Desde o ano de 2002 quando foi publicado na Revista Americana, entre as mais conceituadas e lidas do mundo, New England Journal of Medicine, que DBS ou Estimulação Cerebral Profunda, se tornou PADRÃO OURO, no tratamento da Doença de Parkinson.

O que significa dizer que um determinado tratamento é considerado Padrão Ouro?

Pois bem, um determinado tipo de tratamento para uma doença, passa por várias etapas de certificação desde segurança, eficácia, níveis de evidência alto que aquele tratamento realmente é capaz de modificar a historia natural da doença com impacto positivo, como vemos nesta doença, uma doença degenerativa, ou seja que não tem cura! Assim como a Dopamina é Padrão Ouro no tratamento da Doença de Parkinson assim também o Implante Cerebral de Eletrodo nos núcleos basais, é também considerado tratamento indispensável nos pacientes parkinsonianos. Contudo, muitos fora e dentro da medicina, ainda relutam em assumir esta realidade científica, comprovada ao longo de todos os anos, e não é raro encontrar algum comentário de que é uma cirurgia muito arriscada. Cirurgia sem risco, não existe. Todavia, a tecnologia faz com que estes procedimentos estejam entre os mais seguros dentro da Neurocirurgia. Infelizmente no Brasil apenas os pacientes que possuem Planos de Saúde são capazes de ter um implante como este pois há muito pouca disponibilização na Rede SUS.

Muitos questionam se irão continuar tomando remédios após o implante do DBS e a resposta é simples. Os pacientes que tem ainda muitos neurônios funcionantes, provavelmente irão ter suas doses reduzidas, o que não é comum nos pacientes mais idosos e com um comprometimento da população neuronal maior.

 

Quando um paciente recebe toda a terapia disponibilizada para a doença, seja Medicamentos ( dopamina ou agonistas), DBS, também devem receber um tratamento multiprofissional em Fisioterapia Neurológica e Fonoaudiológica. É este todo que faz com que seja possível uma melhoria global destes pacientes e certamente uma maior independência. Necessário é que a família participe ativamente do cuidado do paciente, pois em muitas situações há uma comprovada dificuldade do paciente em tomar decisão, por isso, quando os sintomas iniciais aparecem, é difícil para o mesmo continuar a frente de um negócio de muita responsabilidade. Claro que em todos os casos se deve esclarecer o máximo ao paciente todos os tratamentos que estarão sendo ofertados a ele, mas o suporte familiar é indispensável para um resultado mais eficaz.

Conhecer a doença e quais são os sintomas, principalmente os iniciais, que podem trazer inclusive transtornos de comportamento que devem ser levados ao Neurologista o mais rápido possível.

Estamos no tempo da neuromodulação, a tecnologia avança rapidamente, e os pacientes de Parkinson foram os mais beneficiados com esta tecnologia, que agora já disponibiliza baterias recarregáveis, durando até dez anos.

Doença de Parkinson não pode ser olhada de forma a oferecer pouco a estes pacientes, todos merecem toda a tecnologia atual que transforma vidas e as converte em vida com qualidade.

 

DR JOSÉ AUGUSTO NASSER

MESTRE E DOUTOR EM CIENCIAS PELA EPM-UNIFESP

AFILLIATED PROFESSOR OF COLUMBIA UNIVERSITY NEW YORK

PROFESSOR DA POSGRADUAÇÃO EM NEUROCIENCIAS DA PUCRIO

ORIENTADOR DE PÓS GRADUAÇÃO DO INTORJ

AV ATAULFO DE PAIVA 135 914 LEBLON RIO DE JANEIRO RJ

2122492710 E 2122945329

joseaugustonasserdossantos@gmail.com

www.neuroclinicanasser.com.br

http://blog.cancaonova.com/drnasser

RISCOS  E BENEFÍCIOS E– TERAPIA DBS  PARA DISTONIA GENERALIZADA

(Deep Brain Stimulation – Estimulação Cerebral Profunda)

A Terapia de Estimulação Cerebral Profunda DBS para Distonia GENERALIZADA, OU CHAMADA DE DISTONIA MUSCULAR DEFORMANTE,  usa um dispositivo médico cirurgicamente implantado, semelhante a um marca-passo cardíaco, para fornecer estimulação elétrica a regiões precisamente almejadas no cérebro.

