Veja porque não devemos temer o chamado de Deus
Frequentemente, caímos no erro de pensar que Deus nunca nos chamará, pois Ele só o faz com as pessoas especiais. Mas isso não é verdade! Não podemos olhar somente para os chamados específicos: ser padre, ser freira. Hoje Ele tem convocado a muitos para se tornarem evangelizadores e profetas.
Profeta, a título de esclarecimento, não é aquele que adivinha o futuro, mas aquele que intermedia aquilo que Deus quer nos falar. Assim, Ele precisa de homens de carne e osso que sejam a sua boca, pois Ele quer falar por meio de nós; quer profetizar.
No livro dos Reis a história de Amós exemplifica isso:” Não sou profeta nem discípulo de profeta! Sou vaqueiro e cultivo sicômoros. Foi o Senhor Deus que me tirou de detrás do rebanho e me ordenou.´Vai profetizar contra Israel, o meu povo.`”(Am 7,14-15).
Deus me chamou assim como Amós. Não sou nada, sou apenas filho de um pedreiro e de uma recatadora de batatas…
Você sabe o que é recata?
Na colheita de batatas, muitas acabam sendo cortadas e machucadas pela enxada e, assim, perdem o valor para a comercialização. Com a permissão do proprietário da plantação, as pessoas recolhem o que sobra, essa parte da colheita que não pode ser comercializada: isso é recata. Eu morava na roça e minha mãe fazia recata da plantação de batatas. Muitas vezes fomos socorridos por essas batatas e a nossa fome saciada por elas. Comíamos batata cozida, batata frita, purê de batata, sopa de batata…
Deus me chamou e fala por meu intermédio. Sou apenas um microfone em suas mãos. Ele precisa de alto-falantes pelos quais possa falar. Ele não nos chamou apenas para uma primeira conversão, mas para nos resgatar, mudar nossa vida, tocar-nos, purificar-nos. Ele nos chamou para sermos seus alto-falantes, seus profetas.
Assim como os jovens são os evangelizadores dos jovens, as pessoas de cada realidade precisam de um profeta para evangelizá-las. São necessáriaos profetas na roça e no campo, nas pequenas cidades e nos bairros das grandes cidades, que trabalham, saem de manhã, pegam ônibus lotado e voltam para casa cansados, que falam a mesma língua desse povo sofrido, que passa pelas mesmas situações e dificultades; profetas no meio estudantil, entre os professores, nos esportes, na área da saúde, médicos, enfermeiros, psicólogos, dentistias…
Em cada meio devem existir profetas.
Se não assumirmos estes ambientes como nosso campo de evangelização, o mundo tomará conta deles. Não se trata de transformar o local em que vivemos e trabalhamos num púlpito de pregação, mas sim de evangelizar como profissional que devemos ser, trabalhando naquele meio, sendo de Deus e fazendo ali o que Ele quer. Em tudo aquilo que fizermos, seja com palavras ou atitudes, estaremos evangelizando nossos companheiros de trabalho.
O chamado de Deus não se limita àqueles que recebem uma vocação especial: vocação sacerdotal, religiosa ou para uma vida em comunidade. Todos somos chamados para esta ou aquela missão, para este ou aquele trabalho específico; todos nós somos chamados ao apostolado, à evangelização.
O mundo não está muito interessado em simples palavras, mas em quem testemunhe. É pregação por meio da própia vida. Basta contar aos outros o que Deus fez em você e em sua família. Sua história será um grande testemunho e muito mais forte do que muitas palavras.
Trecho extraído do livro: Vocação um desafio de amor de Monsenhor Jonas Abib-Comunidade Canção Nova.
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