Seriado Lúcifer: Quando o Diabo tornou-se entretenimento

“Em nenhum outro lugar, ele (Diabo), de fato, governa senão quando os homens riem dele.”

Série Lúcifer Quando o Diabo tornou se diversão

O interesse pela presença do mal no mundo e do tentador sempre causaram curiosidade e polêmicas. A mídia continua produzindo filmes sobre demônios e exorcismos. O público acorre a essas produções como se fossem registros quase fotográficos da realidade. O fascínio é garantido pelos sentimentos de medo, perplexidade e terror que instigam a fantasia humana. Aspectos de uma religiosidade arcaica, mítica e mágica retornam com frequência e provocam angústia, irracionalidades e dificuldades para a ação evangelizadora.” (Exorcismos – Reflexões teológicas e orientações pastorais)

Mais uma vez as Redes Sociais são invadidas por um tipo de “barulho” que de certa forma nos chama a atenção. Milhares de pessoas entusiasmadas, trocando mensagens, postando suas euforias e expectativas em torno de uma realidade que, na verdade para nós cristãos, deveria nos causar no mínimo um certo tipo de estranheza!
Sim, estou me referindo a série Lúcifer, que novamente se destaca como um dos assuntos mais comentados da atualidade.

Lembro-me que em meados de 2016, quando foi divulgado o lançamento da série, algo me chamou a atenção quando vi nos assuntos mais comentados nas Redes Sociais as frases: “SaveLucifer (salve Lúcifer, em inglês) e “VivaLucifer

Não soaria tão estranho se o que estivesse em questão não fosse a realidade do pior e mais maléfico ser, na qual por sua Soberba e Orgulho, quis se colocar acima de Deus o seu Criador: Lúcifer, o anjo de luz que se corrompeu por meio das suas escolhas…
Lúcifer que é o protagonista da maior desgraça que poderia ter ocorrido à humanidade, o instigador e propulsor da entrada do Pecado no mundo; agora de destaca como protagonista dentro de muitos lares no mundo inteiro…

Destaco aqui como a FOX, canal na qual exibe a série, fez a apresentação da mesma:

Cansado de ser o Senhor do Mal, Lucifer Morningstar resolve abrir um bar diferenciado e luxuoso, chamado Lux, em Los Angeles (Califórnia). Agradável e carismático, Lúcifer está curtindo seu retiro, dedicado aos seus hobbies favoritos: vinho, mulheres e música. No entanto, uma preciosa estrela do pop é assassinada nas redondezas do seu bar. Pela primeira vez em aproximadamente 10 bilhões de anos, ele sente algo diferente. Será compaixão?

Alguns dirão que isso é apenas uma ficção e que não deve ser levado tão à sério, o que não deveria ser o pensamento de um cristão de verdade, quando o que está sendo colocado em questão são as verdades da nossa Fé, sejam expostas de forma cômica ou não!
Toda a arte, seja em forma de pinturas, por meio da música, do teatro, da dramatização, tem como finalidade “abrir” realidades dentro de nós, imprimir o que pensa o autor da obra, destacar o seu pensamento, sua filosofia de vida e etc…

O argumento por detrás da série é a possibilidade de Lúcifer não ser este ser tão mal como foi “pintado” pelos ensinamentos judaico-cristãos. E se Lúcifer tivesse um lado bom? Será que realmente Lúcifer não teria um lado cômico, divertido, atrapalhado? Será que ele é este ser tão deprimente e horripilante em todo o tempo?
A série Lúcifer repete a fórmula consagrada da Dramaturgia Hollywoodiana, e das novelas brasileiras: O enaltecimento do vilão, a normalização da imoralidade, a fragilidade do bem; e por conta disso a dormência das verdades essenciais da Fé cristã.

Agora, o ser deformado e que deformou a humanidade por conta do Pecado, entra na modernidade com uma versão reformulada: Se tornando agora uma “pessoa” agradável, engraçada, atrapalhada, um tipão carismático, atraente, sedutor…Aliado a uma policial, Lúcifer se torna um tipo de ajudante na descoberta de criminosos!

Seria engraçado, se não fosse realmente muito sério! Normalizar a relação com o Mal fortalecendo a inversão de uma verdade de Fé! Pois a questão é que não se trata de um personagem fictício, que adicionaram um drama por detrás do mesmo; não! A realidade diabólica faz parte da verdade cristã, e o que fizeram foi deturpa-la de modo cômico!

Imaginem uma adaptação moderna de Hitler, em que o nazista empedernido aparecesse mais politicamente correto e amiguinho dos judeus… A simples hipótese já nos causa asco.” (Pe. Paulo Ricardo)

Quando você pega uma verdade, e a dilui, pulveriza e a enfraquece; logo você faz com que ela seja “apagada” da realidade das pessoas; e isso para os incautos, se torna um grande perigo, um convite para uma “convivência sadia” com o Mal…No fundo é esse o convite que a série traz!
Isso é certamente causa de grande confusão principalmente aos adolescente e jovens, que são os grandes consumidores deste tipo de entretenimento! Prova disso foi o que eu disse das frases que se destacaram nas Redes Sociais “Salve Lúcifer, Viva Lúcifer“. Quem em sã consciência normalizaria tais frases?

Esta questão sobre o Diabo e seus Demônios e a forma como atualmente tem se abordado a temática é tão importante, que a CNBB há alguns meses publicou um Documento chamado “Exorcismos – Reflexões teológicas e orientações pastorais” e afirmou no seu texto:

O ser humano livrou-se de satanás e de seu reino. Isso aconteceu quase por brincadeira, pois as pessoas fizeram dele um personagem cômico. É difícil descrever o demônio sem recorrer ao humor, a piadas e ao deboche. Na raiz disso, há um sentimento cristão: aquele que foi redimido despreza o velho senhor. Entretanto, o deboche do crente torna-se gargalhada para o não crente, e isso ajuda novamente na causa de satanás. Em nenhum outro lugar, ele, de fato, governa senão quando os homens riem dele.

Quer mais clareza que isso? Penso que não precise, não é mesmo?!

Perceba como a normalização do Diabo tem se tornado cada vez mais comum em nosso meio…Hoje já há declaradamente templos dedicados a Satanás, marchas para Satanás, imagens sendo expostas em lugares públicos para o culto a Satanás…
Você acredita mesmo que tudo isso é por acaso? Certamente não!

Fantasia do autor ou realidade arquitetada na autoria da série Lúcifer?
Não podemos afirmar! O que podemos é rejeitar esse tipo de material, que nada acrescentará em nós como pessoas…

No fundo, acredito que a única coisa que esta série pode apresentar como certa verdade é:
Nas circunstâncias da nossa vida, o Diabo jamais se mostra em sua malignidade, como uma criatura horrorosa, vermelha, de grandes chifres, cheirando enxofre…
Pelo contrário, Lúcifer se mostra bonito, astuto, sedutor, hábil, inteligente…E é com esta inteligência e elegância que ele vai ganhando espaço entre os meios de comunicação, entre as artes, nas músicas, nas literaturas, sorrateiramente entra em nossas casas, para se instalar por fim em nossos corações!

Estejamos atentos!

Para isto é que o Filho de Deus se manifestou: para destruir as obras do Diabo.” (IJo 3,8)

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Danilo Gesualdo, é membro da Comunidade Canção Nova e atua junto ao Ministério de Cura e Libertação, residindo em nossa sede em Cachoeira Paulista.
Para contato me envie um e-mail:
livresdetodomal@cancaonova.com

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