“Sem Deus o homem acaba por deixar prevalecer o seu egoísmo sobre a solidariedade e sobre o amor, as coisas materiais sobre os valores, o ter sobre o ser”. Essa foi uma das frases ditas pelo nosso querido Papa Bento XVI em sua homilia em missa celebrada no dia 04/10. Veja o quão fútil e imaturo se torna um homem que não possui Deus. Ele se prioriza por si só e não permite que o próximo se aproxime dele.
Diante disso, o Papa continua, dizendo que “é preciso voltar para Deus para que o homem volte a ser homem”, para que ele volte a ser “ele”. Digo ele, no sentido do homem sonhado por Deus para cada um de nós. Deus, quando pensou em nós para sermos gerados, pensou de uma forma e essa forma, quando nos distanciamos de Deus, nos torna diferentes do verdadeiro HOMEM, do verdadeiro EU. O Papa ainda ressalta: “a Encarnação nos diz que jamais estamos sozinhos, Deus entrou em nossa humanidade e nos acompanha”. Veja que beleza! Não estamos sozinhos e isso não são somente palavras, são atitudes que nos provam isso através da própria Encarnação do Verbo, Jesus.
O papa ainda nos convida a refletir, olhando Nossa Senhora, “se queremos oferecer nossa vida para que seja uma morada para Ele”. Fica a pergunta a cada um de nós, inclusive eu, que escrevo. Desejo oferecer minha vida? Ou, ao contrário, como nos diz o Papa, “tememos que a presença do Senhor possa ser um limite para nossa liberdade, e se queremos reservar para nós uma parte de nossa vida, de modo que possa pertencer apenas a nós”? Pensamento esse, que vai de contra a própria realidade da presença de Deus em nossas vidas, que não escraviza, mas liberta, constrói, revigora, como relata Bento XVI, pois “é Deus mesmo que liberta nossa liberdade, que a liberta do fechamento em si mesma, de possuir, da sede de poder, de posse, de domínio, e a torna capaz de abrir-se à dimensão que a realiza no sentido pleno: o do dom de si, do amor, que se faz serviço e partilha”.
Terminando a homilia, o Papa nos diz que “a graça não elimina a liberdade, ao contrário, a cria e a sustém. A fé não tolhe nada à criatura humana, mas permite a sua plena e definitiva realização”.
Irmãos, fica a pergunta para que reflitamos: queremos oferecer nossa vida para que seja uma morada para o Senhor?
Junior Alves, missionário da Comunidade Canção Nova Missão Rio de Janeiro