O Espírito Santo prometido nos dá muitos dons, mas poucos são mais poderosos e profundos do que o Dom da  PAZ!

         Quando estamos vivendo em meio aos acontecimentos deste mundo, e as peças que a vida nos prega, nos decepcionamos com as pessoas que nos magoou, se tornando nossos inimigos. Outro exemplo, nas Universidades e Escolas onde se têm a oportunidade de se morar dentro do alojamento estudantil. Algo que no Brasil se tornou muito complicado nos últimos anos. Mas em anos mais saudáveis, muitos estudantes optavam por essa forma de moradia. Morando em ambiente comum, se deve ter o respeito  um pelo  outro, por onde o outro se aloja e respeitar seus limites e dos outros. Mas é muito comum haver brincadeiras entre os colegas, que muitas vezes passam do limite em termo de respeito. Há sempre as brincadeiras de mau gosto que acabam atrapalhando a convivência e ao invés de fazer as amizades universitárias serem para sempre, se semeia ali a inimizade. No coração dos que sofrem as Inimizades são para sempre, caso não se cultive  o perdão, onde se estabelecem tréguas, cessar fogo. Mesmo diante desta realidade, você nunca mais confia naquela pessoa que fez uma brincadeira não muito legal contigo. Você terá sempre uma guarda alta para com ela!

         Passando tudo isso para o campo espiritual, estamos num tempo de meditar a Paz,  o maior de todos os Dons do Espírito : A PAZ! A paz é para nós a Trégua de Deus para conosco! A trégua para sempre. Existem os Dons do Espírito, tais como : Sabedoria, fortaleza, ciência, profecia, línguas, piedade, enfim e os grandes Dons: Amor, Alegria e PAZ!

         A Paz é o poder nuclear dos Dons do Espírito. Paz não é ausência de conflito ou de batalhas, Paz é a trégua! É trégua porque estamos entre Inimigos continuamente. Até Jesus Cristo vir, nós estávamos perdidos em nossos pecados, ou seja, nas mãos dos nossos acusadores, e quem no acusa é sempre nosso Inimigo. Jesus na Cruz é a Trégua, é a nossa liberdade. Ele disse: – SE Eu não vos libertar não sereis verdadeiramente livres!

         Jesus em suas primeiras palavras disse : Eu  não sou seu inimigo. Todas as vezes que Jesus se aproximava após sua Ressurreição dos seus discípulos, Ele dizia: – A Paz esteja com vocês! Esta é a trégua. E ainda diz: -Todo aquele que possui o Espírito Santo me pertence. Todos os que estão longe do meu Espírito continuam meus inimigos. Jesus disse Eu não sou Inimigo e eles mesmo assim o crucificaram, pois se colocaram na posição de Inimigo.

         A paz não é ausência de conflito. Paz é  estar em posição estável  com o que  Jesus tem. Jesus sabe o que Ele Tem. Ele sabe que ele tem. Ele tem o que

Ele necessita . Ele sabe que Ele tem o que Ele necessita!

         Em João 14: Ele diz aos seus discípulos na última ceia:- Paz eu deixo para vocês. Minha Paz eu vos dou! Não é a paz do mundo mas a minha Paz! O que ele está dizendo!  Ele está dizendo que essa paz nos dá: Saber o  que ele tem. Ter  o que necessita. E saber que tem o que necessita!  Jesus sabia que mesmo após Ele estar entregando a verdadeira paz a todos eles, Ele seria entregue aos Inimigos, Ele seria traído, Ele seria morto e crucificado! Mesmo assim Ele continua em Paz, pois esta Paz não se altera! 

         A palavra para essa paz é Confiança! Jesus no Getsêmani mesmo sofrendo e suando sangue, sua Paz não se abalou! Quem recebe o Espírito Santo não sente que nada abala sua Paz! Esse é o grande fruto do Espírito Santo! Essa Paz vem na confiança absoluta ao PAI!

