Sou padre Ademir Costa, missionário da Comunidade Canção Nova. Comecei com este blog em 2011 ainda quando era seminarista e estava em meu ano de pastoral em São José dos Campos.
Mas nos últimos anos depois de minha ordenação diaconal e sacerdotal, pelos muitos serviços e compromissos, não consegui mais postar neste canal. Pretendo retomar e movimentar o Blog. Não prometo um diário, mas algo que mostre periodicamente nossa missão com o povo de Deus.
Hoje vivo missão na África em Moçambique, mostrarei para vocês um pouco da realidade do meu dia-a-dia como missionário em terras africanas, como também no possível comentarei outros assuntos ligados a missão, a cultura local e a Igreja.
Salve, salve…
Diário de um Consagrado – O Retorno!
Forte abraço,
Deus abençoe a todos
Padre Ademir Costa – Missionário Canção Nova/Moçambique
Este trecho do evangelho de Mateus e Marcos fala muito comigo, pois apresenta a participação ativa dos discípulos na multiplicação dos pães. O milagre é sempre obra da Graça divina, mas o Senhor quis precisar da nossa participação na sua obra de salvação no mundo.
Aquele povo sofrido era como ovelhas sem pastor. O Senhor sentiu compaixão daquela multidão que o seguia, e pôs a servi-los com a Palavra (cf Mc. 6,34). E como a hora ia adiantada e não tinha comida para todos, os discípulos queriam mandar o povo ir embora, mas Jesus lhe disse: “Eles não precisam ir embora, dai-lhes vós mesmos de comer” (cf. Mt 14,15-16). Eles apresentaram as únicas coisas que tinham, “cinco pães e dois peixes”, o Senhor abençoou-os e alimentou toda aquela multidão que eram mais de cinco mil homens sem contar mulheres e crianças (cf. Mt 14,17-21).
Assim, deve ser meu ministério, muitas vezes abdicar do meu descanso, como fez Jesus com os seus discípulos que naquele dia voltavam de missão (cf. Mc 6,31). Devo estar com o povo, não posso dispensá-los, não posso mandá-los ir embora com fome. Mas apresentar ao Senhor aquilo que tenho e sou – os meus cinco pães e dois peixes -, e dar o alimento do amor, dos sacramentos, da Palavra, da Eucaristia ao povo de Deus. Ele realizará o milagre da “multiplicação dos pães” ao povo pelo meu ministério nessa minha disposição de coração de oferta-se a Ele. Eu oferto a Deus os “cinco pães e os dois peixinhos” que é minha vida a torna-se Eucaristia a saciar e alimentar o povo que tem fome e sede de Deus.
Por fim, em janeiro, como diácono, fiz uma profunda experiência com Deus através do povo marajoara nas águas da Amazônia, passando por lugares onde as pessoas ficam até um ano ou mais sem a Eucaristia, assim confirmou-se o meu lema sacerdotal: “Dai-lhes vós mesmos de comer.” (Mt 14,16).
Somos convocados a ser uma Igreja em saída e temos como Igreja na América Latina o desafio desta missão continental. Partilho com vocês sobre minha experiência missionária na Ilha do Marajó.
No meu período de descanso em janeiro, dediquei 14 dias para fazer uma experiência missionária na Ilha do Marajó. Pois sempre me senti tocado pelos apelos de Dom José Luís Azcona pedindo missionários para aquela região. Impulsionado pela minha ordenação diaconal senti que era o momento de fazer a experiência.
Fui acolhido pelos missionários e inserido na Missão Marajó da RCC. Lá não existem estradas, tudo é de barco… E sempre viajando de barco vivenciando a realidade do povo, ou seja, dormindo em redes, comendo suas típicas comidas, vivendo nos seus costumes e cultura local. Enfrentando as marés e tempestades nos grandes rios e baías, presenciando a rotina de vida de um povo simples e muito acolhedor, que vive regido pelas das águas dos grandes rios. Assim, mergulhei na realidade daquele povo.
Cruzei todo o Marajó. Foram 12 horas de Belém à cidade de Breves, onde fiquei três dias. E depois enfrentamos 16 horas de barco de Breves a Macapá, passamos rapidamente por Macapá, e seguimos de lancha por duas horas de Macapá para Afuá, onde permaneci por oito dias.
