Sou pai de 3 filhos e a cada dia que passa percebo o quanto é difícil ser pai e o quanto meu pai deve ter se esforçado para criar 5 filhos.
As dúvidas do que falar, quando falar, do que fazer diante das birras e outras coisas mais são umas das muitas dúvidas que tenho. Sei que existem livros com direções, mas, graças a Deus, somos diferentes e as crianças, também o são. cada uma precisa ter sua forma de receber o ensinamento e a direção.
Tendo passado o dia de São José, li um artigo publicado na Zenit onde seu Paulo, senhor de 57 anos, casado há 34, pai de 10 filhos, seis homens e 4 mulheres, que mantém tudo com um único salário de freelancer me tocou bastante. Um homem, como diz o artigo, experimenta a cada dia a providência de Deus na sua família.
Ele conseguiu, com sua simplicidade, dar nome a alguns fantasmas que encontro em mim e que talvez você, que lê esse artigo, também encontre e que sabendo o nome de cada um desses fantasmas possa facilitar sua luta em melhorar.
Ele diz que “o fato de existirem fortes correntes e influências culturais e sociais contrárias, mais que um obstáculo devem ser um estímulo”. A maior dificuldade não é isso, mas sim “corrigir em si mesmo aquelas fragilidades e debilidades que tendem a estragar e impedir o exercício da paternidade”. Ele diz claramente que “em primeiro lugar posso dizer que vivo o meu papel de pai com temor e tremor, em constante luta com a minha inadequação que é, no entanto, apoiada pela graça do matrimônio”. Qual pai, lendo esse arquivo, não se vê na figura de Paulo? Impressionante pois é isso mesmo. Tocar nas suas limitações de filhos que Deus nos dá, com a responsabilidade de criá-los nos costumes cristãos nesse mundo que prega o contrário, realmente dá temor e tremor.
O que ele diz: “As principais dificuldades não vieram de fora. Deixando de lado momentos particulares, nunca desejei uma aceitação da minha autoridade fácil, talvez ditada pelo hábito, pelo conformismo ou pelo medo.
As verdadeiras dificuldades sempre vieram da minha inclinação para transformar a autoridade em autoritarismo com a consequente pretensão de obediência onde ela não era causada por uma verdadeira autoridade.
Também diante dos fracassos que existem – um filho que desobedece, ou cai em sérias dificuldades, ou se revolta ou toma um rumo errado, etc. – A soberba te empurra a deixar tudo e a fechar-te em ti mesmo, enquanto que a humildade te ajuda a aceitar a correção do Senhor por meio da história e a recomeçar a cada dia de novo”. Lendo, pensei que era eu escrevendo… Ao invés de Paulo, pensei que fosse Junior.. E você?
Lembrei-me das inúmeras vezes que não entendia meu pai e pensei: será que meu pai me entendia? Acho que a via do não entender ocorre nos dois sentidos e que Deus é quem facilita e direciona esse saber entender: quando é birra da criança, quando quer chamar atenção ou quando somente quer dizer “te amo”, mas não sabe como. Fiquei feliz de saber que, se um senhor de 57 anos vive a paternidade dessa forma, como eu poderia saber tudo sendo bem mais jovem que ele?
Obrigado, Senhor, porque sei que minha dependência de Ti, ajuda a caminhar buscando sempre ser melhor. Sei que Tu, sendo Pai, muitas vezes também não me entende, mas, ajuda-me, Senhor, a buscar em Ti a referência de como agir com meus filhos.
Junior Alves