         Quando nós recebemos o Espírito Santo, como diz São Paulo Romanos2, nós recebemos não somente a trégua, o cessar fogo do Pai conosco, mas a Reconciliação! Na Cruz Jesus assume em toda a nossa carne, mente e espírito todo o nosso pecado, para que em se fazendo tudo isso nos desse a veste nova, o vinho novo, um  ser novo em nós. A paz vem e nos transformamos em uma nova criatura, tudo o que é velho passou! Eis que faço nova todas as coisas! Somente da boca de Deus é possível não somente ouvir tudo isso mas testemunhar que tudo isso é real e está acontecendo nesse momento na sua e na minha vida se de coração aberto pedirmos:- Vinde Espirito Santo, Vinde Espírito Criador!!!Faz morada em mim! Eu preciso desta paz para continuar meu caminho em direção ao céu, onde não haverá mais choro, nem sofrimento porque tudo passou! E Deus será tudo em todos.

         Enquanto aqui, caminheiros, em missão nessa grande batalha que é a vida, precisamos do Espírito Santo que nos vivifica, nos fortalece e nos faz vitoriosos com Ele! Não precisamos estar num monte isolado para sermos inundados por esta Paz, pois podemos estar no meio do mundo em Paz, sendo Luz para o mundo!

         O que é Pentecostes? Pentecostes é  receber o Acesso ao PAI! O que  você pode ter neste momento é Acesso livre ao Pai das Misericórdias! Eu sou médico e meus filhos quando chegam no meu consultório não precisam ficar na sala de espera. Todos têm acesso a minha sala. Esta comparação é precisa para o que significa ter acesso ao Pai! Onde você mora? Você mora na casa do Pai, ou você vive na sala de espera? Quantas vezes o Pai chega como agora e  te vendo na sala de espera  te chama: – O que você meu amado está fazendo na sala de espera? – Venha aqui, entre, você pertence a essa Casa, a Minha Casa, a Casa de Deus, a Casa do PAI!

         Pertencer a Deus, significa pertencer ao Coração do Pai e ser revestido e inundado pela Paz que não passa! Pelo poder da Cruz o Senhor declarou a trégua com os seus, e pela Cruz derramou sobre nós a Paz que o mundo não tem! Assim Ele restabeleceu a Paz! E de agora em diante: Você tem acesso ao Pai: Você sabe o que você tem. Você Tem  o que você  necessita. E  você sabe que tem o que necessita!

         Porque a partir do Pentecostes somos Um com Ele!

        

        

Oremos: Abbá (Pai) Amado, hoje eu quero Senhor, receber os Dons do Espírito Santo. Na verdade eu sei que quando fui batizado(a), eu recebi o Espírito Santo e não sou mais seu inimigo. Mas neste dia eu necessito de uma nova Efusão do Seu Santo Espírito para que eu venha a ser aquilo o que o Senhor quer de mim, por isso Vem Espirito Santo, oh Vem Espirito Criador! Vem curar as minhas feridas, fecundar me com nova Vida, vem Curar me com o seu Amor e me Dar a Sua Paz! Que essa Paz eu possa tê-la de hoje em diante até o dia de contemplar com a Vossa Face! Vem Senhor nesse dia me curar, me libertar com a sua infinita Misericórdia, pois eterno é o seu Amor, e eterna é a Sua Misericórdia

Amém!

 

 

        

         Hoje amados de Deus, gostaria de começar este dia de Pentecostes partilhando com cada um de vocês sobre essa mensagem,  que ao receber o Espirito Santo, após o tempo da espera durante estes cinquenta dias após a Páscoa, São Paulo nos oferece na Leitura ; Gálatas 5:13-25.

