Direcionamento 14 – Não basta assumirmos nossa cruz, é preciso ser amigo dela.
Nós somos, assumidamente, a Igreja da Cruz.
Somos a pátria que teve o nome profético Terra de Santa Cruz, durante um período de dois séculos.
Isso tem um significado muito forte, tanto histórico quanto na evangelização para nós, pois em nosso chamado pessoal tivemos que também escolher entre ficar ou, antes de seguir, “tomar a nossa cruz após o Mestre” (Mt 16, 25)
Como Igreja da Cruz, não basta assumirmos a nossa cruz, é preciso ser amigo dela.
Esse passo é mais fecundo ainda, pois nos tornamos, como ensina São Luís Grignion de Montfort, “alunos de um Deus crucificado”.
O que foi escárnio entre os judeus torna-se gozo entre os verdadeiros cristãos.
No vocabulário do Avivamento, essa palavra, essa escola chamada cruz, está obrigatoriamente determinada.
Como agentes do Avivamento, somos enviados ao corpo profético da Igreja, que refutou e se atemorizou com os efeitos de sua cruz. Chegando a eles, somos instrumentos de coragem para que retomem o caminho com o santo madeiro.
É tão verdadeira e profunda essa questão, que o Catecismo da Igreja Católica atesta, no parágrafo 1182:
O altar da Nova Aliança é a Cruz do Senhor.
E para esse altar temos de levar nossa nação, temos de levar aqueles cujo pastoreio o Senhor nos confia: levar nossa família e todos aqueles que estão inscritos no livro do Avivamento.
Lembro-me do que disse o Papa Bento XVI quando desembarcou no Brasil pela última vez. Ainda no aeroporto, disse ele: “A Igreja do Senhor não cresce por proselitismo, mas por atração”. Santa verdade!
Sabemos que um povo numeroso conta e clama os dias para a chegada do Avivamento; esse povo, que se sente atraído para o tão aguardado novo derramar do Espírito, terá de ser levado a essa Altar da Aliança. Nessa hora, cada cristão torna-se a pedra do Gólgota para que os decididos pisem e a escalem com suas cruzes até a cruz do Mestre. Eles precisam chegar lá, nós precisamos chegar lá. No Ano da Misericórdia, as torrentes de água e sangue estiveram mais potentes, pois um número maior de histórias precisa se banhar.
Mas há que se registrar que a subida é solitária, dolorosa e desafiante!
Medite estas três vias em sua vida hoje: solidão, dor e desafio.
Aprendendo com quem já está lá
O segredo do sofrimento: sofrer, com um sorriso, tudo o que vem das mãos de Deus, as grandes e as pequenas cruzes, e isso a cada dia, a cada hora, a cada instante, sem olhar o passado nem o futuro. (Santa Teresinha do Menino Jesus).
Lectio Divina: Êxodo 3, 1-15
Moisés pastoreava o rebanho de seu sogro Jetro, sacerdote de Madiã. Conduziu o rebanho, transumando pelo deserto, até chegar ao Horeb, o monte de Deus. O anjo do Senhor apareceu-lhe numa chama entre as sarças. Moisés prestou atenção: a sarça ardia sem consumir-se.
Moisés disse: “Vou aproximar-me para olhar este espetáculo tão admirável: como é que a sarça não se queima?” O Senhor, vendo que Moisés se aproximava para olhar, chamou-o do meio da sarça: “Moisés, Moisés!” Ele respondeu: “Estou aqui.”
Disse Deus: “Não te aproximes. Tiras as sandálias dos pés, pois o lugar que pisas é terreno sagrado”. E acrescentou: “Eu sou o Deus de te pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaac, o Deus de Jacó”. Moisés cobriu o rosto, temendo olhar para Deus.
O Senhor lhe disse: “Vi a opressão do meu povo no Egito, ouvi suas queixas contra os opressores, prestei atenção a seus sofrimentos.
E desci para livrá-los dos egípcios, para tirá-los dessa terra e levá-los a uma terra fértil e espaçosa, terra que mana leite e mel, o país dos Cananeus, Heteus, Amorreus, Ferezeus, Heveus, e Jebuseus. A queixa dos israelitas chegou até mim e vi como os egípcios os tiranizam.
Agora, vai, pois te envio ao Faraó, para que tires do Egito o meu povo, os israelitas.
