Direcionamento 16 – Se Ele chamou você, só Ele pode dispensá-lo.
Nessa relação homem e Espírito, a estagnação já é regressão!
O Espírito nos impele, nos lança e, de forma convicta, como Samuel precisamos dizer: “Fala, Senhor, que teu servo escuta” (1Sm 3, 9).
A partir dessa hora, somos tomados por Ele. Não chega a ser nem mesmo um convite, mas uma intimação.
O Decreto do Concílio Vaticano II sobre a atividade missionária da Igreja. Ad Gentes, expressa a missão do Espírito Santo:
Enviou Cristo o Espírito Santo desde o seio do Pai, para realizar no interior das almas a sua obra salvadora e impelir a Igreja à sua própria dilatação.
É confiando na envolvente ação do Espírito as almas a você confiadas, que a Igreja do Senhor vai dilatar. E como a Igreja aguarda isso…
É o cumprimento da profecia do profeta Isaías:
Alarga tuas tendas, estende as cortinas das tuas moradas não te detenhas, alonga as cordas, reforça as estacas, pois transbordarás para a direita e para a esquerda, a tua descendência se apoderará de outras terras e repovoará cidades abandonadas. (Is 54, 2-3)
Estamos num estágio tão urgente de evangelização, que do nosso acordar ao nosso recolhimento, precisamos aproveitar toda chance que as almas nos derem.
São inúmeras as que se detiveram a um Jesus histórico e não avançaram para o Jesus ressuscitado, palpável a qualquer um que diga: “Permanece conosco, Senhor, é tarde e o dia já declina” (Lc 24, 29).
Essas mesmas almas precisam absorver os efeitos da misericórdia. O coração desses homens e mulheres só irá ferver se Jesus lhe for apresentado, ou mesmo, se você lhes apresentar.
Se Cristo estiver em sua casa, os vizinhos logo perceberão. (Dwight L. Moody)
Um dos princípios básicos do Avivamento é não esperar as almas chegarem, mas lançar-se ao encontro delas.
É nessa hora que vemos o mover profético do pontificado de Francisco, a cultura do encontro. Esse homem não tem se economizado quando o assunto é estar onde o povo precisa, sentir o cheiro das ovelhas, alimentá-las, ouvi-las. Que exemplo!
Hoje mesmo, fazendo-se valer dessa urgência da Igreja que grita por dilatar-se, remove seu fôlego espiritual, meu irmão, reerga-se como o esperado em meio à multidão. Ele chamou você: só Ele pode dispensá-lo!
Lectio Divina: Ezequiel 17, 22-25
Isto diz o Senhor: Tomarei um galho do cimo do cedro alto e exaltado; do rebento cimeiro eu arrancarei um galho e plantarei num monte elevado e solitário, eu o plantarei no monte elevado de Israel.
Lançará ramos, dará fruto e chegará a ser um cedro magnífico; nele aninharão todos as aves e saberão as árvores silvestres que eu, o Senhor, humilho a árvore elevada e elevo a árvore humilde, seco a árvore verde e reverdeço a árvore seca.
Eu, o Senhor, o digo e o faço.
Direcionamento 17 – Mantenha a Verdade em você.
O anúncio da Palavra que salva, converte, cura e liberta sofre muitas resistências, por incrível que pareça!
Não foi diferente com o Mestre: a cada pregação, a cada conversão, a cada cura, um grupo de resistentes se levantava. Dentre os mais combativos, destacam-se os fariseus, os saduceus e os escribas.
Os Evangelhos relatam com detalhes tal postura destes homens obstinados negativamente contra a proposta divina de Jesus.
Mas “a Palavra não se deixa aprisionar” (2Tm 2, 9) e a cada feito do Senhor eles eram obrigados a reconhecer: não podemos nada contra o filho do carpinteiro.
Tal é a autoridade de Jesus que, apesar de sofrer contestações, não se abalava; a sua retidão para com o Pai e entre os homens era inquestionável. Fatos e argumentos Ele tinha de sobra para sobrepor seus algozes. A aliança entre Pai e Filho era genuína e imaculada. O Senhor caminhava na sobriedade, pois sabia que a hora viria e, quando viesse, seria verdadeira.
Aplica-se a você o mesmo peso: é preciso andar na integridade e retidão, pois elas apressam o Avivamento e o colocam na esteira da santidade. Certa vez, em outubro de 1937, Faustina Kowalska recolheu-se em um retiro espiritual com duração de oito dias. No sexto dia, como era próprio de sua conduta e ardência pela perfeição, disse:
Ó Senhor, que permeias todo o meu ser e os mais profundos recônditos da minha alma, Vós vedes que desejo apenas a Vós e unicamente o cumprimento da Vossa santa vontade, não levando em conta qualquer dificuldade, sofrimento, humilhação e respeito humano.
