Na Igreja, a religiosidade popular é um alimento fecundo para nossa fé. Neste fim de semana vimos duas grandes manifestações de fé popular no Brasil: A festa de Nossa Senhora Aparecida e o Círio de Nazaré em Belém.

O culto aos santos, com as diversas religiosidades e devoções populares é muito salutar para a fé da Igreja. Hoje é algo quase indispensável e inseparável da espiritualidade do povo e das comunidades eclesiais. Por isso, não podemos ferir estas manifestações religiosas culturais de nosso povo.

Mas tem de se purificar as atitudes, que por vezes, levam a uma compreensão errada do culto aos santos, conduzindo a sincretismos, superstições, uma atribuição de “poderes mágicos” aos santos entre outras práticas.

Precisamos buscar uma justa medida nesta conscientização para corrigir erros e abusos mediante uma boa catequese. Pois, não se pode deixar o fiel viver erroneamente suas práticas religiosas. Mas também não podemos ser agressivos a fé do povo e a sua relação com a Igreja pelo culto dos santos.

É preciso bom senso, devemos conscientizar o nosso povo sem esvaziar ou ferir a sua religiosidade. Porque a piedade popular alimenta nossa fé.

Forte abraço,

Até a próxima!

Ademir Costa

Depois de fazer esta linda experiência de alcançar o cume e contemplar Deus na beleza da criação, é preciso descer da montanha. O meu lugar é o Céu, mas ainda habito este mundo terreno.

Não podíamos descer muito tarde para não anoitecer. Foram mais três horas e meia de descida. A história que “para baixo todo santo ajuda”, não tem nada de verdade em uma descida de uma montanha de mais de 2400 metros.

Saímos do Pico às 13h00. A descida exigiu muito esforço físico, muito cuidado para não escorregar e cair nas pedras. Exigiu muito dos braços, das costas, das pernas e principalmente dos joelhos. Resumindo: “Já estávamos cansados da subida, imagine como estávamos na descida”.

Chegamos a base às 16h30. Missão cumprida, sonho realizado, muitas histórias para partilhar, muitas lições que levarei para minha vida espiritual das quais algumas partilho aqui:

  • É preciso seguir as sinalizações, nunca sair da trilha: Em todo o caminho existem referências chamadas “totens” que conduz a pessoa ao cume por um caminho seguro. Por isso, é importante nunca sair da trilha. Sempre existirá a tentação da auto-suficiência humana de seguir o próprio caminho: “Vimos pessoas subindo pelo caminho errado, não seguindo os “totens”, provavelmente estes não chegaram ao cume”. A lição: Eu preciso ter referências e nunca sair da trilha que a Igreja vem traçando a dois mil anos, caminho seguro que me levará ao Cume.
  • Saber onde pisar para não contundir-se. Sempre em nossa vida devemos saber onde estamos pisamos para cair nos erros da vida que nos machucam e pode fazer-nos desistir da caminhada.
  • Caminho lindo, mas difícil: A escalada – subida e descida – é linda e extasiante, mas não é fácil. É um longo caminho, cheio de pedras, barreiras, muitas escaladas, alguns escorregões e quedas. Assim é minha caminhada humana e espiritual rumo ao Céu. Sempre cheio de obstáculos, lutas, escorregões e quedas. Mas um constante erguer-se e seguir em frente.
  • Ascese: Exigiu-se muito esforço físico, foi necessário ter um bom condicionamento físico para aguentar as subidas e descidas. Assim, também acontece com minha espiritualidade, necessito de muita “ascese espiritual” para manter-se firme na caminhada, pois terei altos e baixos na minha humanidade e espiritualidade. Será preciso esforço humano e espiritual para alcançar o Alto. Por isso, treinar e exercitar-se humanamente e espiritualmente para aguentar os “trancos” da vida.
  • Não se alcança o cume sozinho, será preciso a ajuda de um guia (diretor espiritual), a ajuda dos irmãos (vida fraterna), e principalmente da graça de Deus.
  • Se alimentar e se hidratar bem para não passar mal na escalada. A subida exige muito fisicamente e consome muita energia. Por isso, foi importante sempre estar tomando água e comendo algum alimento leve. Mas sem exageros. Assim, também devemos sempre alimentar e hidratar a nossa alma com os Sacramentos e com nossa vida de oração. Sem isso é impossível alcançar o Cume da espiritualidade – o Reino de Deus.
  • O necessário descanso: precisamos parar algumas vezes na subida e na descida para descansar o corpo. Em nossa vida sempre serão necessárias paradas para descanso e retiros – necessidade fisiológica, humana e espiritual. Serão necessárias paradas – dia de descanso, férias, retiros – para com o corpo e alma são alcancemos a meta, a salvação.
  • É preciso descer da montanha: Assim como Moisés, Elias, São Francisco de Assis, nosso Senhor Jesus. Precisamos descer da montanha para manifestar aquilo que Deus falou ao meu coração. Devo, todos os dias, subir a montanha da minha intimidade com Deus. Mas descer para testemunhar e descrever a vivência daquilo que vivi no cume: “Eu vi o Senhor.”

Concluo a partilha desta maravilhosa experiência de vida, agradecendo aos amigos que tiveram comigo neste momento especial: Sargento Nilton, Edilberto, Gilmar, Joaquim, Cícero, Diego, Daniel e Paulo Martins.

Forte abraço,

Até a próxima!