Moisés replicou a Deus: “Quem sou eu para ir ao Faraó ou para tirar s israelitas do Egito?” Deus respondeu: “Eu estou contigo e este é sinal de que eu te envio: quando tirares o povo do Egito, presteis culto a Deus nesta montanha”. Moisés replicou a Deus: “Vê, eu irei aos israelitas e lhes direi: ‘O Deus de vosso pais me enviou a vós’. Se eles me perguntarem como se chama ele, o que lhes responderei?”
Deus disse a Moisés: “Sou o que sou. Assim dirás aos israelitas: ‘O Senhor Deus de vossos pais, Deus de Abraão, Deus de Isaac, Deus de Jacó, me enviou a vós’. Este é o meu nome para sempre: assim me chamareis de geração em geração”.
Direcionamento 15 – Quem decide o que fazer com o barro é o artista.
Vamos iniciar esse direcionamento em oração:
Senhor dos Exércitos, que do Alto dos Céus, com olhar apurado, miraste o meu pequeno e frágil coração, encontrando nele qualidades e virtudes que eu mesmo não saberia descobrir sozinho, nessa hora coloco o teu manto real sobre meus pensamentos, sobre meus sentimentos, e resguardo-me em tua destra, que é forte e suave.
Aquece aqui dentro o que de ti se esfriou em mim, recorda que o meu Sim a Ti foi verdadeiro e, com o auxílio da Esposa do Espírito, a Virgem Santíssima, Mãe do Avivamento, esse Sim durará até o último dia. Amém.
A história dos profetas da Sagrada Escritura serve de referencial e de ânimo para o nosso profetismo. Quantas são as vezes em que, nos nossos deslizes, recorremos a eles e somos imediatamente soerguidos para o cumprimento da missão. E assim será até o nosso último suspiro.
Um dos grandes profetas bíblicos foi Jeremias. Certa vez, Deus se dirigiu a ele com estas palavras: “Levanta-se e desce à casa do Oleiro, lá te farei ouvir minhas palavras” (Jr 18, 1-2).
O movimento proposto pelo Senhor se compõe nos extremos, “levanta-te” e “desce”. O profeta é o homem da prontidão, por isso se levanta.
Observe, no texto, que a ordem do Senhor é imediata; não dá oportunidade de planejamento a Jeremias. O levantar é imediato!
No mesmo instante, a ordem se completa: desce. O profeta é o homem da submissão. É a partir da descida que se faz a escuta; mais que a boca, no profeta o sentido sublime é a audição.
Como homens e mulheres proféticos, nossa prontidão e nossa submissão precisam nos governar. Não somos nós que decidimos. Quem decide o que fazer com o barro é o artista.
Faça a experiência dos extremos, de levantar e descer em Deus. É tempo de diagnosticar suas debilidades para que as mãos do divino oleiro moldem você e o aproximem do ideal. É urgente se aprimorar, caro irmãos.
Somos barro, somos frágeis, mas, nas mãos do oleiro, estaremos seguros sempre!
Aprendendo com quem já está lá
A vitória é a recompensa das horas decorridas aos pés do Mestre (Pe. Maurício Mescheler, S.J.)
Lectio Divina: Salmo 118, 57-72
Minha porção é o Senhor. Resolvi observar tuas ordens.
Eu te aplaco de todo coração, tem piedade de mim segundo tua promessa.
Calculei meu caminho para voltar meus passos a teus preceitos.
Apressei-me, não me atrasei para observar teus mandamentos.
Os laços dos perversos me envolviam, não esqueci tua lei.
À meia-noite me levanto para te dar graças por teus justos mandamentos.
Junto-me a todos os fiéis que guardam teus decretos. De tua bondade, Senhor, a terra está cheia: ensina-me tuas normas.
Tratastes bem o teu servo, Senhor, segundo a tua palavra. Ensina-me a discernir e entender, porque confio em teus mandatos.
Antes da correção eu não percebia, mas agora cumpro tua instrução.
Bom és tu e fazes o bem: ensina-me tuas normas.
Alguns insolentes me lançam calúnias, eu guardo de todo coração teus decretos.
O coração deles é espesso como gordura, eu me alegro em tua vontade.
O castigo me fez bem: assim aprendi tuas ordens.
Para mim é melhor a lei da tua boca do que mil mordas de ouro e prata.
Veja também:
Devocionário Profecia do Avivamento