Nossa vocação é levar a Salvação

Estamos vivendo um tempo maravilhoso de profunda espiritualidade e reflexão: a grande semana, a Semana Santa! Durante esta semana, o nosso olhar se volta para o sacrifício da Cruz, onde Nosso Senhor se entrega por amor a cada um de nós, porém, nossos olhos não ficam somente na Cruz, mas principalmente no túmulo vazio. No Sábado Santo, na Vigília Pascal, vamos poder a plenos pulmões proclamar: “Cristo ressuscitou de verdade! Aleluia!”.

De salvos por Jesus passamos a ser salva-vidas

Toda a dinâmica do mistério da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor nos coloca numa situação de encarregados, ou seja, de alguém que recebeu a incumbência de levar essa salvação. De salvos por Cristo, passamos a instrumentos de salvação nas mãos d’Ele, ou seja, pela sua entrega Ele também nos chama a uma entrega total, Ele nos vocaciona e nos convoca a trabalhar na sua vinha: todos nós somos chamados à missão, todos podemos colaborar na obra de salvação aqui nesta terra.

Quando experimentamos a salvação, passamos a ter, como Ele, uma ânsia dentro de nós para colaborar com o resgate das pessoas; e resgate exige luta e esforço; é preciso arriscar a própria vida.

Somos salva-vidas

Nós, que estamos com Deus, somos salva-vidas, somos uma tropa de resgate. Quantas pessoas você conhece e que precisam de uma experiência concreta e libertadora com Jesus? Talvez, essas pessoas moram com você debaixo do mesmo teto ou, então, são amigos muito próximos, colega de escola. A cruz e a ressurreição nos coloca diretamente dentro da missão – falar desse extremo amor que Jesus teve e tem para com todos, sem acepção de pessoas!

Talvez, você não tenha conseguido grandes resultados com a sua família, porque, infelizmente, não conseguimos ser profetas dentro de nossa própria casa; e o próprio inimigo usa disso para nos humilhar. Ele nos faz pensar: “Como vamos salvar outros se não conseguimos resgatar os de nossa casa?”. Daí, nós desanimamos. Não, meus irmãos! Se você não consegue evangelizar as pessoas de dentro da sua casa, vá trabalhar com as de fora, com os vizinhos e amigos. Há muitas pessoas que precisam do resgate de Jesus.

Somos salva vidas!

Somos salva vidas!

Somos discípulos de Cristo

Na Semana Santa nós somos impulsionados a olhar para o sofrimento que Ele viveu para nos salvar. O Papa Francisco disse na homilia do Domingo de Ramos: “na Bíblia, o verbo «abandonar» é forte; aparece em momentos de dor extrema: em amores fracassados, rejeitados e traídos; em filhos enjeitados e abortados; em situações de repúdio, viuvez e orfandade…”

Jesus também experimentou a dor da distância de Deus. Ele sendo o Filho Amado do Pai viveu a dor de sentir-se fracassado, rejeitado, traído, abortado, sozinho, como se Deus houvesse se distanciado dele. E o Papa continua: “Ele se fez solidário conosco até ao ponto extremo. Mas – podemos perguntar-nos –, por que foi tão longe? A resposta é uma só: por nós. Experimentou o abandono para não nos deixar reféns da desolação e permanecer ao nosso lado para sempre.

Ninguém é irrecuperável

Ele está conosco até ao fim. E cada um de nós, que experimentamos a salvação, tivemos um encontro pessoal com Ele, experimentamos a sua misericórdia, somos este sinal visível desse Amor. Somos instrumentos para esses irmãos. Ninguém pode se sentir sozinho e irrecuperável. O Senhor se deu por mim e por cada um desses irmãos, por você, para que, quando eu, você ou qualquer outro se vir encurralado à parede, perdido num beco sem saída, precipitado no abismo do abandono, perdido no redemoinho dos «porquês», saibamos que há uma esperança. (Vatican News)

Jesus, o Pai e o Espírito sofreram a distância causada pelo abandono para acolher no seu amor todas as nossas distâncias. A fim de que possa cada um de nós dizer: nas minhas quedas, na minha desolação, quando me sinto traído, descartado e abandonado, Tu estás presente, Jesus. Quando me sinto transviado e perdido, quando não aguento mais, Tu estás lá, estás comigo; nos meus «porquês» sem resposta, estás comigo. (Vatican News)

Somos instrumentos de salvação

A Igreja da América Latina e do Caribe, a partir da Conferência de Aparecida, chama-nos para a missão. A nossa Igreja é missionária, onde vemos “discípulos e missionários” comprometidos com a obra de evangelização porque “não há portas fechadas para o Evangelho”.

O que você tem feito na sua Diocese, na sua Paróquia, na sua Pastoral? Talvez, você esteja desanimado no caminho, no trabalho pastoral, porém, Jesus não morreu na cruz para que você continue desanimado, na prostração, ou simplesmente satisfeito com o seu processo de conversão sem olhar para aqueles que estão do seu lado ou que você encontra na sua Igreja: “Portanto, se alguém está em Cristo, é criatura nova. O que era antigo passou, agora tudo é novo”. (2 Cor 5, 17).

Suba à cruz com o Senhor e, de lá, olhe a humanidade com misericórdia e tenha necessidade de ser co-participante no poder do Espírito Santo nesta empreitada de apresentar Jesus ao mundo. Veja o túmulo vazio e experimente a força da ressurreição que reaviva o seu coração e a sua missão. Como Maria Madalena, como Pedro, como João, os Discípulos de Emaús, e aqueles que tiveram a experiência do ressuscitado, como Paulo o encontrou na estrada de Damasco, vá a todos os que você puder e o anuncie, testemunhe o seu amor.  Mostre os sinais da salvação e da vida nova que o Senhor tem para todos!

Ouse responder ao Senhor

Se a sua vocação é uma Congregação, Seminário, Convento ou uma Nova Comunidade, procure o carisma que você se identifica.  Se você percebe que o seu lugar é num trabalho na sua diocese e paróquia, se empenhe, se dedique. Se o seu ministério é com casais, invista nele e vá em frente, porque satanás tem espalhado a morte nos casamentos.  Se é com jovens, com crianças, cumpra a missão que o Senhor tem para você!

Ele te escolheu para ser instrumento e sinal da salvação conquistada na cruz. Que a morte do Senhor não seja em vão. Seja um sinal para que você se dedique e se lance sem medo na missão de evangelizar! Ele cumpriu e tem cumprido a d’Ele! E você?

Boa Semana Santa!

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