A medicina e a realidade espiritual

A necessidade da ajuda mutua…

A medicina e a realidade espiritual

Quero aqui novamente reforçar que, em nenhum momento que nos encontrarmos com realidades que despertem uma suspeita de distúrbios diabólicos, devemos dispensar por completo a ajuda médica. É importante, em determinadas situações, e dependendo do caso que se apresenta a nós, pedirmos que a pessoa procure ajuda, seja por meio da psiquiatria, da psicologia ou psicanálise, pois estas podem ser de grande utilidade para as pessoas e trazem sem dúvidas muitos benefícios.
Mas certamente, tanto os problemas espirituais, quanto os problemas que dependem da medicina, tem metodologias e até mesmo modos de diagnosticá-los diferentes, e nesta questão precisa haver respeito e entendimento de ambas as partes.
Uma coisa é certa: tanto as pessoas envolvidas para ajudar nas realidades espirituais, sejam estes exorcistas, padres, pessoas ministeriadas; assim como todo o conjunto de profissionais que abrange a medicina, têm a mesma reta intenção que é a de ajudar e trazer os benefícios necessários para aquelas pessoas que sofrem. É por isso que, quanto mais uma realidade interagir com a outra, penso que só teremos vantagens com isso.

Pe. Gabriele Amorth, sendo um dos mais renomados e experientes exorcistas do último século, frisava algo importante sobre a interação da medicina e de pessoas com conhecimento das realidades de distúrbios espirituais. Ele diz:
“Quero destacar que, para que haja colaboração entre psiquiatras e exorcistas, não é necessário que o psiquiatra tenha fé; não é sequer necessário que acredite na existência do demônio e seus poderes. É suficiente que saiba reconhecer os limites da sua ciência (…)”

Essa é uma realidade! O grande problema é que uma grande parte dos profissionais que tratam das realidades de transtornos mentais, dificilmente encaminharão uma pessoa que pode estar sofrendo um ataque diabólico para um exorcista – mas tentarão de muitas maneiras uma solução, ainda que precisem fazer por diversas vezes trocas e trocas de medicamentos, que têm se mostrado sem eficácia naquele caso.
É por isso que o Ritual Romano recomenda a ajuda da “ciência médica e psiquiátrica que tenham a sensibilidade das realidades espirituais.”  Isso é prudente e certamente trará auxílios para a pessoa que sofre.
Sobre esta falta de credulidade muitas vezes dos profissionais da psiquiatria quando o assunto são os distúrbios diabólicos, o teólogo Antonio Royo Marin demonstra grande clareza e sabedoria quando afirma:
“Antes de tudo é preciso muita discrição e perspicácia para distinguir a verdadeira obsessão [diabólica], de uma série de enfermidades nervosas e desequilíbrios mentais que se parecem muito com ela. Insensato seria – além de herético e ímpio – negar estritamente a realidade da ação diabólica no mundo, uma vez que se consta expressamente nas mesmas fontes de revelação e já foi contrastada mil vezes com provas inequívocas e irrefutáveis na vida dos santos.”
Deste mesmo trecho citado acima, Royo Marin coloca uma citação de Dom Stolz muito pertinente, que diz:
“Modernamente há uma tendência muito exagerada de explicar tudo pelas causas puramente naturais. Com razão lamenta um grande teólogo contemporâneo que diz que “talvez a vitória mais alarmante e perigosa do demônio seja ele ter conseguido golpear a nossa fé em seu espantoso poder”.
Mas algo muito interessante neste aspecto da medicina referente à possessão diabólica é que no DSM (Manual diagnóstico e estatístico de transtornos Mentais – American Psychiatric Association), quando se explicam os transtornos dissociativos de identidade, fala-se diretamente sobre a diferença que há numa suposta “possessão” ligada a um transtorno de personalidade, e os critérios que diferenciam uma real possessão “espiritual”:
“(…) a maioria dos estados de possessão no mundo inteiro é nor- mal, geralmente parte de práticas espirituais e não satisfaz os critérios de transtorno dissociativo de identidade.”
Com isso, eles afirmam que existe uma realidade que está acima de suas competências, e que se distingue dos sintomas dos transtornos mentais. Podemos reconhecer neste sentido um grande avanço!
Isso só vem confirmar o que Padre Amorth conta-nos no seu livro sobre um renomado psiquiatra e psicanalista chamado Emilio Servadio, que declarou em uma entrevista à rádio vaticano em 1975:
“A ciência deve parar perante aquilo que os seus instrumentos não podem verificar nem explicar. Não podemos definir exatamente estes limites porque não se trata de fenômenos físicos. Mas creio que todo o cientista digno desse nome sabe que os seus instrumentos não vão para além de um certo ponto.
No que se refere a possessão demoníaca, só posso falar em nome próprio e não em nome da ciência. Parece-me que, em certos casos, o caráter maligno e destruidor dos fenômenos atinge um nível tão especifico, que é verdadeiramente impossível confundir este tipo de fenômeno com aqueles que o especialista (parapsicólogo ou psiquiatra) registra nos casos do tipo Poltergeist ou outros.”
Pe. Gabriele Amorth também ressalta o cuidado que alguns diagnósticos genéricos trazem por parte da medicina, e que podem esconder algo perigoso: “Certos diagnósticos genéricos, muito frequentes, como esgotamento nervoso, estado depressivo, podem, por vezes, esconder a incompreensão de um verdadeiro mal que aflige o paciente.”
Para finalizar, minha sugestão e experiência pessoal é sempre perguntar à pessoa que nos procura pedindo ajuda, se ela já passou ou está sendo acompanhada por algum especialista nas ciências médicas e, se no primeiro encontro surgem dúvidas quanto à realidade que esta pessoa vive, sempre aconselho que a pessoa também faça um acompanhamento com um psiquiatra ou psicólogo. Certamente, nos próximos encontros com a pessoa, o discernimento irá acontecendo e saberemos distinguir uma coisa da outra.
Mas somente uma dica importante que dou: não nos fechemos em não atender ou não querer dar continuidade a algum caso, somente porque não nos foi apresentado um laudo médico ou clínico da pessoa. Que isso nunca seja um impedimento para que possamos tentar ajudar as pessoas.
Aliás, nunca ouvi falar que a oração fez mal ou prejudicou alguém!

Deus abençoe você!

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Danilo Gesualdo, é membro da Comunidade Canção Nova e atua junto ao Ministério de Cura e Libertação, residindo em nossa sede em Cachoeira Paulista.
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