Estamos no tempo da Quaresma
Escrevo para expressar um pouco do que estou refletindo e experimentando nesses dias. A vida nova está escondida no Amor. Jesus nos fala em sua Palavra: “Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância (Jo 10,10)”. Quaresma é tempo de crescer na fé, na esperança e no amor. Virtudes que já nos foram dadas; e quanto mais vivas em nossa vida, mais impulsionados somos a prosseguir decididamente em meio às provas, tentações e lutas diárias. Lutas que vivemos para guardarmos a Palavra e não desistirmos de conquistar a vida em abundância que só Deus pode nos dar.
A Quaresma é um caminho que trilhamos em preparação para a Páscoa do Senhor Jesus, que é a passagem da “morte” para a VIDA. Em Jesus, está a plenitude da vida. Na pessoa d’Ele, a esperança se renova, com Ele, aprendemos a amar porque a Sua Paixão e Morte é a maior manifestação de Amor. Em Jesus, temos o perdão dos nossos pecados. Na Cruz, Ele nos devolveu o acesso a Deus; n’Ele recebemos a vida nova de filhos de Deus.
Tempo de deixar
A Quaresma também é tempo de deixar. Para amar, é preciso deixar muito. Para recebermos a Vida em abundância, é preciso deixar a vida velha. São muitos excessos que vamos acumulando no nosso interior e exterior, que nos roubam a vida nova em Cristo. A vida nova é fruto do nosso “sim” a Jesus, mas também do “não” a tudo que é velho, do homem velho. Como diz São Paulo, na Carta aos Efésios: “Leveis uma vida digna da vocação à qual fostes chamados… Renunciai à vida passada, despojai-vos do homem velho, corrompido pelas concupiscências enganadoras. Renovai sem cessar o sentimento da vossa alma, e revesti-vos do homem novo, criado à imagem de Deus, em verdadeira justiça e santidade” (Ef 4, 1.20-24).
“Prestemos atenção uns aos outros”
Em 2012, o Papa Bento XVI fez uma meditação para a Quaresma onde dizia: “Prestemos atenção uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras” (Hb 10, 24). Nessa mensagem, ele nos convida a meditar, a partir desta Palavra, três aspectos que marcam a nossa vida como cristãos: a prestar atenção ao outro, a reciprocidade e a santidade pessoal. Essa mensagem do Papa me fez lembrar de um dos elementos que faz parte do Carisma Canção Nova: ser guarda do irmão. Na Canção Nova somos chamados a sermos guardas uns dos outros. É exatamente isso que diz este versículo de Hebreus: prestemos atenção, estejamos atentos uns aos outros.
No Carisma Canção Nova, a vida nova que somos chamados a viver e a comunicar passa por esta realidade: não só amarmos com palavras ou com gestos, mas sermos guardas de nossos irmãos. E o Papa Bento XVI, nesta mensagem, continua: «Prestemos atenção»: a responsabilidade pelo irmão. O primeiro elemento é o convite a «prestar atenção»: observar bem, estar atento, dar-se conta de uma realidade. Nos convida a fixar o olhar no outro e a estar atentos uns aos outros, a não se mostrar alheio e indiferente ao destino dos irmãos.
O pecado nos leva à indiferença
Muitas vezes, vivemos o contrário: a indiferença e o desinteresse que nascem do nosso egoísmo, mascarados por uma aparência de respeito pela liberdade do outro. Mas a vida nova está escondida no Amor. Como está em Efésios 4,4: “Sede um só corpo e um só espírito, assim como fostes chamados pela vossa vocação a uma só esperança.” Esta é a Voz do Senhor que chama cada um de nós a cuidar do outro. Deus nos pede para sermos o «guarda» dos nossos irmãos (cf. Gn 4, 9). Os nossos relacionamentos precisam estar marcados por esta realidade: assumir, acolher e cooperar com o outro. Pela atenção ao bem do outro e a todo o seu bem. O amor fraterno exige e nos incita a sentirmo-nos responsável por quem, como eu, é filho de Deus. É meu irmão.
