Dar a vida para salvar almas

Eu disse sim… diga sim também, pois amanhã poderemos estar juntos nesta grande missão de salvar almas, testemunha missionário.

Meu nome é José Aparecido, tenho 36 anos, sou casado e pai de 2 filhos. Natural de Curitiba-PR. Sou membro da Comunidade Canção Nova desde 2012. Hoje faço parte da casa de missão que temos aqui em Curitiba.

Venho de uma família muito simples. Sou o caçula lá de casa, tenho apenas mais um irmão que é 4 anos mais velho que eu. Minha história é marcada por momentos difíceis que vivi, e muito na minha infância, pois meu pai é alcoólatra, e quem conhece ou tem alguém com este vício em casa sabe como é. Perdemos muitas coisas por causa da bebida do meu pai. Chegamos a ficar sem ter onde morar, e nem me lembro quantas vezes não tínhamos o que comer. 

Minha mãe sempre foi muito devota de Nossa Senhora Aparecida, por isso do meu nome. Na hora do parto me consagrou a Nossa Senhora. Minha mãe também é analfabeta, e isso de certa forma me aproximou de Deus desde muito cedo, pois ela sempre nos pedia para ler um salmo para ela antes de dormirmos.

José Aparecido, sua esposa e filhos (Arquivo Pessoal)

Meu Primeiro Encontro Com Jesus.

Quando eu tinha 13 anos, isso em 1997, comecei a ir na missa todos os domingos, pois minha mãe não me deixava sair muito, mas na missa ela deixava, e mesmo quando ela não ia eu ia sozinho. Eu sempre gostei de música, e achava muito legal um instrumento que um menino tocava na missa, é uma timba, instrumento de percussão. Para minha surpresa um menino que estudava na minha sala disse ter me visto na missa, e eu falei que estava indo, e que gostaria um dia de tocar aquele instrumento. 

O menino me disse que tocava na sexta-feira num grupo de oração, e que tinha outro instrumento daquele na igreja, se eu quisesse poderia ir no grupo, pois ele me apresentava e eu podia tocar. Comecei a tocar, foi maravilhoso, porém ainda estava marcado por muitas coisas…não podia ver meu pai na rua, tinha vergonha, pois andava bêbado, caindo, então não conseguia me abrir. Um dia meu amigo faltou no grupo, e fiquei prestando atenção na pregação, meu Deus, aquele homem estava falando comigo. Isso aconteceu em maio de 1997, meu encontro com Jesus, e no mesmo dia meu batismo no Espírito Santo… Vida nova, como se escamas tivessem saído dos meu olhos. Comecei a tratar meu pai com mais amor e ver que ele precisava muito de mim. Comecei a ajudar na catequese e na liturgia.

A Queda

No ano seguinte passei a estudar a noite, com isso vieram muitas coisas, e acabei tendo que parar de participar do grupo de oração. Enfraqueci na fé, não deixei de participar da catequese, nem da liturgia, mas era aquela coisa morna. Então passei a ter uma vida de segunda a sexta-feira e outra sábado e domingo. Durante os dias de aula pulava muros e bebedeiras, nos finais de semana catequese, grupo de jovens e missa.

Em 2001,cheguei bêbado em casa e minha mãe estava me esperando, meu Deus, ela nem imaginava que eu bebia. Depois que saí do banho minha mãe chorando me pediu para olhar para ela, eu pensei que ela tivesse notado, mas não, minha mãe naquele dia me desmontou. Disse: Filho olhe nos meus olhos e me prometa que nunca vai por um gole de álcool na boca. Que vai casar, ser um homem íntegro e nunca vai fazer uma mulher chorar por esse motivo. Que vai ser um bom pai.  Senhor… eu não sabia o que dizer, me desmontei.

A partir daquele dia resolvi que precisava me voltar para Deus de coração. Busquei participar com mais intensidade do grupo de jovens e mudar algumas amizades. Foi neste grupo de jovens que conheci minha esposa, que já foi fruto de uma prece a Deus. Começamos a namorar em janeiro de 2002 e nos casamos dia 02 de setembro de 2006.

O Reencontro

Estava casado, participando da catequese, liturgia e pastoral familiar, tudo muito bom, mas alguma coisa me inquietava. Em julho de 2007 tive o que chamo de reencontro com Jesus. Passando por uma situação que precisava muito de uma resposta de Deus, resolvi fazer um tipo de desafio, e para minha surpresa o que parecia certo não aconteceu. Questionei Deus naquele momento, e a sua resposta foi imediata, que o que Ele queria de mim era que eu alimentasse os seu filhos com algo a mais que o pão, algo que permanecesse, que alimentasse a fome espiritual. Naquele momento me vi chorando igual aquele menino de 13 anos, e sabia o que faltava, era aquela presença do Espírito Santo que eu deixei de lado em minhas orações, aquele jeito de orar diferente.

Neste mesmo ano estava fazendo curso para servir de ministro da Sagrada Comunhão. Um dia trocando de canal, vi que estava passando adoração ao Santíssimo Sacramento. Comentei com minha esposa e começamos a assistir. E ali comecei a perceber que aquele jeito de orar daquele povo era o que eu estava procurando, era o que me faltava. Resolvemos conhecer melhor.  

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Dar a vida para salvar almas

A providência nos permitiu que em 2008 pudéssemos conhecer Cachoeira Paulista, em Julho, no PHN de 10 anos. Não tinha mais dúvidas, era aquilo mesmo. Sanguíneo que sou, saí dali querendo vender tudo, casa, o fusca que tínhamos e ir morar com aquele povo. Dar a vida para salvar almas. Escrevemos uma carta para o vocacional de Cachoeira Paulista que nos encaminhou para a casa de missão de Curitiba, pois eu ainda não sabia que tinha casa de missão aqui. 

Em Janeiro de 2009 fomos atendidos, e ali que conheci o que era o modo de vida do Segundo Elo (na época chamado de Comunidade Aliança). Um jeito de viver o carisma e servir a Deus aqui, no lugar onde eu morava. Um jeito de viver inserido no meio do povo, no meu ambiente de trabalho, sendo um missionário onde os membros do Núcleo (Comunidade Vida) não poderiam estar. Obrigado Senhor!

Deus te chama a dar um passo a mais

Em 2010 e 2011 fizemos nosso caminho vocacional e em 2012 fizemos nosso primeiro compromisso com a Comunidade, e nunca mais senti aquele vazio, pois estou onde Deus me queria.

Um dia Deus usou de uma adoração para me chamar, prendeu o meu olhar e nunca mais fui o mesmo. Talvez hoje existe algo que te inquiete aí dentro, e você não sabe o que é. Pode ser Deus te chamando a dar um passo a mais. Pois eu acreditava estar bem onde estava, mas ainda existia um vazio.

Hoje pode ser Deus te chamando a dar um alimento que não se acaba. Pode ser Deus te chamando a ser diferente onde você está. Eu disse sim…diga sim também, pois amanhã poderemos estar juntos nesta grande missão de salvar almas. Te encontro em uma Eucaristia e oro pela sua vocação.

 

José Aparecido Rodrigues de França

Comunidade Canção Nova

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