Deus confirma o chamado
Meu nome é Leandro Barbosa, esposo de Maria Edisanha. Venho da cidade de Ceilândia – DF, e estou na Canção Nova desde 2011. Morei em Fátima – Portugal, São José dos Campos e Cachoeira Paulista, onde estou atualmente. Em minha pobreza, escrevo esse testemunho vocacional, confiando que Deus Nosso Senhor falará e ressoará em algum coração chamado por Deus a viver a vocação Canção Nova. Eu não consigo ainda entender como a graça de Deus age porque é inexplicável, é mistério, mas confio que Deus tem seus caminhos; e Sua providência rege todas as coisas.
Inicio partilhando um pouco da minha história. Minha mãe, desde a gravidez, me consagrou a Deus. Isso porque, quando nasci, eu e ela quase morremos. Minha mãe viveu o processo da eclâmpsia, que é uma complicação grave na gravidez, caracterizada por repetidas convulsões, associadas à hipertensão arterial. Como eu demorei a nascer, ela pediu a Deus que não me levasse. E ali me entregou e consagrou a Deus. Por graça e vontade de Deus, nasci e, depois de alguns procedimentos médicos, respirei e vivo estou para contar a história.
Para entender o caminho que vivi até a Canção Nova, preciso partilhar que, na minha história, sempre vivi muito sozinho. Isso porque era muito doente e vivia no hospital. Vivi muitos processos de rejeição e insegurança desde pequeno. Isso se refletiu ao longo da minha história. Por essas doenças, que quase me levaram à morte, minha mãe me consagrou a Nossa Senhora. Pedindo a Ela para cuidar de mim. Posso dizer que sou um milagre. Diante do que passei fisicamente, Deus realizou uma obra de salvação na minha vida.
“Eu não quero só dizer amém”
Com a Canção Nova, minha história começou pela minha irmã. Descobri que, depois de muitos anos, para ser mais exato, no primeiro PHN acontecido em Brasília, que minha avó levou minha irmã e uma prima para participarem desse encontro, ali, numa oração conduzida pelo Dunga, ela pediu por mim, pela minha conversão. Sem perceber, a partir desse momento, percebi que minha vida começou na Igreja. Já tinha feito catequese e estava finalizando a Crisma. Sendo sincero, eu não era muito fiel. Eu fui em obediência à minha mãe. Mas Deus estava fazendo em mim sua obra e me atraindo pouco a pouco.
Neste processo de caminhada, por inspiração da minha mãe e irmã, participei de um grupo de jovens; e lá pude fazer minha primeira experiência com esse ressoar do carisma Canção Nova. Em um dos encontros, um jovem que tocava violão, trouxe uma música do diácono Nelsinho Corrêa. Tocou e cantou. Aquela música falou muito ao meu coração. Ela respondia a algo que estava em mim e que eu não sabia traduzir em palavras. A música era “Eu não quero só dizer amém”. Tinha sido a primeira vez que eu havia escutado aquela canção. Ela mexeu tanto comigo que eu procurei saber quem cantava e onde encontrar. Ninguém sabia. Nem mesmo aquele jovem que havia cantado. Mas a letra daquela música ficava ressoando dentro de mim e percebi que tinha algo diferente comigo e que existia algo diferente naquela canção.
Hoje, entendo que eu não havia me encontrado com Jesus. Não conhecia a ação do Espírito Santo. Mas, naquela ocasião, eu não tinha discernimento do que estava acontecendo. Comecei a entender que me faltava algo. Minha história de vida estava sem brilho. Ofereciam-me muitos caminhos, que, de forma mentirosa, poderiam me indicar a direção de um caminho, mas vejo que deus me preservou de todos eles.
Encontro pessoal com Jesus
Até que, num encontro chamado Rebanhão, tive meu encontro pessoal com Jesus. Eugênio Jorge cantando foi instrumento que proporcionou uma mudança radical em minha vida. De alguém sem sentido a alguém que queria dar a vida pelo Senhor.