No mesmo instante, enxergando tamanha verdade na alma de Santa Faustina, o Senhor respondeu a ela:
Esse teu decidido propósito de te tornares santa é para mim imensamente agradável. Abençoo os teus esforços e te darei a oportunidade de te santificares. Sê cuidadosa para não perderes nenhuma oportunidade que a Minha providência te oferecer. Se não conseguires aproveitar, não te inquietes, mas humilha-te profundamente diante de Mim e com grande confiança mergulha na Minha misericórdia.
À uma alma humilde se dá mais generosamente, mas do que ela mesma pode.
Os dias estão avançando e o Senhor precisa ter mais acesso ao nosso interior. É dele a missão de instalar a Verdade em você, e é sua a missão de mantê-la! Uma maneira eficaz de manter a verdade do Senhor em nós é combater o amor próprio e o respeito humano. A alma encharcada do Espírito Santo está sempre em permanente evolução, ao passo que esse crescimento a obriga a ser mais humilde a cada dia.
No instigante movimento de ascendência, não nos apegamos ao transitório, àquilo que passa. Nossa prioridade é o que se encontra no eterno, no invisível, mas real. No que vem do Alto!
Aprendendo com quem já está lá
Quando a Graça de Deus se oferece a alguém, ele se torna capaz de tudo. (Tomás de Kempis, A Imitação de Cristo)
Lectio Divina: Jó 1, 1-22
Havia no país de Hus certo homem chamado Jó: era justo honrado, religioso e apartado do mal. Tinha sete filhos e três filhas.
Tinha sete mil ovelhas, três mil camelos, quinhentas juntas de bois, quinhentas jumentas e numerosos servos. Era o mais rico entre os homens do Oriente.
Seus filhos costumavam dar festas, um dia em casa de um, outro dia em casa de outro. E convidavam suas três irmãs para comerem e beberem com eles. Ao terminar esses dias de festa, Jó os vazia vir para purificá-los: madrugava e oferecia um holocausto para cada um, caso tivessem pecado amaldiçoando a Deus em seu íntimo. Jó costumava fazer isso a cada vez.
Certo dia, os anjos foram e se apresentaram ao Senhor; entre eles chegou também Satã. O Senhor lhe perguntou: “De onde vens?”
Ele respondeu: “De dar voltas pela terra”. O Senhor lhe disse: “Reparaste no meu servo Jó? Na terra não há outro como ele: é homem justo e honrado, religioso e apartado do mal”. Satã lhe respondeu: “E tu crê que sua religião é desinteressada? Se tu mesmo o cercaste e protegeste, bem como o seu lar e tudo o que é seu! Abençoaste seus trabalhos e seus rebanhos se alargaram pelo país. Mas toca-o, danifica suas posses, e aposto que te amaldiçoará de frente”. O Senhor lhe disse: Faz o que quiseres com suas coisas, mas não toque nele. E Satã foi embora”.
Certo dia, quando seus filhos e filhas comiam e bebiam em casa do irmão mais velho, chegou um mensageiro à casa de Jó e lhe disse: “Os bois estavam arando e as jumentas pastando ao seu lado, quando caíram sobre eles alguns sabeus, apunhalaram os servos e levaram o gado. Só eu pude escapar para contar”. Não tinha acabado de falar, quando chegou outro e disse: “Caiu um raio do céu e queimou e consumiu tuas ovelhas e pastores. Só eu pude escapar para contar”. Não tinha abado de falar, quando chegou outro e disse: “Um bando de caldeus, dividido em três grupos, lançou-se sobre os camelos e os levou, apunhalando os servos. Só eu pude escapar para contar. Não tinha acabado de falar, quando chegou outro e disse: “Teus filhos e tuas filhas estavam comendo e bebendo na casa do irmão mais velho, quando um furacão cruzou um deserto e investiu pelos quatro cantos da casa, que desmoronou e os matou. Só eu pude escapar para contar”.
Então Jó se levantou, rasgou o manto, rapou a cabeça, lançou-se por terra e disse: “Nu saí do ventre de minha mãe e nu voltarei a ele. O Senhor o deu, o Senhor o tirou: bendito seja o nome do Senhor”.
Apesar de tudo, Jó não pecou nem acusou a Deus de desatino.
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Devocionário Profecia do Avivamento