         Paulo é um dos meus favoritos, e há autores que aceitam como Gálatas seria a primeira carta do Novo Testamento e não Tessalonicenses. Mas o que é mais importante é sobre sua perspectiva a respeito da batalha que é para nós seres humanos entre a CARNE e o Espirito, mas não é para aqui ser analisado segundo uma visão platônica ou dualista, mas sobre duas forças que todos os seres humanos amados por Deus e criados a sua imagem e semelhança experimentam: AMOR versus Pecado. Amor representa o Espírito enquanto o Pecado representa a Carne, pois pela Carne corrompemos a nossa alma. Isso não é uma leitura puritana sobre  esta passagem. Paulo não está dizendo que as coisas materiais não são boas, e vice-versa, ele está dizendo sobre o que os Judeus da época eram, eles não eram materialistas ou plantonistas e Paulo era Judeu. Ele quer dizer quando ele manifesta os frutos do Espirito e da Carne. As obras da carne trabalham com o pecado ou caminho dele e do Espirito o Amor. Paulo nomina as obras da carne : – Fornicação, impureza, libertinagem, luxúria, idolatria, superstição, inimizades, brigas, ciúmes, ódio, ambição, discórdia, partidos, invejas, bebedeiras, orgias e coisas semelhantes. Dessas coisas vos previno, como já vos preveni: os que as praticarem não herdaram o Reino de Deus!. Não acredite em quem em nome de Jesus, vem com a história de que o Pecado Sexual não se mostra importante dentro da Bíblia. Paulo nesta lista acima fala bem claro sobre isso. Nossa vida sexual pode se tornar distorcida. Onde nosso prazer passa ser o mais importante que o amor, ficando apenas no prazer. Luxuria é buscar na relação sexual apenas seu próprio prazer, assim São Tomás de Aquino define luxúria. Isso é uma desordem uso da sexualidade. Olhe hoje como a pornografia se tornou uma desordem no mundo, escravos da pornografia se tornou universal. Uma crise moral universal! Em nome não de uma liberdade mas de uma libertinagem. Nós só temos liberdade para fazer o que é certo e não o que é errado.

         Tudo que nos corrompe e nos divide vem do ficar na carne e não no caminho do Amor! Quando o Espirito Santo desce sobre os discípulos, todos se uniram, falaram todas as línguas para unir tudo em todos. É o Espirito que une todas as coisas.

         Quanto tempo nós gastamos com raiva, divisões e contendas. Esses são os frutos da carne. Hoje, há pessoas que você não consegue perdoar?

         Mas olhemos do outro lado. Os frutos do Amor, frutos do Espirito! Quando estamos tentando achar onde Deus está falando conosco, esta é a passagem que nos guia nos desejos de Deus a nosso respeito. AMOR, AGAPE!

         Ágape é o grande fruto do Espirito, o maior! O maior sinal em nós do Amor de Deus, pois você desejará o melhor para o outro o tempo todo e não o seu. NO amor flui a Alegria, o que todos no mundo desejam agora e sempre.  Para a alegria é necessário o AMOR que comunica a Alegria, a verdadeira Alegria que vem de dentro e não da euforia, efêmera. Faça como Madre Teresa, faça pequenas coisas com grande amor!

         Porque ficamos impacientes com os outros? Quando nós desejamos o melhor do outro nós temos paciência. Não apresse as pessoas que não tem a sua velocidade.

         Faça pequenos atos no seu dia desses frutos, abrindo a porta para alguém, dando um bom dia, nesses pequenos gestos de amor, onde transcende o Cristo que ressuscitado está em nós através do Seu Espirito Santo. Sem o Espirito Santo ninguém é bom, no verdadeiro sentido da palavra, porque ser bom é se colocar sempre no lugar do outro.

         Tudo se encerra no Autocontrole. Quando você está realmente nas ondas Do Espirito Santo, ou seja, vivendo um verdadeiro e concreto cristianismo você coloca o bem dos outros como se propósito e todos os seus instintos de trair este propósito são conformados pelo Autocontrole. Isso é muito concreto.

