Hoje conversava com um grande e “velho” amigo sobre as dificuldades economicas que andam desequilibrando orçamentos, mentes e sentimentos. Ao longo das décadas capitalistas, fomos sempre seduzidos a adquirir mais, possuir o desnecessário, investir no supérfulo. O interessante é que fomos entrando nessa armadilha como canários no “assalpão”, olhando o alpiste, sendo atraído por ele entrando na arapuca de bambú, sem se importar com a tampa que se fecha, nos tirando a liberdade.  Assim como o canário, olhamos para a fartura e nem damos conta que a quantidade de alpiste é exagerada e não vamos dar conta de comer tudo ao mesmo tempo. Não é assim que nos sentimos, quando abrimos a gaveta e temos várias camisas pra vestir? Nem lembramos disso quando passamos em frente uma loja e olhamos e somos atraídos por mais uma camisa, sem se lembrar que já temos bastante. Não é assim, quando temos um carro que nos leva pra todo lado, mas estamos sempre olhando para aquele mais novo que nos corta na estrada, com velocidades sempre acima do limite permitido? Não tem como não lembrar de José nessa história! O cara era carpinteiro, vivia do simples de cada dia. Tinha uma clientela legal, que garantia seu sustento diário com Maria e o Menino. Mas um dia, em sonho, soube que ali onde estava, não era mais seguro para o crescimento do Menino. Não perdeu tempo! Pegou mulher e filho adotivo e seguiu para outra cidade. Bem distante, diga-se de passagem! O grande detalhe é que na bagagem também estavam as ferramentas básicas de um bom carpinteiro. Chegando na cidade distante, montou uma tenda e em poucos dias, confeccionando as cadeiras e mesas, com a madeira velha que achava, foi atraíndo novos interessados por seu trabalho. Ali passou três anos com o necessário para ele, sua esposa e seu Menino.  Olha gente, não tem como negar que a ruína financeira vai chegar e já está sendo sentida até mesmo pelas grandes potências financeiras. Um “bom senhor”, me ensinou nos últimos anos que devemos treinar nossas vontades para o simples. Nosso ser precisa ser simples, mesmo com as tentações materiais que fazem parte de nossa vida. Que possamos buscar a riqueza da amizade, da simplicidade e a fartura do amor fraterno.

Deus abençoe!

Wallace Andrade
Comunidade Canção Nova
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