Fiquei com os missionários da Missão Marajó que fazem um lindo trabalho social nos lugares mais miseráveis de Breves e Afuá, tirando as crianças das ruas e da exploração sexual, educando-as e formando-as com o projeto Anjo da Guarda, no qual atendem mais 200 crianças e suas famílias em cada cidade com escola de artesanato, música, danças, aulas de padaria, reforço escolar, informática, biblioteca, brinquedoteca, dentistas e médicos – quando aparecem voluntários especialistas de outros lugares do Brasil. Também distribuem sopões para o povo que passa fome. Estes missionários, guiados pela Divina Providência, construíram também uma linda Igreja na área mais pobre de Breves, e ainda criaram uma central de tratamento de água para o povo, pois por incrível que pareça, falta água tratada para a população mais pobre. Na cidade de Afuá, construiu-se um lindo e grande espaço de acolhida e formação humana.
Um lindo trabalho de missionários que trabalham sozinhos – quando estive com eles eram apenas três em Breves e dois em Afuá – é perceptível o milagre que acontece através destes servos de Deus que trabalham no silêncio e com a graça de Deus que lhe envia alguns voluntários para fazer o trabalho acontecer.
Vivenciei também uma realidade de Igreja necessitada de missionários. Uma situação muito difícil no qual os poucos padres, além de cuidar de suas paróquias, tem que dar a assistência social e jurídica ao povo que está abandonado pelos poderes públicos. No qual enfrentam profundos desafios de pobrezas e exploração sexual de menores.
No Marajó, cada pároco, além de suas comunidades “urbanas”, possui ainda mais de cem comunidades ribeirinhas para dar assistência pastoral e sacramental. Algumas comunidades estão a seis horas de barco da cidade. Muitas destas comunidades têm a Missa apenas uma vez ao ano, quando o padre passa em visita pastoral. Por exemplo, o Pároco de Afuá, que não tem vigário, fica de dois a três meses nos rios com o barco paroquial para conseguir visitar todas as suas comunidades ribeirinhas. Enquanto isso, os leigos cuidam de toda realidade paroquial.
Visitamos algumas comunidades ribeirinhas, uma experiência inesquecível em tocar em uma realidade de fé genuína de um povo que recebe a Eucaristia poucas vezes ao ano. O seu alimento é a celebração da Palavra aos domingos. Fiquei estabelecido alguns dias em uma comunidade ribeirinha bem distante da cidade. Fui à casa de muitos ribeirinhos sempre com uma pequena canoa motorizada. “Eu que pensei ir evangelizar, fui evangelizado por aquela gente…”. Um povo acolhedor, simples, pobre, humilde e de uma fé muito viva. Eles moram a beira dos rios em casas de madeiras simplíssimas construídas em cima de palafitas, muitas se quer têm portas e janelas, sem energia elétrica. Vivem daquilo que o rio e a mata lhes concede – peixe, camarão, caças, frutas e açaí… Em nenhuma casa que passamos encontramos murmuração e tristeza, mesmo diante de sua pobreza, sofrimentos e enfermidades, demonstravam alegria e um coração agradecido a Deus “por tudo que tinham”. E não tinham quase nada…Meu Deus, que tapa na minha cara! Deus falou comigo através daquele povo…
Foram 14 dias de encontro pessoal com Jesus Cristo nas águas do Marajó. Deus me converteu, tirou-me do comodismo, lapidou minha pobreza, mexeu com meu ministério… Ainda estou ruminado tudo o que vivi… Testemunho aqui que fiz uma das maiores experiências de minha vida. As palavras não conseguem descrever toda realidade da Igreja no Marajó. É preciso ir e ver para acreditar!
De minha parte eu só posso dizer que: “Eu vi o Senhor na Ilha de Marajó. Eu que pensei ir evangelizar fui evangelizado por aquela gente simples e pobre, mas cheia de Deus…”.
Obs.: Com a graça de Deus retorno para lá depois de minha ordenação sacerdotal para celebrar minhas primeiras missas com este povo tão generoso e acolhedor.
Diante dos últimos atentados terrorista em Paris por extremistas jihadistas, a Revista Charlie Hedbo comoveu “todo o mundo”…
Desde já afirmo que sou contra a toda barbárie contra inocentes. Isto é injustificável! Portanto, não ao extremismo religioso e aos ataques terroristas. É bestial justificar ataques terroristas em nome de Deus. Isto deve ser combatido!
Como também sou a favor da defesa da liberdade de imprensa… A liberdade de expressão é uma grande conquista do homem contemporâneo depois de muitos países no mundo passarem por ditaduras que silenciavam a imprensa, muitos morreram por exporem as verdades de seus países.