QUANDO INDICAR O PROCEDIMENTO:

         A DMD é uma patologia grave, limitante, que por vezes retira o paciente inclusive do ambiente social. O paciente deve ser acompanhamento por equipe multidisciplinar experiente no tratamento clinico da DMD. Uma vez que o arsenal terapêutico medicamentoso atinja o limite, deve ser avaliada a possibilidade do implante de Eletrodos Cerebrais Profundos conectados a uma gerador implantado no tórax.

BENEFÍCIOS

A Terapia DBS para Distonia pode ajudar a controlar os seus sintomas, mas não é uma cura. Quando você liga o Sistema DBS, ele fornece uma estimulação que pode diminuir alguns ou todos os seus sintomas. Seus sintomas retornarão quando o sistema for desligado.

A TERAPIA DE ESTIMULAÇÃO CEREBRAL PROFUNDA É:

·         Ajustável – Os parâmetros de estimulação podem ser ajustados para satisfazer suas necessidades específicas.

·         Reversível – Diferentemente de outros tratamentos cirúrgicos, a Terapia DBS não envolve a destruição ou remoção de nenhuma parte do seu cérebro. O sistema DBS pode ser removido.

RISCOS

Os riscos da Terapia DBS podem incluir os riscos de cirurgia, efeitos colaterais ou complicações com o dispositivo. A implantação de um sistema Neuroestimulador possui os mesmos riscos associados a qualquer cirurgia cerebral.

Muitos efeitos colaterais relacionados à estimulação podem ser controlados ajustando-se a configuração de estimulação. Várias visitas de acompanhamento podem ser necessárias para se encontrar a configuração de estimulação.

Os riscos da cirurgia podem incluir:

·         Paralisia, coma e/ou morte

·         Sangramento dentro do cérebro (hemorragia intracraniana)

·         Vazamento de fluído ao redor do cérebro

·         Convulsões

·         Infecção

·         Resposta alérgica a materiais implantados

·         Complicações neurológicas temporárias ou permanentes

·         Confusão ou problemas de atenção

·         Dor nos locais da cirurgia

·         Dor-de-cabeça

EFEITOS COLATERAIS

Os possíveis efeitos colaterais da estimulação cerebral podem incluir:

·         Sensação de formigamento (parestesia)

·         Piora temporária dos sintomas

·         Problemas de fala, como sussurros (disartria) e problemas na formação das palavras (disfasia)

·         Problemas de visão (visão dupla)

·         Tontura ou atordoamento (desequilíbrio)

·         Fraqueza ou paralisia parcial do músculo facial e de membros (paresia)

·         Movimentos anormais, involuntários (coreia, distonia, discinesia)

·         Problemas de movimentação ou coordenação reduzida

·         Sensação de solavanco ou choque

·         Entorpecimento (hipoestesia)

·         Déjà vu – sensação de já ter visto ou vivenciado alguma situação (corrigido através de reposicionamento cirúrgico dos cabos-eletrodos)

·         Tosse irritante com a estimulação ligada

COMPLICAÇÕES COM O DISPOSITIVO

As possíveis complicações com o dispositivo incluem:

·         Dor, deficiência na recuperação ou infecção onde as partes do Sistema DBS são implantadas

·         Infecção ou necrose causada pelas partes do sistema que roçam na sua pele

·         Cirurgia de reajuste se o conector do cabo-eletrodo ou o cabo-eletrodo/extensão se mover ou se ocorrerem problemas mecânicos ou elétricos

·         Uma reação alérgica ou rejeição do seu corpo ao sistema

·         Lesões em tecidos resultantes de parâmetros de programação ou mal funcionamento de uma das partes do sistema

A síndrome de Gilles de la Tourette (SGT) é transtorno neuropsiquiátrico de início na infância, que se caracteriza pela presença de tiques motores e vocais. Desde a sua primeira descrição em 1885, muito aspectos dessa entidade nosológica ainda permanecem obscuros. Parte desse desconhecimento pode ser atribuído ao fato de que, até há poucas décadas, muitos profissionais da área de saúde desconheciam as características clínicas ou não admitiam causa orgânica para este transtorno.

A partir dos anos 60, pesquisadores em todo o mundo vêm descrevendo novos aspectos desse transtorno. Sabe-se hoje que essa condição está associada a alterações neurofisiológicas e neuroanatômicas de etiologia, no entanto, ainda desconhecida. Há ainda inúmeras lacunas a serem esclarecidas tais como: um modelo neurobiológico preciso, o modo de transmissão genética e o espectro clínico desse transtorno.

