No Jovens Sarados eu fiz minha experiência com Deus e percebi que foi a melhor escolha
Se fosse para definir os Jovens Sarados numa única expressão definiria como Bote salva vidas, considerando que eu estava a deriva quando fui resgatada por Deus através da missão. Olhava para todos os lados e nada via além de um grande vazio, apesar de crer em Deus não conseguia vê-Lo, sentia a necessidade de buscá-Lo, mas todas as tentativas foram frustradas, já estava perdendo as forças, mas algo já estava preparado para mim.
Nasci numa família católica, mas daquelas que se intitulam como católicos não praticantes, logo minha relação com a igreja sempre foi muito distante, ia à igreja em ocasiões específicas tais como batizados, casamentos e nas procissões da semana santa. Não é de se espantar que não tenha sido batizada quando criança, isso aconteceu quando eu tinha 14 anos por minha própria iniciativa, e consecutivamente primeira comunhão e crisma. Mas sem estímulo familiar e sem acolhimento da igreja o mundo entrou em ação e com cerca de 16 anos comecei a beber timidamente.
Até aí tudo bem, era uma boa menina, estudiosa, responsável e extremamente tímida, bebia apenas nas festas de família para “se soltar”, mas o tempo foi passando, e a cada dia que passava eu bebia mais e já não era somente nos eventos familiares, as bebedeiras se estendiam a bares e baladas quase que diariamente. Mas que mal havia nisso? Se eu era uma mulher formada e trabalhadora, que não perdia um único dia de trabalho mesmo que isso custasse apresentar-me ao local de trabalho com ressaca e sem dormir.
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Eu tinha uma vida vazia e no fundo sabia disso. Nesse tempo me alternava em momentos que buscava e depois abandonava Deus, muitas vezes sentia necessidade de voltar a Ele e até iniciava esse processo, mas não me sentia atraída o suficiente para permanecer. Quantas vezes eu ia à missa no domingo depois de uma noite de bebedeira, de balada e ainda acreditava estar fazendo o certo.
Até que em um determinado momento de minha vida mais especificamente no ano de 2009, notei o quanto estava fazendo mal a mim mesma, bebia todos os dias e em grande volume, a bebida me fazia perder o interesse por todas as coisas que eu mais gostava desde as mais simples, todo meu investimento de vida estava direcionado a um único fim, o álcool. Durante todo esse ano tentei de todas as formas parar com tal vício, mas não conseguia, todas as tentativas foram frustradas e sempre tinha “amigos” que não me deixavam parar. Em 2010 tudo começou a mudar e num dia de desespero resolvi suplicar a Deus que me ajudasse, pedi do fundo de minha alma. Para minha surpresa gradativamente foi diminuindo a vontade e a tolerância à bebida, chegando ao ponto de não conseguir passar do terceiro gole. O último dia que toquei bebida alcoólica na boca foi o mais impressionante, mesmo quase não bebendo mais tive uma reação de quase coma alcoólico parecia que tinha bebido litros, passei a repugnar a bebida, então aceitei que Deus havia agido em minha vida e com meu consentimento.
Mais uma vez decidi voltar a Deus dessa vez com a ajuda de uma amiga que conheci justamente nesse período, até então a pessoa com a fé mais elevada que eu já tinha conhecido na vida, a princípio tudo parecia ir bem, parei com a vida desregrada que tinha, abandonei os velhos “amigos” e voltei a ir às missas, mas em determinado momento percebi que não estava inteira na minha fé, faltava algo. E quando notei estava a deriva outra vez, numa vida aparentemente boa e estável, mas o coração ainda ferido pelas escolhas que eu mesma havia feito, eu estava totalmente sem rumo. Minhas estruturas começaram a se abalar e estava vendo o momento em que voltaria a vida que já havia abandonado.
Nos finais de 2014 já estava perdendo as forças e o desanimo tomava conta de mim acreditava que Deus tinha me abandonado e que eu não teria mais uma chance, já estava desistindo quando a minha amiga me convidou para passar a virada do ano na Canção Nova e lá senti um novo querer e uma necessidade enorme de ser de Deus. No caminho de volta ela me falou dos Jovens Sarados, resolvi procura-los e essa foi a melhor escolha que fiz na minha vida.
Cheguei ao grupo dia 31/01/2015 e logo no primeiro encontro me falaram do Maranathá de carnaval, fiz a inscrição, mas achei que não seria chamada a ir, na minha inocência achei que dariam preferência a quem tivesse uma experiência religiosa, recebi no mesmo dia a aprovação da minha inscrição, e eu fui. Essa foi uma das experiências mais emocionantes da minha vida, nunca estive tão em contato comigo mesma e com a minha essência como naqueles dias. E daí por diante não mais deixei de ir aos encontros do grupo aos sábados, a cada dia me sentia mais parte daquela missão que me acolhia a cada dia de um modo mais carinhoso e gentil que o outro, nunca me senti tão parte de um grupo quanto agora. Nunca me senti tão próxima de Deus, aos poucos fui percebendo que Ele me daria mais uma chance e quantas mais fossem necessárias.
Mas, eu, muito teimosa ainda tinha lá minhas resistências, a pouca experiência religiosa que eu tinha até então era com a igreja tradicional, apesar de ter participado de alguns momentos com a RCC (Renovação Carismática Católica), ainda não estava familiarizada com oração em línguas, repouso, louvores, danças, me parecia um pouco estranho, mas aos poucos fui me acostumando e compreendendo.
A oportunidade de servir na missão veio e eu prontamente recusei, claro!!! Na minha cabeça não havia sido tocada pelo Espírito Santo, afinal nunca havia repousado no Espírito e nem orado em línguas, mesmo tendo mudado toda a minha rotina, rezando terço todos os dias, orações diárias, estudo bíblico, confissão e procurando fazer tudo aquilo que eu sabia que me elevaria ao Pai e deixando de fazer aquilo que me afastava, eu ainda acreditava não ser digna de servir a Deus, no fundo ainda achava que não havia sido totalmente perdoada.
Quando soube do retiro para os servos, é claro que não iria, afinal, eu não era serva. Mas fui informada pela coordenadora do grupo, Ariane, que não só poderia como deveria ir. Então, eu fui. Essa foi a melhor escolha que eu fiz na minha vida. Foi neste retiro que caíram por terra todas as minhas teorias de que não havia sido perdoada por Deus e que por Ele era rejeitada devido aos meus erros do passado. A cada pregação, a cada convivência com meus irmãos eu percebia o quanto Deus me amava e que havia me perdoado, Ele sempre me receberia de braços abertos.
Foi nesse retiro que meus argumentos para não servir na missão cessaram, foi aí que orei em línguas pelas primeiras vezes e experimentei o repouso no Espírito. Estive em igrejas e encontros que favoreciam este acontecimento, mas Deus cuidadosamente reservou para que fosse num retiro de servos junto à missão Jovens Sarados que isso acontecesse para que pudesse ter a certeza e a alegria de dizer que faço parte dessa missão que mudou radicalmente a minha vida.
Posso afirmar com segurança que foi no retiro de servos que tive a minha experiência pessoal com Deus.
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