Mas sou contra a libertinagem de imprensa. Digo isto porque houve uma grande comoção com o ataque a Revista Charlie Hedbo. Mas a mesma revista, há muito tempo, se coloca acima de tudo e de todos, fazendo charges que fere, ofende e desrespeita as religiões e seus símbolos sagrados – não somente Maomé, mas também Jesus Cristo, o Espírito Santo, Nossa Senhora, Papa e etc… -, como também promovem charges racistas contra políticos, chefes de estados, líderes religiosos e etc… Procurem no Google e vejam com os próprios olhos as publicações dos caras, não tenho coragem de colocá-las aqui. Eles perderam o senso da liberdade de imprensa.
Volto a dizer, nada justifica os insanos ataques terroristas… Inclusive o que vem acontecendo na Síria e no Iraque em uma escala infinitamente maior, na qual a imprensa pouco se mobiliza, limitando-se a dar notícias frias ou simplesmente se omitindo. Omitindo sim! Como é o caso dos muitos ataques que cristãos sofrem na Nigéria e em outros países da África…
É justificável e compreensível uma classe como a imprensa se mobilizar para defender-se de um ataque terrorista. Mas precisamos ter consciência porque as coisas tomaram estas proporções.
Como disse: sou contra aos ataques terroristas, dos quais devem ser combatidos com toda a força em todo mundo, tanto na França como e em todos os países; como também sou a favor da liberdade de imprensa. Mas sou totalmente contra a ofensa as religiões e com aquilo que cada uma tem como Sagrado. Algo que a Revista Charlie Hebdo ofende discriminadamente em suas charges. Não fazem comédia ou crítica… fazem ofensa!
A tragédia acontecida em Paris foi consequência daquilo que eles mesmos plantaram. Colheram aquilo que plantaram durante anos…
Desculpem-me! Mas não vou na onda da imprensa que exalta esta revista, mas relativiza os assassinatos diários de centenas de cristãos e pessoas inocentes por extremistas no Oriente e na África.
Aqui deixo os meus sentimentos e orações pelas almas dos “inocentes” assassinados na Revista e os inocentes assassinados no mercado judeu.
Nada justifica a violência e os assassinatos em Paris…
Mas me desculpem: EU NÃO SOU CHARLIE! … JE NE SUIS PAS CHARLIE!
Caros amigos, ninguém coloca qualquer foto no seu perfil no FB. Provavelmente cada um escolha sua melhor foto, aquela que você está uma Top Model ou galã de Holywood.
Podemos sim, apresentar o nosso melhor para o mundo, a foto mais bonita, por mais que se tenha sido feitos muitos retoques no Photoshop. Não faz mal, é sinal de se auto-valorizar, de uma boa auto-estima, e muito mais, que somos reflexo da suprema beleza que é Deus…
Ainda vou além, o que importa verdadeiramente em você, não é a carcaça exterior, mas a beleza interior que cada um traz em si, e que muitos precisam descobrir. Muitas pessoas procuram as mulheres e os homens mais belos esteticamente para namorar e se casar, porém quando descobre a feiura do interior da pessoa, a decepção é muito grande.
Por isso, meu irmão (a) que sua bela foto de perfil do FB seja um verdadeiro reflexo de sua beleza interior. E assim cantar: “Sou reflexo do seu amor, sou espelho da sua beleza, Senhor.”
Papa João Paulo II recebe o Yasser Arafat. Roma, Itália, 02 de agosto de 2001.
Um apelo do Concílio Vaticano II foi ao Diálogo Ecumênico e Inter-religioso do qual somos todos chamados a viver. A Igreja tem um Discatério que trabalha para este diálogo – Pontíficio Conselho para o Diálogo Inter-religioso. Este departamento cuida de promover encontros periódicos, como foi o Encontro de Assis em 1986 e 2011. Como também é responsável pelas diversas mensagens anuais saudando as datas mais importantes de cada religião.
Vendo esta ação da Igreja, vejo que posso fazer parte deste diálogo, sem deixar de viver com profundidade a Doutrina de minha Igreja, mas respeitando as diversas crenças mediante o diálogo com todos os homens de boa vontade que estão em uma constante busca da verdade.
Fazer diálogo religioso não significa fazer concessões ou relativizar os nossos dogmas de fé. Mas significa buscar a essência do amor para com todos, algo que o Beato João Paulo II fez com maestria. Por isso, sigamos a ordem de Jesus: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”… “Que sejam um como eu e o pai somos um”…
Que possamos realizar este desejo de Deus aqui na terra, que possamos levar o amor, a justica e a paz por todo mundo, junto com todos aqueles homens de boa vontade, mediante um profundo espírito de oração que nos eleva a Deus.
