Semente de Novas Vocações

MEMÓRIA

A memória viva das próprias origens traz a força para confirmar a própria identidade: quem somos na Igreja? Qual é a nossa vocação? Qual é a nossa missão? Hoje, com certeza, é tempo propício para recordar o nascimento da nossa comunidade. Início humilde e tímido, movido, porém, por uma grande paixão missionária: anunciar a Boa Nova “até os confins da Terra” pelos meios de comunicação social.

Foto: Arquivo Canção Nova

“Quanta surpresa ao ver o pequeno grão de mostarda transformar-se em uma grande árvore!” Com essas palavras do Cardeal  Stanislaw  Rylko, quero iniciar minha partilha com a certeza de que, nestes dias que vivenciamos a morte do nosso pai fundador, Monsenhor Jonas Abib, estamos fazendo memória de quem foi esse homem de Deus, sua vida, sua entrega, sua vocação, seu sacerdócio e, principalmente, sua experiência como fundador da Comunidade Canção Nova.

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CHAMADO

No seu velório, quando eu estava ali, aos pés de seu corpo, fui contemplando meu encontro com ele ainda aos 12 anos de idade, quando ouvi pregar sobre o Amor de Deus. Esse encontro marcou profundamente minha vida. Lembrei-me da minha oração feita ao bom Deus: Se é verdade o que este padre está dizendo sobre o seu amor por mim, se eu experimentar esse amor que ele diz, eu prometo que lhe entregarei toda a minha vida! Ali, diante do seu corpo, pude atualizar essa experiência e louvar a Deus, porque já são 46 anos desse encontro e 34 da minha entrega a Deus no Carisma Canção Nova.

Foto: Arquivo Pessoal / Verá Lúcia Reis

Sim, as palavras de Monsenhor Jonas eram verdadeiras, o amor de Deus me tocou, curou meu coração e mudou minha vida. Em resposta a este grande amor eu consagrei a Deus toda a minha vida. Ali, diante do corpo do Monsenhor Jonas, pude atualizar minha experiência de amor de Deus, louvar a Deus pela sua vida, sua história, sua vocação e seu sacerdócio. Por causa do seu sim eu fui alcançada.

SEMENTE DE NOVAS VOCAÇÕES

Não tenho dúvidas de que a morte de Monsenhor Jonas é semelhante ao grão de trigo que cai na terra e, morrendo, produz muitos frutos. Ele escreveu, em nossos documentos internos, que o carisma  Canção Nova é um dom. E esse dom foi dado ao fundador para que ele possa realizá-lo. O dom, que está oculto no coração do Pai, está também oculto no coração do fundador. Oculto para os outros, mas também oculto para ele mesmo. É preciso que, à luz do Espírito, ele o descubra em si. Essa é a principal tarefa do fundador.

Agora, diante de Deus, ele pode contemplar na totalidade o dom que recebeu. Diante dessa evidência, eu creio que ele vai interceder por todas as vocações ao Carisma Canção Nova e que sua morte é semente de novas vocações para o dom que Deus lhe concedeu a graça de ser o fundador. Eu creio que, no céu, diante de Deus, ele deve estar contemplando toda a beleza desta vocação e não vai querer que nenhum dos que foram chamados por Deus, Canção Nova, fique de fora. É um mistério grande. Agora, nosso pai fundador contempla em Deus a totalidade de sua vocação e seu chamado. Contempla a grandeza da vocação Canção Nova e a finalidade do para que Deus suscitou este carisma no seio da Igreja neste tempo.

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COMPROMISSO

Estar ali, diante de seu corpo, dos dias de seu velório, fez ecoar, em meu coração, a necessidade de buscar a santidade, de dizer novamente meu ‘sim’ a Deus no carisma Canção Nova. Senti-me provocada a ser guardiã deste carisma e lutar para que ele possa se concretizar no mundo. Agora, a responsabilidade de realizar o Dom Canção Nova é de cada membro. Fui provocada novamente a dar um novo sim com um significado muito maior. A responsabilidade de levar adiante a graça que recebemos com a entrega de vida do nosso pai fundador. Sinto-me mais Canção Nova, arde em mim o amor pelas almas, queima em meu coração o desejo de formar homens novos para o mundo novo, para que um povo bem disposto seja preparado para a segunda vinda do Senhor.

Foto: Verá Lúcia Reis/Arquivo Pessoal

ANUNCIA-ME

A morte do Monsenhor Jonas Abib é um tempo forte para toda a Comunidade Canção Nova. Deus nos visita para reafirmar que o carisma continua vivo e somos nós, os missionários vocacionados a ele, que precisamos concretizá-lo neste mundo e neste momento da história. Sim, essa evidência é para mim um certeza de que o próprio Deus está chamando novas vocações e convocando todos os que são Canção Nova para este novo tempo que se abre diante de nós com a morte do nosso pai fundador para que a Canção Nova possa ser cantada, porque “somos feitos para cantar a glória de Deus. Precisamos ensaiar desde agora. Há muito pouco tempo de ensaio. Logo, logo o Maestro virá e não tardará!”

 

 

Vera Lúcia Reis (Verinha)
Formadora Geral da Comunidade Canção Nova
Membro da Comunidade Canção Nova desde 1989 no modo de compromisso do Núcleo. É celibatária.

 

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