Não me sentei para escrever um projeto do que seria a nossa vida em comunidade. Não fui buscar nos santos, nem nas experiências das congregações religiosas. Não. Tudo nasceu da vida. Fomos colhendo da vida. Pouco a pouco foram saltando as características da nossa vida. Elas dizem o que somos. Eu as apresento aqui como elas se mostram hoje.
1. Somos homens e mulheres de Deus: Somos consagrados
Quanto a mim, posso dizer que sou de Deus, homem de Deus. Esta é a primeira e a principal realidade em mim: sou “homem de Deus.” Não me foi fácil aceitar esse termo: “homem de Deus” porque ele trazia os contágios de uma mentalidade passada. Julgava grande demais para mim: era uma presunção. Hoje entendo de maneira diferente. Não é mérito, mas disposição gratuita de Deus. Ele me criou para eu ser d’Ele, exclusivo d’Ele, pertencente a Ele, à serviço d’Ele. Fui criado para isso: para ser homem de Deus, dedicado a Deus, dedicação integral, isto é, toda a vida. Vivo para Deus, para a Sua causa, para a Sua obra, para o Seu serviço, para a realização do Seu projeto. Isso foi e tem sido uma descoberta.
Sei que tenho vivido em muitas fraquezas, mas vejo, já não posso mais negar que sou “homem de Deus.” O que faço é tomar, sempre cada vez mais, consciência do que eu sou e em conseqüência assumir com simplicidade aquilo que sou, aquilo para que fui criado. O que eu descobri, os outros descobriram também: Somos uma fundação. Os membros foram criados em cacho. Por isso têm todos as mesmas características fundamentais. Os membros da Canção Nova são, antes de tudo, homens e mulheres de Deus. Vocacionados para isso: para ser de Deus. Viver para Deus. Trabalhar para Deus. Investir a vida toda no Seu serviço. Na realização do Seu plano. Isso tem sido uma constante descoberta. É nisso que nos identificamos. Somos muito diferentes como pessoas. Mas nisso nos identificamos: somos de Deus. E isso nos une.
2. Essa pertença a Deus se expressa e se realiza cada vez mais
a) – Na oração pessoal
Dar-se tempo de estar diante de Deus, como diante do sol. Conquistar uma crescente intimidade com Deus. Isso é que dá a cada um vida, transformação, cura e frutos. É um empenho e compromisso pessoal. Ninguém pode fazer por mim.
b) – Na busca do conhecimento pessoal da palavra de DeusConhecimento no sentido bíblico de experimentar, de saborear. A palavra de Deus na Bíblia é o alimento, “geléia real” dos homens de Deus. Ela e somente Ela é que forma os Profissionais de Deus.
c) – Na oração comunitária
Somos uma comunidade, somos Igreja doméstica. É preciso celebrar comunitariamente o Senhor da Glória. Aquele que é a razão da nossa vida e da nossa missão. Na oração partilhada, as riquezas de cada um enriquecem sobremaneira o todo. Na oração comunitária, colocamos em exercício os dons do Espírito Santo, que são as ferramentas e as armas dos profissionais de Deus. Na oração comunitária colhemos as orientações concretas de Deus para as nossas vidas e os rumos para a comunidade, aqui e agora.
d) – Na celebração da Eucaristia
É o encontro pessoal diário com Aquele de quem somos e para quem trabalhamos. Nela nos associamos realmente ao louvor de toda a Igreja, no louvor da humanidade, do universo. Nela nos colocamos dentro do mistério da morte e ressurreição de Cristo que é a fonte da vida, que faz homens novos para um mundo novo. Nela trazemos a cada dia o que somos, o que fazemos e cada um daqueles para os quais vivemos e trabalhamos. A celebração da Eucaristia é o ponto de chegada e de partida da nossa vida e da nossa missão.
Equipe vocacional
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