 A idade dos pacientes varia de 7 a 50 anos, média 20,33 anos. A idade de início dos sintomas varia de 3 a 15 anos, sendo a média 7,81 anos. O tique motor é o sintoma inaugural em  até 79% dos pacientes. Quanto aos tiques complexos, a coprolalia está presente em 27,6%; a copropraxia em 20,1%; a palilalia em 20,1%; a ecolalia em 27,6%; e a ecopraxia em 27,6%. Em relação a manifestações associadas, 25,8% apresentavam déficit de atenção/ hiperatividade e 39,6% transtorno obsessivo-compulsivo. O fenômeno sensitivo está presente em 54,8% dos pacientes.

Uma vez tomada a decisão de utilização de fármacos para a supressão dos tiques, podemos definir 2 níveis de tratamento: o primeiro com fármacos não neurolépticos (antipsicóticos), menos agressivo, mas com eficácia provavelmente menor, usado em casos mais ligeiros; o segundo nível recorre a fármacos antipsicóticos, provavelmente mais eficazes, mas à custa de efeitos adversos potencialmente mais graves. Recomenda-se, em primeiro lugar, o recurso aos fármacos de nível 1, e só depois aos de nível 2. No entanto, o tratamento deve ser sempre selecionado em função da situação específica.

Podemos considerar ainda num terceiro nível fármacos menos usuais, como a tetrabenazina e a toxina botulínica. No entanto, alguns autores defendem a utilização de tetrabenazina como primeira alternativa aos antipsicóticos, uma vez que esta não provoca os efeitos adversos tardios típicos dessa classe de fármacos. A toxina botulínica pode ser utilizada em tiques motores e vocais refratários, geralmente apenas em casos excepcionais. Tem um papel importante na redução dos sintomas premonitórios. Deve ser considerada para o tratamento de um tique específico, bem reconhecido, que causa disfunção significativa, e não responde ao tratamento farmacológico mais usual

Neurocirurgia funcional: estimulação cerebral profunda

Foi publicado em 1999 o primeiro relato de ECP no tratamento de SGT refratária. Existem neste momento pouco mais de 360 casos reportados na literatura científica mundial, dos quais 93,6% obtiveram melhoria moderada dos tiques após ECP.

Várias áreas cerebrais têm sido usadas como alvo de ECP, incluindo o globo pálido interno (GPi) ântero-medial, núcleo subtalâmico, complexo centromediano-parafascicular do tálamo, núcleo accumbens e braço anterior da cápsula interna. Permanece a dúvida acerca do alvo que poderá trazer mais benefícios clínicos, mas os resultados disponíveis sugerem que o GPi parece ser atualmente o mais vantajoso e merece investigação adicional futura neste âmbito.

O grupo de trabalho da European Society for the Study of Tourette Syndrome (ESSTS) publicou recentemente um documento de consenso que afirma que, à luz do conhecimento atual, a ECP deve ser  utilizada no tratamento de doentes com doença grave e incapacitante apesar do tratamento médico e psicoterapêutico. 

Novas perspectivas no tratamento da Doença de Parkinson e outros transtornos do movimento não Parkinsonianos

 

