Juventude e missão
Queridos irmãos e irmãs!
No dia 20 de outubro, terceiro domingo do mês, a Igreja celebra o Dia mundial das missões. É o ponto alto do mês missionário, dia de reflexão e de oração para que todos nós, batizados e batizadas, tomem consciência da necessidade de reconhecermos que somos todos missionários. Na verdade, desde a Conferência de Aparecida, em 2007, a Igreja tem nos levado a este reconhecimento: somos discípulos missionários de Jesus Cristo! Nele, nossos povos têm a vida. Reconhecer que somos missionários é questão de entendimento da fé, compreensão exata da vida e do Evangelho de Jesus Cristo. Anunciar o Evangelho, pregar a Palavra, é a nossa missão.
O Papa Francisco, na mensagem para o Dia Mundial das Missões, afirma: “o anúncio do Evangelho é um dever que brota do próprio ser discípulos de Cristo e um compromisso constante que anima toda a vida da Igreja”. E ainda, recordando o ensinamento do Papa emérito Bento XVI, completa: “o ardor missionário é um sinal claro da maturidade de uma comunidade eclesial” (Bento XVI, Exortação apostólica Verbum Domini, 95). Eis, portanto, como podemos e devemos celebrar este dia, mas não só um dia ou um mês, mas sempre devemos ser animados por esta missionariedade que não é uma característica facultativa, dispensável, mas é da própria natureza da Igreja.
O Dia Mundial das Missões, acompanhado de um gesto de generosidade da nossa parte, com a coleta em prol das missões, também é um dia para pedirmos perdão se nós colocamos obstáculos à obra da evangelização. É ainda o Papa Francisco a nos chamar a atenção: “com frequência, os obstáculos à obra da evangelização encontram-se, não no exterior, mas dentro da própria comunidade eclesial”. Embora, neste mês de outubro, tenhamos refletido sobre o tema “Juventude e Missão”, especialmente por este ano de 2013, ano da Jornada Mundial da Juventude, uma graça para nossa Igreja no Brasil, não podemos deixar de fazer nossa esta constatação do nosso Papa Francisco. Não só devemos evangelizar a juventude e reconhecer que ela evangeliza, graças a Deus, mas buscar sempre viver a fé como uma experiência de encontro com o Senhor que nos envia em missão. “A quem eu te enviar, irás. Eu estou contigo!”
Queridos missionários e missionárias. Quero, também, louvar o nosso bom Deus e Pai por ser grande, em nosso meio, a consciência da missão. Desejo que a nossa caminhada como Igreja em Natal, que tantos frutos colheu na sua história, desde as preocupações do Movimento de Natal, a origem da Campanha da Fraternidade, os encontros de oração, de reflexão e de estudos do Clero e dos agentes de pastoral, as Santas Missões Populares, a celebração do Centenário de criação da Diocese, tudo isto nos anime e nos dê esperança de que jamais falte o ardor missionário, que jamais cesse o desejo de proclamar a todos o bem que o Evangelho de Jesus Cristo traz para todos os homens e mulheres. Somos felizes, o Senhor está conosco, e nós agradecemos-lhe pela “suave e reconfortante alegria de evangelizar” (Paulo VI, Exortação apostólica Evangelii nuntiandi, 80).
Dom Jaime Vieira Rocha – Arcebispo Metropolitano de Natal – RN