         Todos  NÓS que pertencemos a Cristo temos que sacrificar todas as nossas concupiscências na CRUZ de CRISTO. Paulo está dizendo que tudo que não é AMOR em nós tem que ser morto na CRUZ e alinhe sua vida ao Espirito Santo, aos seus Frutos. Com Gálatas 5 estamos celebrando o verdadeiro Pentecostes, o resto vem por acréscimo ( MATEUS 6:33).

 

        

Oremos: Abbá (Pai) Amado, Como em Pentecostes, envie seu Santo Espírito e a Terra toda face renovai! Senhor em teus pés entrego toda a Raiz de pecado em minha vida, toda a concupiscência, toda a espécie de idolatria, toda espécie de caminho do meu próprio prazer em seus pés! Senhor quero hoje buscar com esta renovação e Efusão do Espirito frutificar em mim o Amor! Senhor que eu tenha sempre o Senhor ante meus olhos, pois se o tenho eu não vacilo. Criai em mim um coração puro. Dai-me de novo um Espírito decidido! E para vós pelo meu testemunho se voltarão os transviados. Fazei me instrumento do Seu Amor! Manifeste tudo de mim Senhor no Amor aos meus irmãos, para que todos que passem por mim sintam suas cruzes mais aliviadas. Amém! Maranathá!

Esta Sinfonia , é dedicada ao Espírito Santo, Chama-se dos Mil pois é tudo o que alguém que experimenta a força do Espírito Santo quer fazer em seguida, tentar traduzir na Arte a Força que vem do Céu…O Fogo abrasador, o Paráclito, A Destra de Deus, o RUAHHHHHHHHHHHHHHHHHH, a Água Viva….Feche os olhos, reze o Vinde Espirito Santo ou o Veni creator…E se deixe seduzir pelas Ondas TEMPESTUOSAS DO ESPIRITO…ELE TE DÁ ASAS DE ÁGUIA ( ISAIAS 40)….
 

 

http://www.youtube.com/watch?v=kds4iu01XCY

Os sinais do Pentecostes

Frei Raniero Cantalamessa
OFM Capuchinho

No início, Adão era uma estátua de barro, porém Deus soprou sobre ele um espírito de vida e ele se tornou um ser vivo. Muito tempo depois, o Espírito de Deus veio sobre Maria e nela apareceu uma nova vida, a vida do novo Adão; a vida deu um grande salto de qualidade! Mais tarde, o Espírito de Deus veio ao sepulcro de Cristo e o reanimou e fez Jesus retornar à vida.

Mais uma vez, o Espírito veio sobre os apóstolos, em Pentecostes, e encontrou um punhado de homens temerosos, medrosos, inertes como Adão quando era uma estátua de barro e, com suas línguas de fogo, o Espírito fez aparecer a Igreja, corpo vivo de Cristo. Nós, que somos a Igreja, somos corpo vivo de Cristo pelo Espírito Santo.

A cada Eucaristia, o Espírito Santo desce sobre o altar e transforma o pão e o vinho em corpo e sangue vivo de Cristo. E um dia, no fim do mundo, o Espírito virá e dará vida aos nossos corpos mortais e nos fará ressurgir para a vida eterna.

De Saulo a Paulo

Agora vou lhes contar sobre a vida nova que o Espírito Santo me deu.
Até 1975, eu era um frade capuchinho que ensinava História das Origens Cristãs na Universidade de Milão, na Itália. Um dia, comecei a escutar pessoas que falavam de uma nova forma de rezar. Uma senhora, de quem eu era diretor espiritual, voltando de um retiro disse-me: “Encontrei pessoas que rezam de um modo estranho: levantam as mãos, batem palmas, são muito alegres e dizem que entre eles milagres acontecem”. Então eu lhe disse: “Nunca mais irás a essa casa de retiros”.

Esses dos quais aquela senhora falava eram carismáticos. Comecei a observá-los e via que algo daquilo que acontecia entre esses irmãos era exatamente aquilo que lemos nas primeiras comunidades cristãs.