A partir daquela experiência, mesmo sem entender, comecei a viver as 05 pedrinhas. Comecei a fazer o estudo Bíblico pelo método do Monsenhor Jonas; a rezar o terço, a me confessar. Não sabia ao certo quem havia dado toda aquela inspiração. Mas, desde aquele tempo, comecei a ter atitudes de renúncia e de busca da radicalidade na fé. Foi nisso que percebi que minha mãe assistia missas pela TV e que essas missas eram na Canção Nova. Eram as missas do clube do ouvinte (termo utilizado na época e, depois, veio a ser o Clube da Evangelização). Minha mãe já assistia à TV e eu não sabia e não entendia o que era aquilo. Comecei, aos poucos, a acompanhar a TV para assistir os acampamentos, pregações etc..
Nessa época, eu já havia aprendido a tocar violão e, aos poucos, fui me abrindo a ajudar de forma concreta nas missas da Capela em que estava inserido. Era uma capela simples, chamada Nossa Senhora Aparecida. Devido à necessidade de aprender as músicas de Missa, passei a acompanhar mais arduamente a TV Canção Nova e as missas e encontros que eram transmitidos para que eu aprendesse as canções que eram cantadas ali; e aí sim tocar nas missas e momentos que eram propostos. Recordo que eu anotava num caderno as letras das canções e já tentava “tirar” a música de ouvido para aprender a tocar. Naquele momento, não compreendia o que estava acontecendo, pois aquelas canções que eu ouvia, que estava aprendendo, falavam profundamente ao meu coração. Já era o chamado, mas não sabia compreender. Era algo que não tinha explicação para mim.
Batismo no Espírito Santo
Com isso, nós em casa começamos a buscar a Canção Nova para nos alimentar da Palavra. Comprávamos muitas pregações em K7 e, após isso, em CD e DVD, para nos alimentar daquela espiritualidade e vivência da Palavra. Eu, minha mãe e minha irmã procurávamos nos alimentar da graça de Deus pelo Carisma Canção Nova.
Nesse tempo, tive também meu batismo no Espírito. Daí comecei a ter uma experiência de vida carismática muito forte. Com isso, aquilo que eu assistia na TV, a busca pelas canções, começaram a fazer sentido para mim. Deus existe. Jesus me amava. Foi dessa experiência que comecei a perceber que Deus queria algo de mim. Não sabia o que era, mas sentia.
Numa dessas pregações que passam na TV (“Nossa Missão é evangelizar”), assisti uma, que, se não engano, chama-se “Eis que faço novas todas às coisas”, Padre Jonas pediu para que pegássemos a Bíblia e escrevêssemos uma oração de entrega absoluta a Jesus. Foi um momento muito forte pra mim. Sem entender, estava me entregando a Deus ali. Reconheço que, hoje, minha entrega de vida perpassa por aquela experiência.
Em 2006, eu, minha irmã e um amigo (que hoje é meu cunhado) decidimos mandar a carta para a Comunidade e, assim, iniciarmos um caminho vocacional. Depois de um tempo, recebemos a carta de chamado para iniciar o Redão (primeiro encontro vocacional da Canção Nova). Já em 2007, no dia do Redão, não fui. Eu não sei explicar ao certo o porquê, mas tinha essa inspiração de que não deveria ir. Minha irmã e meu cunhado foram e, assim, iniciaram o caminho vocacional. Depois de alguns meses, eles começaram a se gostar. Decidiram parar o caminho e iniciar o namoro. Eu, particularmente, estava voltado para a faculdade e para os estágios que fazia.
Meu filho, coragem!
Como já estávamos vivenciando uma experiência do grupo de oração, meu cunhado convidou a Canção Nova para ir pregar. Ficamos muito envergonhados por ser na área de nossa casa (o grupo de oração acontecia dentro de casa) e pela nossa simplicidade, mas tivemos a coragem e nos preparamos para aquele momento. Eles disseram que iriam, graças a Deus. Foram dois missionários que, se não me engano, eram namorados naquele tempo. Uma cantou e rezou; e o outro fez a pregação. Eu toquei violão naquele dia.
Ali, Deus foi confirmando muitas coisas dentro de mim e me dando mais clareza do chamado. Eu vivia “tudo” o que era proposto pelo Carisma Canção Nova. Mesmo sem saber que o Carisma tinha aquelas moções, direções, aquele jeito de viver, foi muito providente para mim.