O Papa Bento XVI completa 85 anos. Mais que parabenizar este magno homem da história da Igreja. Rezo ao Senhor pedindo a mesma fidelidade e ousadia em doar a vida pela Igreja.
“Fiz-me como fraco para os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, para por todos os meios chegar a salvar alguns.” (ICor. 9,22)
Vemos na vida deste homem, que é na nossa fraqueza que somos fortes, porque nos encontramos com a força de Deus que vali além dos nossos limites humanos. Assim, o Papa tem manifestado esta grande modelo em seu pontificado.
Uma das grandes virtudes de Bento XVI é a simplicidade e humildade. Seguindo este grande exemplo, devemos cair do cavalo de nosso orgulho, prepotência, arrogância para nos converter verdadeiramente e trilhar um caminho novo na humildade, testemunhando com a vida a verdade de Cristo Nosso Senhor. E assim, ser fazer tudo para todos.
Eu sou geração Bento XVI, que Deus me conceda a graça de ser âncora de fidelidade a santa Igreja do Senhor.
”…O Evangelho de (Marcos 3,22-30) nos diz: “Em verdade vos digo: tudo será perdoado aos homens, tanto os pecados, como qualquer blasfêmia que tiverem dito. Mas quem blasfemar contra o Espírito Santo, nunca será perdoado, mas será culpado de um pecado eterno”.
Este pecado contra o Espírito Santo é a dureza de coração em não aceitar a misericórdia de Deus em nossa vida. Portanto é esta recusa “consciente” da pessoa em não aceitar a salvação que Deus nos concede por graça…
Segundo uma tal exegese, a «blasfêmia» não consiste propriamente em ofender o Espírito Santo com palavras; consiste, antes, na recusa de aceitar a salvação que Deus oferece ao homem, mediante o mesmo Espírito Santo agindo em virtude do sacrifício da Cruz. (João Paulo II, Dominum et vivificantem, 46)
Peço a Deus que jamais permita que o meu coração se endureça a tal ponto. É preferível a morte física que viver no pecado contra o Espírito Santo que é morte da alma. Eu não quero ir para o inferno…Mesmo nas minhas fraquezas e pecados, eu jamais venha a fechar-se a misericórdia e salvação de meu Senhor.
A coluna que sustenta minha vida é Jesus Cristo. A exemplo de uma “ponte estaiada”, como da foto acima, que é sustentada por uma única viga que mantêm toda a estrutura firme e segura. Assim é Cristo em minha vida.
Vemos no mundo muitas pessoas sem sentido existencial. Para preencher este vazio, fazem como colunas de suas vidas, o materialismo e a busca do prazer. Viver assim, é alicerçar a vida em uma falsa coluna, porque é perecível e passageira. Esta coluna tem prazo de validade, conforme a idade da pessoa vai passando, mais esta coluna vai se desmoronando, e o desespero começa a tomar conta de quem vive assim.
Por isso, vemos tantos idosos e idosas querendo viver como fosse adolescentes. Infelizmente não tem como enganar a vida. O tempo passa. E triste daqueles que põe sua confiança somente nas coisas deste mundo. Este é o motivo de tantos idosos viver em depressão, por não ter sua esperança em Deus, na vida eterna, perdem-se na falta de esperança na vida.
Deus é uma coluna imperecível, alicerçar a vida em Deus é alicerçar a vida na eternidade. Por isso, Deus é a coluna a sustentar toda minha vida.
Assistindo o Chaves nas minhas férias, ouvi esta frase: “A vingança nunca é plena mata a alma e envenena.” Comecei a refletir que isto é uma verdade plena. Porque, a vingança nunca será completa, por mais que planejemos a vingança de forma perfeita. Ela nunca vai ser perfeita, nunca vai saciar nosso interior e ainda vai aumentar o ódio, rancor e a raiva dentro de nós.
É certo que num primeiro momento, vem o impulso de pagar o mal na mesma medida. Mas o Sr.Madruga está certo, a vingança mata a alma e envenena. Ao cometer uma vingança estamos matando nossa alma, porque estamos injetando em nós mesmo o veneno do “encardido”.
Portanto, a maior lição que podemos dar a quem nos faz o mal é o perdão. Este é o antídoto… Valeu sr. Madruga!
