Direcionamento 23 – Às vezes na fartura, às vezes na escassez.
O Salvador é verdadeiramente o livro da vida: Nele estão inscritos os escolhidos. A partir dessa constatação, é preciso remeter às palavras certeiras do Mestre:
Muitos são chamados, mas poucos são escolhidos (Mt 22, 14)
Nessa hora precisamos distinguir… Qual a diferença entre os chamados e os escolhidos? Os chamados não correspondem; os escolhidos sofrem por corresponder!
Como escolhido, não há opção de olhar para trás com desejo de retornar. Caso isso aconteça, você se tornará uma “estátua de sal” (Gn 19, 26). O escolhido não age com amadorismo; ele é impelido à maturidade humana e espiritual. Sabe exatamente a hora de entrar em ação e, ao mesmo tempo, a hora de se recolher.
Suas ações estão todas pautadas na segurança de que Aquele que o escolheu discerne tudo – a fala, a escuta, os gestos, as decisões, as reações.
Da mesma forma, o escolhido reconhece aquele que está enfileirado na mesma missão, pois apesar de a escolha ser pessoal por parte do Salvador, ela contempla não só um, mas vários homens e mulheres, com diversos carismas e habilidades. O escolhido não se sente ofuscado por ver outro escolhido em ação.
Sua missão, como ensinou o Apóstolo Paulo à comunidade de Éfeso, é digladiar contra os espíritos malignos que andam pelos ares, e não com aqueles que precisam colocar os convidados na mesa do banquete. O escolhido não se envaidece por ter chegado primeiro, e muito menos zomba dos escolhidos que ainda não chegaram.
Você já percebeu que, como escolhido, a santa pedagogia do Céu lhe coloca às vezes na escassez?
Nessa hora o Senhor, seus anjos e santos aguardam a mesma postura nos dois cenários: o permanente louvor. Ele denota a maturidade da relação entre quem escolhe e quem foi escolhido.
Aprendendo com quem já está lá
O progresso na vida espiritual não depende tanto da graça da consolação que recebes, mas da aceitação humilde, desinteressada e paciente de que ela te seja tirada. (Tomás de Kempis – A Imitação de Cristo)
Lectio Divina: Marcos 3, 20-29
Entrou em casa e se reuniu tal multidão que não podiam sequer comer. Seus familiares, quando o souberam, saíram para dominá-lo, pois diziam que estava fora de si. Os letrados que haviam descido de Jerusalém diziam: “Tem Belzebu dentro de si, e expulsa os demônios pelo chefe dos demônios”.
Ele exortava com comparações: “Como pode Satanás expulsar Satanás? Um reino dividido internamente não pode subsistir. Uma casa dividida internamente não pode subsistir, mas perece. Ninguém pode entrar na casa de um homem forte e levar seus bens, se primeiro não o amarra. Depois poderá saquear a casa. Eu vos asseguro que aos homens serão perdoados todos os pecados e blasfêmias que pronunciarem. Mas aquele que blasfemar contra o Espírito Santo jamais terá perdão; é réu de um delito perdurável”.
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