Experimente o amor que cura, restaura e tem renovado a sua vida
A vida nova está escondida no Amor. Essa é a profecia da Canção Nova neste mundo doente em que vivemos. Essa Palavra ressoa dentro de mim neste tempo e me faz perceber o quanto preciso estar atenta para não ficar paralisada nas marcas negativas da minha história, nos pecados que preciso deixar e nas mentiras do demônio, e esse vem para roubar, dividir e destruir o amor entre nós. Experimento o amor que me cura, restaura e tem renovado a minha vida no dia a dia em comunidade. Reconheço a presença de Jesus que me direciona em meio ao processo de crescimento e amadurecimento da vida nova, da mulher nova. Ele me sustenta com a Sua graça e força, quando não consigo perdoar, ver o positivo do irmão, quando julgo, me omito, me calo…
Eu sou o guarda do meu irmão
O fato de sermos o «guarda» dos uns outros nos liga uns aos outros como os membros de um corpo. Padre Jonas nos ensina nos Nossos Documentos sobre o Amor do Corpo: “É a isso que podemos chamar: “amor do corpo”. Ele não se passa tanto na sensibilidade, mas na vontade, e se traduz por uma responsabilidade crescente de se conhecer, se acolher, se assumir e cooperar na realização do que cada um é no corpo e para o corpo. É isso que realiza o ser “Comunidade de Amor”. É preciso reconhecer cada membro. Reconhecer é um comportamento ativo, é um aplicar- se no conhecer a fundo a realidade, a função e o desempenho de cada membro do corpo, que é a comunidade em que se vive” (Nossos Documentos, N. 227 e 228).
Este Amor, que experimentamos na Comunidade, é fonte de cura para nós. O Amor do Corpo significa que o outro me pertence: a sua vida e a sua salvação têm a ver com a minha vida e a minha salvação, a sua santificação tem a ver com a minha santificação. A nossa existência está ligada com a dos outros, quer no bem quer no mal. Por isso, a Quaresma é tempo de conversão, tempo de deixar.
O amor fraterno que cura
Assim também testemunha o meu irmão de Comunidade Augustinho (José Augusto Macario da Silva): “Na minha experiência de Canção Nova, que ainda é curta, vi e vivi momentos de muitos cuidados dos irmãos: na correção fraterna, no olhar atento às necessidades, em uma mensagem de “E aí, você está bem mesmo?”, e em tantos outros momentos que nos detalhes, por menores que foram, geraram em meu coração gratidão e sentimento de pertença ao corpo Canção Nova”.
Na Canção Nova é possível experimentar o que Jesus disse: “Quem tiver deixado casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos, campos, por causa de mim e do Evangelho, receberá cem vezes mais agora, durante esta vida.” (MC 10, 29-30). Por isso, digo: vale a pena ser de Deus na Canção Nova!
A fé me leva além da condição que estou
Jesus venceu o mundo, as dores, até mesmo a morte, por mim e por você. Portanto, podemos sim viver pela fé, com esperança e no amor. A fé me leva além da condição que estou, a esperança abre os meus olhos para enxergar que já sou vitoriosa e não preciso viver como derrotada, o amor tem sido pra mim, cura, restauração, purificação.
Através do amor, através do positivo, de como Deus me olha, a mulher nova pode vir pra fora. O homem novo e a mulher nova, age como filhos, não mais escravos, mas livres! E São Paulo, em Efésios, quando fala de vida nova e santidade, exorta-nos a viver o amor de forma concreta: “Não contristeis o Espírito Santo de Deus, com o qual estais selados para o dia da Redenção. Toda amargura, ira, indignação, gritaria e calúnia sejam desterradas do meio de vós, bem como toda malícia. Antes, sede uns com os outros bondosos e compassivos. Perdoai-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou, em Cristo (Ef 4, 30-32).
Viver bem o presente é a melhor forma de preparar o futuro
A Vida Nova está escondida no Amor. E assim, podemos “nos estimularmos ao amor e às boas obras”. Viver bem o presente é a melhor forma de preparar o futuro. Ou seja, caminhar juntos na santidade. A fé é o motor que me leva a um caminho constante de vida espiritual, a aspirar aos dons mais elevados e ao amor cada vez mais alto e fecundo (cf. 1 Cor 12, 31 – 13, 13). Esse tempo, que nos é concedido como uma oportunidade em na nossa vida, é precioso para descobrir e realizar a vontade de Deus em nossa vida. Assim é que crescemos e amadurecemos para chegar à plena maturidade de Cristo (cf. Ef 4, 13).
Quaresma é sobre isto: viver a vida nova. E deixar tudo o que nos impede de vivê-la, deixar tudo para abraça-la. É sobre a fé que nos impulsiona no caminho. É sobre a esperança que alimenta a nossa alma meio às nossas dificuldades, pecados. E sobre o Amor que nos cura e nos faz crescer, amadurecer como cristãos, como missionária, como consagrada.
Curados para Amar
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