Na Canção Nova temos o costume de dizer que o melhor deve ser para o irmão. Lendo um livro que narra a biografia de São Francisco é relatado exatamente isto: “O irmão estava acima de tudo. Aquilo era uma verdadeira família. Cada irmão valia tanto como a família, a Ordem ou a cidade. Não havia nenhum valor acima do próprio irmão. Quando um sofria todos sofriam.”(Inácio Larrañaga, O Irmão de Assis)
Como seria lindo se vivêssemos realmente desta maneira. Seria uma antecipação da comunhão celeste que é puro amor. Mas por que não conseguimos viver isto em nossas comunidades, grupos ou pastorais?
Isto se deve ao nosso egoísmo, “ao venha a mim o vosso Reino”. Temos uma profunda tentação de sempre garantir o nosso lado e do irmão fica para um segundo plano. É isto mesmo, somos cristãos, mas somos egoístas, que profunda contradição. Estamos contaminados pelo egoísmo mundano que fazem das pessoas nossos adversários.
Portanto, isto demonstra a falta de Cristo em nosso coração, em nossa vida fraterna. Precisamos nos esforçar em ter os sentimentos de Cristo. A verdadeira fraternidade acontece quando colocamos o irmão em primeiro lugar.
Eu tenho que seguir o exemplo de homens, como o Mons. Jonas Abib que coloca o irmão acima de suas vontades. Assim sendo, na minha vida, o meu melhor tem que ser para o irmão.
Vivemos em um mundo competitivo, no qual algumas pessoas usam de outras para obter seus privilégios. Por isso, não podemos ser marionetes nas mãos do sistema que rege o mundo.
Este sistema usa das pessoas como se fossem marionetes. Fazendo que vivam alienados, dando-lhe opiniões prontas, tornando as pessoas preguiçosas mentalmente, incapazes de refletir e dar uma simples opinião pessoal de certo assunto. Assim sendo, outro é o que pensam e forma seu pensamento.
Por isso, eu digo que não podemos ser marionetes, não podemos ser “Maria vai com as outras”, precisamos dar respostas e opiniões diferentes, baseadas em nossos princípios cristãos. Somos nós os embaixadores da civilização do amor aqui na terra.
Portanto, tenhamos em nós os pensamentos de Cristo Nosso Senhor para que o mundo não nos ponha o dele.
Vivemos em um mundo imediatista e transferimos este imediatismo para o nossa espiritualidade.
O nosso tempo é Cronos, o tempo de Deus é Kayrós. O salmo 89 fala: “… mil anos, diante de vós, são como o dia de ontem que já passou, como uma só vigília da noite”.
É por isso que sofremos algumas vezes nesta vida com a espera. Muitas vezes rezamos por coisas nas quais parecem que Deus não nos ouve. Mas isto é um grande engano, Deus sempre ouvirá e dará resposta a oração do justo. Porém, no seu tempo. Que para nós aqui na terra poderá ser breve ou longo, mas Deus sempre nos responderá no seu tempo.
É preciso paciência, perseverança e esperança. É preciso saber esperar, não podemos andar no ritmo imediatista do mundo, porque Deus jamais deixará de responder as necessidades de seus filhos.
Senhor dá-me paciência e ensina-me a viver a esperança… Amém.
Certo dia, andando na cidade, percebi que estava andando apressado sem razão nenhuma. Refleti comigo mesmo, o porquê disto?
Consegui perceber que aquilo era reflexo do meu interior. A minha alma estava agitada, preocupada e inquieta. O meu cotidiano me condicionou e o meu inconsciente me fazia sempre andar as presas, mesmo quando não era necessário.
Tomando consciência disto tenho procurado no Senhor, organizar meu interior. Para que com meu interior organizado. Eu não viva andando as pressas como louco, mas simplesmente caminhe no ritmo da vida.
Para Francisco de Assis a pobreza era uma riqueza. Ele tratava-a como a uma amada de tão intenso era sua relação com ela. Ele foi na terra aquele mais contemplou esta virtude celestial, por isso contemplou o Céu aqui na terra.
Quando nos encontramos com essência da pobreza como São Francisco, percebemos a graça da felicidade, por estarmos despojado de várias amarras do mundo. Sentimo-nos livres em Deus.
Não posso jamais perder a essência da nossa pobreza na comunidade, que é a pobreza evangélica, o Viver da Providência. Perdê-la, é perder a vocação.
Não tenho medo de dizer que sou pobre, mas sou muito muito feliz…