Eu não podia negar que havia algo daqueles primórdios da Igreja, contudo havia fenômenos que me perturbavam, como falar em línguas, abraçar-se, profetizar…

Certo dia, fui quase forçado a um encontro carismático. Lá fui tomado de uma intensa e nova alegria, que não sabia explicar. Sentia-me sacudido. E, confessando as pessoas, percebia nelas um arrependimento novo, profundo. Eu podia ver e até tocar a graça de Deus. Mas continuava como um observador.

Em 1977, ganhei uma passagem para ir aos Estados Unidos, assistir à grande assembléia carismática ecumênica. Dentro de mim, dizia: “Isto vem de Deus, mas não me agrada”. E as 40 mil pessoas presentes ali cantavam: “Jericó deve cair”. Os meus colegas italianos me diziam: “Escuta bem, porque Jericó és tu”. Eles tinham razão, e Jericó caiu.

Depois do encontro fomos a uma comunidade carismática em New Jersey, onde aceitei receber a efusão do Espírito Santo, mas ainda com certa resistência. Um dos sinais do Pentecostes é Deus falar através dos humildes. Quando as pessoas rezavam por mim, todas as palavras proféticas pronunciadas falavam de evangelização, de Paulo que com Barnabé inicia suas viagens apostólicas, e um irmão proclamou: “Tu provarás de uma alegria nova em proclamar minha Palavra”.

Um detalhe importante é que enquanto se reza para que alguém receba a efusão do Espírito, se diz: “Escolhe Jesus como Senhor da tua vida” e, enquanto me diziam estas palavras, levantei os olhos e vi o crucifixo que estava sobre o altar da capela. Era como se Ele me esperasse para me dizer algo muito importante: “Atenção! Raniero, cuidado! Este é o Jesus que tu escolhes como teu Senhor, o Crucificado. Não é um Jesus fácil, sentimental”. Nesse momento, entendi que a RCC não é um fenômeno superficial, mas algo que nos leva diretamente ao coração do Evangelho, à cruz de Cristo.

Comecei a ler o breviário experimentando algo novo. Vocês sabem que um dos frutos mais evidentes do Espírito é abrir a nossa inteligência para entender as Escrituras. Outro sinal da transformação que o Espírito operara em mim era o novo desejo de rezar.

Três meses depois voltei à Itália e os meus irmãos diziam: “Que milagre! Mandamos à América Saulo e nos mandaram de volta Paulo”.
Pouco tempo depois, enquanto rezava com um grupo de oração em Milão, surpreendi-me fazendo a oração: “Senhor, não permita que eu morra como um professor universitário aposentado!” E o Senhor levou a sério minha oração.

Algumas semanas depois, rezando na cela de meu convento, tive a moção interior de visualizar Jesus que retornava do batismo no Jordão e começava a pregar o Reino de Deus, e ao passar por mim Ele dizia: “Se queres me ajudar a proclamar o Reino de Deus, deixa tudo e vem!”
Compreendi que Ele queria dizer: “Deixa tua cátedra na Universidade, tua direção de Departamento e te tornes um pregador itinerante da Palavra de Deus, no estilo de São Francisco de Assis”. E ao final daquela oração o Espírito havia colocado em meu coração um “sim”.

Fui ao meu superior geral dizer-lhe que me sentia chamado pelo Senhor. Ele me pediu para esperar um ano. Depois de um ano, ele disse: “Sim, é vontade de Deus, vá”. Assim, tornei-me pregador.
Foi o Espírito Santo e a experiência carismática que fizeram deste velho professor universitário um pregador do Evangelho.

