Celibato, uma vida toda de Deus.
Artigo enviado por internauta.
Por Mirla Rocha
Você já pensou em ser todo de Deus? Todo mesmo, como São Paulo ficando por conta do anúncio do Evangelho, ou como São Francisco cuidando dos pobres, ou ainda como Santa Teresinha, em oração pelo mundo. Doar a vida para a humanidade, dedicar-se a quem mais precisa. Ser livre para estar onde Deus lhe chamar a ir! Bem, é assim a vida de um celibatário.
Quando penso na intensidade do chamado desse estado de vida, fico pensando nas orações que Jesus fazia quando estava sozinho. Em especial, quando Ele estava no deserto. Logo percebemos que Deus Pai era a Sua companhia constante. Afinal, tão íntima era a união entre Eles que Jesus afirmou que Ele estava no Pai e o Pai estava Nele (Jo 10, 38). E essa união com Deus reflete a vida celibatária, onde Jesus é a companhia constante! Por isso, o celibatário, na solidão da sua oração, encontra Jesus em Sua plenitude e, na humanidade, encontra-O em Sua totalidade.
Ora, o objetivo do celibatário é a humanidade! É pela humanidade que se cresce o anseio em servir, amar, ser santo! Em mim, por exemplo, inflama um desejo de me doar mais e mais no meu carisma pelo meu estado de vida, alcançando todo aquele que sofre! Sempre irei amar mais a quem mais precisa! Tenho um amor tão aberto pela humanidade que não conseguiria dar a ninguém a exclusividade desse amor, o que é próprio de um chamado ao celibato. Sendo então celibatária, eu sou feliz tendo o meu amparo em Deus. Sou feliz por ter Nele as minhas alegrias. Pensar em Deus todo o tempo me sacia mais do que ter qualquer outro pensamento. Sou de Deus por completo, por inteiro. Só Deus é o meu amor! Não tenho e não quero ter ninguém mais em minha vida para amar como eu amo a Deus! E é esse amor que me impulsiona a ser de todos, a estar pronta para servir a humanidade! Sou livre para me dar a todos! Meu único compromisso é com Deus e com o meu carisma, que me levam a todos aqueles que mais precisam de mim!
Ser todo de Deus é um chamado gratificante! É uma experiência constante e íntima com Ele. Algo do tipo Deus e eu, eu e Deus, e ambos para a humanidade. Tem-se uma sensação de que nada mais vai faltar, pois Deus, só Ele, basta e nos preenche. O celibato é um chamado pessoal para estar com Deus nessa união perfeita, a mais íntima que se é possível ter com Ele aqui nesta vida! O celibato é um chamado que nos faz viver com o coração no Céu, mesmo tendo os pés aqui na Terra, que nos guiam a toda humanidade. Esse é o meu chamado!
Mas se perceberes ser escolhido para ser imagem do Céu, como sinal escatológico, por meio do Celibato (visto que lá os homens não se casarão, mas serão como os Anjos Celestes), vive esse estado em profunda gratidão e alegria, pois tua condição há de tornar-te irmão(ã) dos Anjos! Ah! Que dignidade há em tão belo chamado! (Érika Vilela)
Mirla Rocha, missionária da Comunidade Filhos de Maria
Montes Claros – Minas Gerais