Direcionamento 39 – O simples tem Deus, o fácil não.
Se temos reconhecidamente combatido pelo Espírito Santo em nossa carne, em nosso intelecto, em nossas emoções, o Senhor certamente tem apreciado nossa evolução no caminho da perfeição cristã. Ele que sonda os corações e conhece a sua retidão, sabe que esse caminho não é fácil.
Aliás, o termo fácil nunca fez parte do vocabulário do cristianismo. Muitos confundem o que é simples com o que é fácil. O simples tem Deus, o fácil, não.
Quantos homens equivocaram-se tendo a falsa certeza de que, a partir do momento em que assumem o seu batismo e o senhorio de Jesus, tudo seria mais fácil. Puro engano.
Num sentido cristológico, essas pessoas – talvez até mesmo você – poderiam fazer uso de um pretenso direito de, como Cristo, replicarem a profética palavra de Isaías:
O Senhor me ungiu e me consagrou com o óleo da unção para libertar os cativos, dar vista aos cegos, curar os paralíticos e anunciar o ano da Graça do Senhor. (Is 61, 1-2).
Essa é uma verdade irrevogável mas ela não o isenta das contendas, tempestades e adversidades próprias da sua missão de evangelizar. É nessa hora que você é tentado a dizer: Mas o Senhor não me consagrou? Porque isso acontece? Não estou entendendo nada… Sobre mim está o óleo da unção, Ele é o Senhor da minha vida, antes de todos os passos que procuro dar peço a aprovação Dele. Por que isso acontece, Senhor?
Esse tipo de questionamento quer atrair o fácil onde ele não pode entrar. E por falta de maturidade, entendimento e visão, muitos sucumbem, desistem.
Se hoje você olhar para trás, encontrará muitos que não prosseguiram porque só no campo de batalha da vida cristã, foram avisados de que não seria fácil, e deram como resposta: “Sendo assim, então desisto!”.
Quem sonha e reza por Avivamento recebe envergadura para ir até o final.
O mais prendado dos homens pode decair miseravelmente de sua primeira nobreza, se vier a perder o domínio sobre si mesmo, cessando de lutar contra a própria natureza. Relaxar por um só dia de combater as nossas más inclinações. é expormo-nos às mais funestas consequências. (Pe. Maurício Meschler, S.J.)
Sua carne quer o fácil, mas sua alma quer tão somente o simples de Deus.
Sua carne até quer a Ressurreição, mas sua alma quer a Ressurreição com “escala” na Paixão.
Eu convido você, caro amigo, a empenhar seus esforços para combater tudo que erroneamente você anseia em facilidade. Busque o caminho mais penoso e estreito, busque o simples, e isso lhe trará amadurecimento.
Lectio Divina: Juízes 16, 4-21
Sansão se apaixonou por uma mulher de Vale Sorec, chamada Dalila. Os príncipes filisteus foram visitá-la e lhe disseram: “Seduze-o e descobre onde reside sua grande força e como nos apoderaríamos dele para dominá-lo e amarrá-lo. Cada um de nós te dará mil e cem siclos de prata”.
Dalila disse a Sansão: “Vamos, dize-me o segredo de tua grande força e como poderiam amarrar-te e te dominar-te”. Ele respondeu: “Se me amarrarem com sete cordas úmidas, sem deixá-las secar, perderei a força e serei como qualquer um”.
Os príncipes filisteus levaram a Dalila sete cordas úmidas, sem deixá-las secar, e com elas o atou. Postaram-se de tocaia à entrada do quarto e ela gritou: “Sansão, os filisteus!” Ele arrebentou as cordas como se arrebenta um cordão de estopa chamuscada, e não se descobriu o segredo de sua força.
Dalila se queixou: “Ah, tu me enganaste, mentiste para mim. Vamos, dize-me como poderiam dominar-te”. Ele respondeu: “Se trançares as sete tranças de minha cabeça com a urdidura e as fixares com o pino, perderei a força e serei como qualquer um”. Dalila deixou que dormisse, trançou as sete tranças da cabeça com a urdidura, fixou-as com o pino e gritou: “Sansão, os filisteus”. Ele arrancou o pino e a urdidura.
