Duas malas e o coração cheio de sonhos

“Mãe, o que eu faço? Me ajude, por favor…”

Cheguei na Casa de Maria para viver um ano de formação na Canção Nova. Era janeiro de 1997. Levava comingo duas malas com meus pertences pessoais e um coração cheio de sonhos e expectativas para o futuro.

Ainda me lembro bem do aspecto físico daquela casa com alpendres e varandas, muitas árvores e flores. Um lugar agradável e acolhedor. Mas também me recordo dos diversos sentimentos que povoavam meu jovem coração. Estava insegura. Eu saia de casa pela primeira vez para viver algo tão decisivo. Deixava para trás tantos sonhos, projetos e uma família linda que me ama tanto. No entanto, uma certeza me consolava: estar morando na Casa de Maria.

orquideas escada da casa de maria

Minha expectativa ao chegar na casa, foi que Ela, como boa Mãe que é, cuidasse da minha vida, da minha vocação e me ajudasse a acertar na vontade de Deus. Hoje, 15 anos depois, posso afirmar que é isso mesmo que Ela tem feito desde aquele dia.

Já no ano de 97, a formação na Casa de Maria se dava em vários aspectos, desde o cuidar da casa até a convivência com os irmãos. Nessas coisas eu ia percebendo a ação concreta de Deus e a intercessão de Nossa Senhora em minha vida. Com o passar dos dias eu percebia que a mudança acontecia em mim.

Recordo-me que durante um mês fiquei responsável pela limpeza da capela, onde até hoje tem uma imagem linda do Imaculado Coração de Maria. Eu não sabia nem por onde começar a limpeza… Então olhei bem para a imagem de Nossa Senhora e pedi a sua ajuda: “Mãe, o que eu faço? Sei que a Senhora está aqui, então me ajude, por favor!” Naquele momento senti a presença de Maria me acalmando e dizendo: “Não tenha medo! Você está em casa, na minha casa, e eu vou lhe ajudar”. E ajudou mesmo! Comecei a falar com ela e ouvia sua voz me dirigindo os passos. E assim comecei a me sentir livre para falar com ela. Partilhava da minha vida e de minhas lutas diárias. Aos poucos nos tornamos amigas. Esse diálogo foi se estendendo e, graças a Deus, até hoje conservo esse hábito de falar com a Mãe do céu.

Hoje sou casada e vivo na missão da Canção Nova em Fátima – Portugal. Em nossa casa temos uma imagem bem grande de Nossa Senhora e muitas vezes me pego conversando com Ela da mesma maneira que aprendi quando morei em Queluz (SP).

Compreendo que Maria é simples e gosta que nos relacionemos com ela assim, com simplicidade. É uma mãe e diante dela podemos agir como somos sem medo, sem rodeios. Ela nos entende mesmo quando não encontramos as palavras certas para nos expressarmos. Ela é mestra e por isso nos ensina a sermos, a exemplo de Jesus, obedientes a Deus a partir das pequenas coisas até chegarmos as grandes.

Sou grata a Deus por essas experiências! Sempre que volto a esta casa é como se ouvisse mais uma vez os conselhos de Nossa Senhora que se expressam nos detalhes do lugar.

Tenho certeza de que foi Maria quem me ensinou, naquele tempo, a limpar a capela e é ela que continua me ensinando a das os passos que preciso diante de casa situação.

Dijanira Silva missionária Canção Nova em Portugal - Casa de Maria Queluz
Como filha de Maria, peço que Ela seja também a sua formadora.

Dijanira Silva
Missionária Canção Nova em Fátima – Portugal

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Edição do texto: Fernanda Mazoti (atualmente discípula CN em Queluz)

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