A Casa Pontifícia

Três meses depois, recebi um telefonema de Roma, do meu superior geral que me dizia que o Santo Padre, João Paulo II, havia me escolhido como pregador da Casa Pontifícia. O Papa, com tudo o que tem para fazer, cada sexta-feira de manhã, durante a Quaresma e o Advento, deixa tudo e vem escutar a pregação de um frade capuchinho. Quantos de nós vão escutar pregações como o Papa? Ele não falta nunca. Certa vez, estando em viagem pela América Central, faltou a duas pregações; na sexta-feira seguinte, foi ao meu encontro e pediu desculpas por ter faltado a duas pregações.

Foi-me dada a oportunidade de fazer ressoar ali, no centro da Igreja, o que o Espírito Santo está fazendo na Igreja. O Senhor escolheu esse pobre frade capuchinho para fazer chegar ao coração da Igreja aquilo que vivemos aqui, esta força, esta esperança, esta certeza de que o Espírito Santo realizou um novo Pentecostes na Igreja.

Um dia, entendi que era hora de falar ao Papa, aos Cardeais, aos Bispos sobre a efusão no Espírito. Entre outras coisas, eu disse: “Alguns dizem que tendo recebido o Espírito Santo na Ordenação, no Batismo, não temos necessidade desta oração pedindo a efusão no Espírito, mas Jesus não poderia responder: “Eu também não estava cheio do Espírito desde o nascimento de Maria, e mesmo assim fui ao Jordão para ser batizado por um leigo que se chamava João Batista?”

No final da pregação, eu tinha um certo temor e veio ao meu encontro um Cardeal que me disse: “Hoje, nesta sala, ouvimos falar o Espírito Santo”.
O Santo Padre também sabe de minha experiência, pois lhe contei pessoalmente. Mesmo assim, já faz mais de 20 anos, e ele não me mandou embora. E aquilo que vocês encontram nos meus livros, quase tudo foi escutado antes pelo Papa.

Quero lhes contar um último detalhe que nos faz conhecer a grande paciência do Santo Padre e o seu imenso amor pela palavra de Deus. Uma vez por ano devo fazer a pregação, na Basílica de São Pedro, com o Papa que preside a celebração. É porém a única vez que não é ele quem prega. Lida a narração da Paixão, é o pregador da Casa Pontifícia quem deve subir ao altar do Papa e pregar. Na primeira vez, os degraus me pareciam mais altos que o monte Evereste. Falando na Basílica, dei-me conta de que deveria falar muito lentamente, porque há uma grande ressonância. Mas, falando lentamente, o tempo passava e ultrapassou em cerca de dez minutos o tempo previsto. Vocês sabem que imediatamente após essa pregação, toda sexta-feira da Paixão, o Papa vai ao Coliseu fazer a via-sacra, e o secretário, naturalmente, estava muito nervoso e olhava o relógio de vez em quando. No dia seguinte, disse às freiras que depois daquela função, o Papa o chamou e, com muita gentileza, disse: “Quando um homem de Deus fala, nunca devemos olhar o relógio”.

Coragem, e ao trabalho!

No dia em que meu superior me permitiu iniciar essa vida nova, no ofício das leituras havia um texto do profeta Ageu: “Coragem, Josué, sumo sacerdote, coragem Zorobabel, coragem todo o povo deste país, e ao trabalho. Coragem porque eu estou convosco, diz o Senhor” (Ag 2,4).

Lida essa passagem, fui à Praça de São Pedro e, olhando para a janela do Papa, comecei a gritar: “Coragem João Paulo II, mesmo se sabemos que és o homem mais corajoso do mundo; coragem Cardeais e Bispos, e ao trabalho, porque eu estou convosco, diz o Senhor”. Isso era fácil, pois não tinha ninguém lá, mas três meses depois eu me encontrava diante do Santo Padre e dos Cardeais e Bispos, e proclamei novamente aquela palavra de Ageu.

Hoje, anuncio estas palavras também a vocês: coragem, povo de Deus, e ao trabalho, à evangelização, à renovação da Igreja, porque eu estou convosco, diz o Senhor!