Ela se queixou: “Tu dizes que me amas, mas teu coração não é meu! É a terceira vez que me enganas e não me contas o segredo de tua força”. E como o importunasse com suas queixas dia após dia, até aborrecê-lo, já desesperado, Sansão lhe contou seu segredo: “Nunca a navalha passou por minha cabeça, pois sou consagrado a Deus antes de nascer. Se cortar o cabelo, perderei a força, ficarei fraco e serei qualquer um”.
Dalila percebeu que ele havia revelado seu segredo a ela, e mandou chamar os príncipes filisteus: “Vinde agora, pois ele me revelou seu segredo”. Os príncipes foram para lá com o dinheiro. Dalila deixou que Sansão dormisse sobre seus joelhos, chamou então um homem que cortou as sete tranças da cabeça de Sansão. Sansão começou a enfraquecer-se e sua força desapareceu.
Dalila gritou: “Sansão, os filisteus!”. Ele acordou e pensou: “Serei bem sucedido como das outras vezes e os sacudirei de cima de mim” (sem saber que o Senhor o abandonara). Os filisteus o agarraram, furaram-lhe os olhos e o desceram a Gaza, amarraram-no a corrente e o mantinham moendo trigo no cárcere.
Direcionamento 40 – É tempo de profetizar Avivamento.
Urgência – esse substantivo sintetiza em alto grau a razão pela qual a humanidade precisa do Avivamento, e denota ao mesmo tempo o motivo pelo qual o seu nome foi inscrito no livro dos que colaboram para o cumprimento da Profecia do Avivamento.
Um exemplo clássico dessa urgência conferimos sobre o seguimento a Jesus:
Vendo, Jesus a multidão que o rodeava, deu ordem de atravessar o lago. Então, aproximou-se um letrado e lhe disse: “Mestre, eu te seguirei aonde fores”. Jesus lhe respondeu: “As raposas têm tocas, os pássaros têm ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde recostar a cabeça”. Outro discípulo lhe disse: “Senhor, deixa-me ir primeiro enterrar meu pai”. Jesus lhe respondeu: “Segue-me e deixa que os mortos enterrem seus mortos”. (Mt 8, 18-22).
Diante de Jesus, duas posturas: a do letrado que imediatamente assimilou o chamado e a urgência do seguimento e, ao mesmo tempo, a do outro discípulo, que quis protelar sua partida. O Avivamento não pode ficar esperando nossas decisões tardias, nossos ajustes ou questões que ainda não foram resolvidas porque descuidamos e deixamos para depois.
Quantas situações você tem deixado para depois, quando elas precisaram ser resolvidas imediatamente?
Um fato curioso: o letrado era alguém resolvido! Só tem poder de decisão imediata quem vive resolvido consigo mesmo; logo, ele não trazia consigo “pendências” de qualquer natureza. Homens e mulheres resolvidos comportam-se como aquele letrado.
Ele decidiu com a mesma força do ensino de Santo Agostinho: “Tenho medo da Graça que passa”. Assim deve ser sua postura, assim deve se comportar quem quer Avivamento.
Do outro lado, temos o discípulo. O que ele estava fazendo ali? Afinal, seu pais estava morto – entendendo essa morte como espiritual. O tempo de permanência entre os seus é o tempo de profetizar Avivamento, ressurreição.
Você precisa urgentemente aproveitar sua estada entre os seus, pois a qualquer momento o Homem de Nazaré virá lhe pedir contas e, caso você não tenha cumprido seu papel profético, receberá a mesma resposta: “Sua permanência entre os seus não os ressuscitou até agora, então deixe-os mortos; eles mesmos se entenderão”.
Em tudo isso Jesus quer nos mostrar a urgência desses tempos.
Em se tratando de comprometimento com o Evangelho, quem é você hoje? O letrado? Ou Jesus pode escrever seu nome entre os discípulos que sempre protelam?
Veja também:
Devocionário Profecia do Avivamento