A família se apresenta assim, como a mais autêntica, a mais essencial e a mais durável forma de vida comunitária (Mons. Jonas Abib)
Entrei na Comunidade Canção Nova em 1996, com 18 anos. Parece cedo, mas sei hoje que era o tempo de Deus (Kairós) para mim. Engajei-me nessa comunidade porque de fato percebi que Deus me vocacionou para ela. Senti-me chamada, impelida a fazer parte dessa família. Sim, a Comunidade Canção Nova, antes de tudo, é para mim uma família. Mais que um lugar físico, é um lugar de dom e de pertença.
Vim para a Canção Nova porque queria transbordar todo aquele amor que sentia por Deus e desejava responder a uma Voz que me chamava interiormente para dar-me. Essa mesma Voz me dizia que a realização do meu ser seria por meio desse dom total, dom da minha juventude e de todo o potencial que existia nela, oferta do meu ser para a evangelização. Você pode se perguntar – Com tudo isso dentro de você, então porque se casou? Não seria melhor estar “livre” e “desimpedida” para viver esse dom total?
Mons. Jonas Abib, quando recebeu de Deus a intuição do Dom Canção Nova, pensou nela com vários estados de vida vivendo juntos com uma finalidade objetiva: evangelizar.
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Como família, ser instrumento de Deus
Isso sempre me encantou. Ele nos diz, num dos documentos da nossa comunidade: “Desde o início a Canção Nova foi sendo formada por homens e mulheres, jovens e adultos; por solteiros, casados e celibatários; por sacerdotes e diáconos. Hoje percebemos que esta era a vontade de Deus: apresentar ao mundo uma família que congregasse os vários estados de vida na Igreja”.
Ser membro do Núcleo da Comunidade, casada, me faz servir a Deus de uma forma ainda melhor. Sabe aquela sensação de estar inteira (aqui não estou dizendo que é uma forma já completa, pois o caminho rumo à santidade é contínuo)? Percebo-me como vaso que pode comunicar, que com a minha pertença e estado de vida eu tenho elementos que podem ajudar ainda mais na evangelização.
No meio das minhas fragilidades e batalhas do dia a dia, sendo uma missionária, esposa, mãe, é como se o terreno de possibilidades de Deus se ampliasse em mim, como se houvesse mais lugar onde Deus pode trabalhar em mim e assim eu posso também dar o que recebi, pois Mons. Jonas nos ensina que na Canção Nova somos evangelizados para evangelizar, e todo esse “terreno em que vivo” – comunidade, família – me possibilita ainda mais ser instrumento de Deus.
Ivana Brandão Soares da Costa
Comunidade Canção Nova