O pai e sua inspiração

Ser pai buscar todos os dias uma nova inspiração

Famílias, em festa! Estamos celebrando o Dia dos Pais! Uma data que deve ser comemorada cada vez mais com dedicada atenção. Segundo a história, foi na Babilônia, há mais de 4 mil anos, que nasceu esta data. Um jovem chamado Elmesu teria moldado em argila o primeiro cartão desejando sorte, saúde e longa vida ao seu pai.

No entanto, somente em 1909, nos Estados Unidos, foi que Sonora Luise motivada pela admiração que sentia pelo seu pai, William Jackson Smart, resolveu criar um dia dedicado aos pais. O interesse pela data difundiu-se da cidade de Spokane para todo o Estado de Washington e daí tornou-se uma festa nacional. Somente em 1972, o Presidente Americano Richard Nixon oficializou o “Dia dos Pais” (Father’s Day) em todo o país.
Segundo o Guia dos Curiosos, de Marcelo Duarte (1995), no Brasil, a ideia de comemorar a data partiu do publicitário Sylvio Bhering e foi festejada pela primeira vez em 14 de Agosto de 1953, dia de São Joaquim, patriarca da família. Mais tarde foi transferida para o 2º domingo de agosto.
O renomado psicólogo cristão americano, James Dobson, sustenta que o mundo ocidental encontra-se na encruzilhada da sua história. “Sou da opinião que nossa sobrevivência dependerá da presença ou ausência da liderança masculina em milhares de lares. Creio firmemente que os maridos e pais retêm em suas mãos as chaves para a preservação da família”.
No posicionamento de Dobson, pode-se perceber que o papel do pai é apresentar limite e equilíbrio para que, não só os filhos, mas toda a sociedade cresça de forma saudável.
Não existe faculdade para ensinar a ser pai, pois paternidade não é uma disciplina ou profissão, mas uma missão que somente o homem pode receber. Para alguns, familiarizar-se com esta missão já é possível desde pequeno, vendo o exemplo do próprio pai. Para outros, o desejo de escrever uma nova história é a motivação.

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Existem momentos inesquecíveis para um homem. Um deles certamente é a hora em que toma nos braços o primeiro filho! Os sentimentos são mistos: medo do futuro, dúvida de não saber o que fazer e a emoção por ter algo tão frágil e indefeso em suas mãos. Tudo isso é sublime e assustador! Nos livros que abordam este tema é quase unânime que a figura masculina e a boa relação da criança com o pai, é decisiva para a saúde física, emocional, espiritual e profissional.
Por que o pai tem tanta importância? Num mundo em crise, que inverte valores e dá igual peso à verdade e à mentira, que parece não conseguir mais dissociar o certo do errado, surge o medo de educar. E o grande desafio é olhar pelo lado positivo e entender que ser pai é uma missão necessária. Como então realizá-la?

Segundo Felipe Aquino, no livro “Educar pela conquista e pela fé”, “o pai conquistará o filho pelo respeito que lhe dedica, pelo tempo que gasta ao seu lado, pelo consolo que lhe oferece nas horas de dificuldade, pelos passeios que faz com ele, pela ajuda dedicada naquele problema da escola, por sua honestidade pessoal e profissional, pelo bom nome que cultivou, pela dedicação à família, pelo amor e fidelidade à esposa e filhos”.

A certeza da presença do pai por perto é tudo que um filho quer. Naturalmente, no imaginário de um filho, o pai é inspiração, segurança, fortaleza e certeza de que não está sozinho. Como narrado no livro “O Ateneu” de Raul Pompéia (1888) que inicia com um diálogo entre um pai e um filho à porta da escola, no seu primeiro dia de aula: -“Vais encontrar o mundo, disse-me meu pai, à porta do Ateneu. Coragem para a luta.”
Nesta luta do filho, que durará toda a vida, o pai é a sua inspiração! No entanto, o pai só consegue ser esta fonte de inspiração tendo Deus como modelo. Ele é o Pai, Autor de tudo, é Amoroso, Generoso e Firme. Deus é o auxilio indispensável para que todo Pai se pareça com Ele. O cálculo é quase matemático, de bons pais surgirão bons filhos.

O psicanalista francês Jacques-Marie Émile Lacan, apresentou três denominações para designar o que é ser pai. O simbólico, o imaginário e o real. O pai, no plano simbólico, se refere à paternidade como uma terceira posição entre a mãe e o filho. No plano imaginário, refere-se ao pai como imagem, imagem forte, grandiosa, majestosa, que tem uma força de atração. Este é o pai como imagem, imagem de homem. Já o pai, no sentido real, é um homem que deseja uma mulher e constrói uma família com ela.
Tal clareza dos papéis no ambiente em que crescem os filhos é indispensável. Os filhos precisam ver que o pai é o homem, que a mãe é a mulher, e que cada um exerce com maestria o seu papel. Uma relação harmoniosa entre os pais é o ideal para que os filhos cresçam desejosos de viver o mesmo em suas vidas. Sem nenhuma crise de identidade!

O Papa Paulo VI, na Encíclica Evangelli Nuntiandi, diz “as pessoas aprendem muito mais com o testemunho do que com palavras”. E ainda, O catecismo da Igreja, afirma que “A paternidade divina é a fonte da paternidade humana”. E que “Aquele que respeita o pai encontrará alegria nos filhos e no dia de sua oração será atendido”(2214).
Portanto famílias, em festa! Apesar do seu lado comercial, é uma data para ser imperiosa, sem deixar de dizer: “Obrigado Papai”!

Ronaldo Silva

Missionário da Com. Canção Nova

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