Em nosso julgamento, no fim dos tempos, o Senhor dirá a aqueles que praticaram atos de misericórdia: “Vinde benditos de meu Pai! Recebei como herança o Reino que meu Pai vos preparou desde a criação do mundo! Pois eu estava com fome e me destes de comer; eu estava com sede e me destes de beber; eu era estrangeiro e me recebestes em casa; eu estava nu e me vestistes; eu estava doente e cuidastes de mim; eu estava na prisão e fostes me visitar” (Mt 21, 34-36).
Principalmente nós, fiéis católicos que tivemos um encontro pessoal com Jesus Cristo, seremos mais cobrados do que as outras pessoas. Nós somos aqueles que mais correm o risco de ouvir do Senhor: “Afastai-vos de mim, malditos! Ide para o fogo eterno, preparado para o diabo e para os seus anjos. Pois eu estava com fome e não me destes de comer; eu estava com sede e não me destes de beber; eu era estrangeiro e não me recebestes em casa; eu estava nu e não me vestistes; eu estava doente e na prisão e não fostes me visitar” (Mt 21, 41-43).
Podemos dizer que tal julgamento seja demasiado duro para com as pessoas que não corresponderam ao amor de Deus, mas o julgamento de Deus é perfeito. As pessoas que neste mundo não corresponderam à sua vocação fundamental, que é o amor, não poderão entrar no Reino dos Céus, porque lá somente permanece o amor. A pessoa que, conhecendo a Deus, sua infinita bondade e o seu infinito amor, e não praticou o amor, não poderá entrar no Reino de Deus. Pois o Céu será para ela um tormento, visto que neste mundo não viveu a sua vocação que é o amor. Quanto às pessoas que não conheceram a Cristo explicitamente pelo anúncio da Palavra, estas serão julgadas segundo a sua consciência, segundo a Lei natural inscrita por Deus em seus corações (CEC 1954-1960).
Hoje, somos chamados a refletir sobre qual a resposta que temos dado à nossa vocação ao amor. Pois, fomos criados por Deus por amor, para amar, viver neste mundo a vocação ao amor e no juízo final, nos encontremos com Aquele Deus que é amor (I Jo 4, 8). Neste mundo, somos chamados a realizar nossa vocação ao amor, pois através dela, aprendemos a amar e ser amados.
Através da vivência do amor, somos formados, modelados e nos tornamos aptos a entrar no Reino dos Céus. Aprendamos com a Santa Igreja que não há outro caminho para a Salvação senão o Amor. Jesus veio ao mundo justamente para nos ensinar o que é o amor em sua medida mais alta, entregando-se à morte por nós, seus amigos (cf. Jo 15, 13). Cristo realizou plenamente a vocação humana ao amor, para que, também nós, amemos como Ele nos amou (cf. Jo 15, 12). Como Cristo, nos confiemos nas mãos da Virgem Maria, para que possamos também corresponder à nossa vocação ao amor.
Natalino Ueda, membro da Comunidade Canção Nova.