Depois da pregação, tivemos um lanche. Daí, a missionária me viu e me chamou num canto para conversar. Ela me questionou: “qual é o seu nome?”; “O que você faz?” etc., eu me tremia todo, mas ia respondendo. Até que ela me perguntou olhando para os meus olhos se eu já havia pensado em seguir uma vocação numa comunidade. Eu disse que sim e que eu já havia mandado uma carta para a comunidade para começar o caminho no ano anterior. Ela se espantou e me questionou, mais uma vez, se eu gostaria de começar o caminho na Canção Nova. Eu disse que sim. Aquele momento de partilha foi muito bom. Foi muito forte. Foi breve, mas fecundo. Dali fui direcionado a reenviar a carta ao vocacional.
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O Caminho Vocacional
Eu tive muitas dificuldades com a insegurança. Medos durante o caminho vocacional. Dificuldades em casa, na faculdade que estudava… Hoje, enxergo que Deus me conduzia sempre pela sua providência. Até o dia que comecei a vivenciar de forma concreta o que eu ouvia do Monsenhor Jonas em suas pregações “Meu Filho, coragem!” Sem entender, caminhei com passos curtos, mas constantes.
Nas últimas etapas do caminho vocacional, trabalhei num hospital em Brasília e, ali, fiz uma das maiores experiências nesse processo de descoberta da vontade de Deus. Fiz uma cirurgia de correção de miopia e astigmatismo. Mas, por obediência à minha responsável de trabalho, eu trabalhei na véspera de um feriado, logo após a cirurgia. Mesmo sem enxergar nada, eu fui. Fiquei sozinho na sala e, por providência, acessei o blog do vocacional da Canção Nova e encontrei um vídeo do Padre Jonas, em que ele cantava a música “Olhar somente a ti”.
Foi algo profundamente marcante para mim. Isso porque eu estava enxergando com dificuldades pela cirurgia que havia feito e que ali estava percebendo que interiormente havia uma cegueira em mim. Ouvindo o Padre cantando, fiz a experiência que, mesmo cego, devo fixar o meu coração no Senhor. Olhar com os olhos da Fé para o Senhor. Seguir a voz do coração; e não mais olhar para trás. Viver uma vida nova, impulsionada por esse Deus de amor.
“Cumpri vossa tarefa antes que o tempo passe”
Deus falou comigo mesmo “Em breve você estará de olhos novos”. Entendi que era Deus falando para mim. É para seguir em frente. Recordo que estava vivendo um tempo bem diferente. Havia recebido uma proposta de aumento salarial, tinha recebido um convite para fazer o mestrado na Universidade que havia feito o estágio. Estava bem encaminhado, mas que, diante dessa experiência, Deus me pedia para renunciar a tudo e, mesmo cego, olhar para Ele e seguir em frente sem olhar para trás. Louvado seja Deus!
Hoje, estou na Canção Nova, como missionário consagrado. Como um homem casado, mas como um filho amado por Deus. Doando a minha vida pela evangelização. Olho para mim e me vejo como um improvável. Alguém que foi tocado pela graça de Deus e que está lutando para responder a esse amor de Deus que me chamou. Sou um incapacitado, mas que, pela graça de Deus e pela ação do Carisma Canção Nova, estou nesse caminho de capacitação, para que Deus possa fazer uma obra nova em mim e através de mim.
Não sei quem lê esse texto ou o que pode estar vivendo vocacionalmente. Mas acredito que, mesmo estando enxergando pouco à sua frente ou com os medos de dar a vida pra Deus, posso lhe dizer que Deus é capaz de “fazer novas todas as coisas”. Não tenha medo de dizer sim a Deus. Saiba que o caminho é Jesus. E esse é o melhor de Deus pra você.
Veja na imagem abaixo como fazer e comece agora!
“Cumpri vossa tarefa antes que o tempo (passe) e, no devido tempo, Ele vos dará a recompensa.” (Eclo 51, 38.)
Leandro Barbosa
Comunidade Canção Nova