REUNIREMOS EM VANCOUVER – Canadá-  para o MDS -Congresso Internacional  de Doença de Parkinson e Transtornos do Movimento. Estarão  presentes eu vários  representantes de Neurocirurgia, Neurologia, Fisiatria, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Psicologia e Psiquiatria entre outras especialidades e cientistas relacionados a estas doenças para uma atualização e coordenação de ações para serem oferecidas no diagnóstico, tratamento e desenvolvimento científico dos pacientes portadores de Doença de Parkinson e outros transtornos como Tremor, Distonia, Síndrome de Guilles de la Tourette, Ataxias, Coréias, Tics, Espasticidade e tantos temas ligados aos movimentos. As maiores realizações estão por conta da pesquisa básica que avança muito não somente no diagnóstico e classificação genômica dos transtornos bem como janela de possíveis tratamentos para as doenças com terapia genética. Alguns poucos medicamentos  novos foram apresentados mas ainda requer uma comprovação e testagem mais a longo prazo. O que chamou a atenção serão as múltiplas apresentações e fóruns a respeito da Estimulação Cerebral Profunda ( DBS) para os transtornos do movimento Parkinsonianos e não Parkinsonianos. Estaremos agora a frente da formatação na área do DBS junto a colegas de outros centros mundiais renomados (Toronto, Oxford, Londres, Estocolmo, Pamplona, São Francisco, Miami, Colônia, Tubingen, Genebra, Istambul, Seul, Tóquio, Grenoble e Buenos Aires). É muita honra fazer parte desta Elite científica e poder levar a nossa experiência ao reconhecimento do mundo todo a partir do Rio de Janeiro. Esta missão não é somente minha com Neurocirurgia Funcional mas também pela excelência da Neurologia e Psicologia do Rio de Janeiro também lá muito bem representadas.  Nosso Trabalho foi aprovado para apresentar plenária, resultado da tese de Doutorado da minha orientada Dra. Maria Eduarda Naidel, muita honra em poder ajuda-la e também o orgulho de tê-la em equipe, certamente será o reconhecimento por este trabalho que contou com a participação de vários pacientes meus de DBS e Doença de Parkinson. 

 

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TREMOR ESSENCIAL

 

Imagine não ser capaz de segurar um copo, amarrar o laço de seu sapato ou preencher um cheque. Para pessoas com a doença de movimento, conhecida como tremor essencial, tarefas simples que requerem uma boa coordenação motora, tornam-se extremamente difíceis, muitas vezes até impossíveis.

Três vezes mais prevalente do que a doença de Parkinson, os tremores essenciais envolvem tremores incontroláveis das mãos, braços, cabeça ou voz. A condição neurológica hereditária pode começar quando se é adulto jovem e piorar com a idade. Em um esforço para auxiliar médicos e pacientes a lidarem melhor com o tremor essencial, a American Academy of Neurology publicou o primeiro manual de orientação para o seu tratamento.

Drogas específicas, comumente usadas para tratar pressão sangüínea alta e convulsões, podem ser benéficas no tratamento do tremor essencial, de acordo com as orientações.

“Tremor essencial pode ser debilitante e causar embaraço em situações sociais. Por exemplo, em um restaurante, a pessoa pode ter dificuldade em comer, quando tentar pegar um garfo ou uma colher e levar a comida até a boca”, diz a principal autora do manual, Theresa Zesiewicz, MD, professora associada de neurologia da University of South Florida (USF) College of Medicine.

O manual reviu 211 artigos para fazer as recomendações baseadas em evidências para o tratamento de tremor essencial.

Constatou-se que o propranolol, propranolol de longa-duração (LA) e primidona reduzem, significativamente, tremores dos membros e foram muito recomendados nas diretrizes. Propranolol é também usado para tratar alta pressão sangüínea. Primidona é um medicamento anti-convulsivo. Propranolol e primidona foram também recomendados para tremores na cabeça, embora não tão intensamente quanto foi recomendado para tremores dos membros.

A análise também encontrou evidências que encorajam o uso de outros medicamentos para tratar tremores dos membros. Sotalol ou atenolol – drogas usadas para regular pressão sangüínea – podem ser usadas como alternativas para o propranolol e primidona. As drogas anti-convulsivas gabapentina (como monoterapia) e topiramato também foram recomendadas.

O painel descobriu moderada evidência para recomendar injeções de toxina A botulínica para tremores de membros, cabeça ou voz. A cirurgia pode ser recomendada se o tratamento com drogas for ineficiente para tremores dos membros. Estimulação cerebral profunda tem complicações menos severas do que talamotomia, de acordo com a diretriz. Na estimulação cerebral profunda, um ELETRODO finíssimo é colocado dentro do tálamo, o que ajuda a bloquear os impulsos que causam tremores. A talamotomia lesiona uma pequena parte do tálamo, o que ajuda a suspensão dos sinais que causam tremores.

“Ambas as cirurgias foram mais eficientes do que os medicamentos na melhoria dos tremores, reduzindo sua intensidade em 60 a 90%, comparado com 50% ou menos para os medicamentos”, disse Dr. Zesiewicz. “Entretanto, pacientes que se submeteram à cirurgia tiveram mais efeitos colaterais adversos e, portanto, o procedimento é apenas recomendado para aqueles que não respondem aos medicamentos”.