jornada mundial de oração pela santificação dos sacerdotes é um convite para que “se reavive o empenho em viver o evento de graça ao qual somos chamados, de modo particular a ser protagonistas e animadores diligentes para uma redescoberta da fé na sua integridade e no seu fascínio”. Redescobrir a fé significa deixar-se envolver pela graça da comunhão que o bom Deus realiza para todos nós, em sua ação sacramental na Igreja e para o mundo.
Os sacerdotes são chamados a serem instrumentos desta auto comunicação divina. A missão do sacerdote será sempre a de transmitir a fé, celebrar a fé na sua comunidade, cujo conteúdo é a vida divina do Pai que nos é transmitida pelo Filho Jesus Cristo no seu Espírito Santo de amor. Esta comunhão de vida deve estar presente na vida de todos os sacerdotes, daqueles em quem os fiéis procuram “o homem de Deus e a sua Palavra, a sua Misericórdia e o Pão da Vida”.
Além da Palavra de Deus, que deve estar sempre presente na vida do sacerdote, a Eucaristia e o Sacramento da Reconciliação são apresentados como meios para crescer na fé, não só oferecidos aos fiéis, mas também vividos pelos sacerdotes. Na Eucaristia, atualiza-se o mistério do sacrifício da Cruz, onde a fé da Igreja é proclamada, celebrada e reforçada. No Sacramento da Reconciliação fazemos experiência da força da misericórdia divina, que liberta dos pecados e nos faz saborear a beleza do retorno a Deus, verdadeiro Pai apaixonado por cada um dos seus filhos. E por isso, este sacramento é uma experiência de alegria, de vida renovada.
Para os sacerdotes esta renovação da vida cristã, a comunhão com o Corpo e Sangue de Cristo e o serviço da Palavra constituem a força para sua missão. Nunca é demais recordar: o que nós recebemos transmitimos; o que celebramos para os outros, pela própria dinâmica da celebração litúrgica, nos envolve e somos chamados a deixar que os seus frutos cresçam em nós. É como um intercâmbio de dons: o sacerdote recebe para dar, do que ele dá para os outros ele mesmo recebe. Por isso, convido a todos os presbíteros da Igreja de Natal a receberem com amor e gratidão esta mensagem da Congregação para o Clero e se deixem envolver pelo fascínio e pela beleza da fé. E esta beleza não é um privilégio clerical, mas oferecida a todos.
Oferecer a beleza da fé é uma das grandes preocupações do Papa Francisco. E isto ele o faz exortando a todos os sacerdotes a que não deixem de ir ao encontro das ovelhas, a serem pastores com o “cheiro das ovelhas”, cujo perfume é a unção do Santo presente no homem e na mulher, dos quais os sacerdotes são os servos.
Dom Jaime Vieira Rocha – Arcebispo Metropolitano de Natal – RN