Ademir Costa CN

10. dezembro 2012 · Write a comment · Categories: Ano da Fé · Tags:

Neste Hosana Brasil tive a oportunidade de presenciar a fé simples de um povo simples. Algo que me fez refletir e me questionar sobre a minha fé. Penso, que muitas vezes, com a desculpa de ter uma fé amadurecida tenho tido uma “fé orgulhosa e estéril”.

Por vezes, nós que estudamos teologia queremos complicar a fé do povo de Deus com teorias, pensamentos e palavras difíceis. A verdadeira teologia vem para simplificar o entendimento da fé de um povo simples.

Por isso, a começar em mim não devo formular teorias tolas que ao invés de esclarecer, complica a fé e até causa divisões entre os irmãos. Isso é estupidez e tolice. Deus é simples!

Eu respeito demais àqueles que tem uma fé intelectualizada, mas prefiro ter uma fé simples como a de São Francisco de Assis e Madre Teresa de Calcutá, uma teologia da Vida. Eu fico com estes…

Eu levo muito à sério o estudo da teologia, quero ser um padre muito bem formado, por isso me empenho muito nos estudos, não somente para tirar excelentes notas, mas em aprender com profundidade tudo o que é ensinado na Teologia. Eu estudo e leio pra caramba, não estou diminuindo a importância da Teologia… Mas que eu não me perca em debates teológicos, mas sim lute na rivalidade do amor.

Que toda teologia que aprendo não seja somente fonte de conhecimento intelectual, preciso saber transformá-la em espiritualidade que me conduza a uma fé simples, como daquele povo simples que vi aqui na Canção Nova neste fim de semana.

“Senhor dá-me uma fé viva, dá-me uma fé nova, traduzida em vida, testemunhada no amor pelos irmãos.” Amém!

Forte abraço!

Ademir Costa

19. outubro 2012 · Write a comment · Categories: Igreja · Tags: ,

“A fé e a razão (fides et ratio) constituem como que as duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da verdade.” (Papa João Paulo II, Encíclica Fides et Ratio)

Em um primeiro momento mediante o nosso Encontro Pessoal, somos imersos na graça de Deus, realmente experimentamos um pedaço do Céu aqui na terra. Nossa experiência religiosa deve estar alicerçada na fé, mas precisamos dar razão a nossa fé. Ninguém é anjo para viver na terra como já estivesse no Céu. Esta é uma fé imatura.

Passando a primeira fase do nosso “Encontro Pessoal”, vem o momento de colocar os pés no chão. Agora é preciso colocar os fundamentos em nossa fé mediante razão. Dar razão a nossa fé. é preciso entender que estudar a nossa doutrina, catequese e a teologia não tira de nós a graça de Deus. Muito pelo contrário, como é Deus que ilumina nossa razão, teremos uma fé muito mais profunda…

Muitos deixam a Igreja por viver uma fé alienada, só buscando uma espiritualidade da emoção, do sentimento, dos êxtases, dos gozos espirituais. Uma fé da emoção é vazia.

Também temos que ter cuidado com o outro extremo, vivendo somente pela razão. A razão não vai a lugar nenhum se não for conduzida pela fé. Não é possível um passarinho voar somente com uma asa, por isso a fé e a razão são estas asas que nos eleva a contemplação da verdade.

Caríssimos, a fé só será vencedora caminhando com a razão, e a razão só será vencedora quando andar junto com a fé… Aqui ambas são vencedoras em alicerçar uma sólida e verdadeira dimensão religiosa no homem.

Até a próxima,

Ademir Costa

10. abril 2012 · Write a comment · Categories: Sem categoria · Tags: ,

“Jesus disse à multidão: “O Reino de Deus é como quando alguém espalha a semente na terra. Ele vai dormir e acorda, noite e dia, e a semente vai germinando e crescendo, mas ele não sabe como isso acontece.
A terra, por si mesma, produz o fruto: primeiro aparecem as folhas, depois vem a espiga e, por fim, os grãos que enchem a espiga. Quando as espigas estão maduras, o homem mete logo a foice, porque o tempo da colheita chegou”.(Mc. 4, 26-29)

Para que o Reino de Deus cresça em nossa alma é preciso cultivar esta semente sendo um terreno fértil. Quer dizer aberto a vivência da Palavra que é semeada em nosso coração. É necessário simplesmente ter esta abertura de coração, porque a Natureza Divina se encarrega de fazer germinar e crescer os seus frutos em nós.

Que neste tempo pascal, eu seja terreno fértil para que esta semente divina produza frutos de salvação em minha vida.

Forte abraço!

Até a Próxima…

Ademir Costa

A coluna que sustenta minha vida é Jesus Cristo. A exemplo de uma “ponte estaiada”, como da foto acima, que é sustentada por uma única viga que mantêm toda a estrutura firme e segura. Assim é Cristo em minha vida.

Vemos no mundo muitas pessoas sem sentido existencial. Para preencher este vazio, fazem como colunas de suas vidas, o materialismo e a busca do prazer. Viver assim, é alicerçar a vida em uma falsa coluna, porque é perecível e passageira. Esta coluna tem prazo de validade, conforme a idade da pessoa vai passando, mais esta coluna vai se desmoronando, e o desespero começa a tomar conta de quem vive assim.

Por isso, vemos tantos idosos e idosas querendo viver como fosse adolescentes. Infelizmente não tem como enganar a vida. O tempo passa. E triste daqueles que põe sua confiança somente nas coisas deste mundo. Este é o motivo de tantos idosos viver em depressão, por não ter sua esperança em Deus, na vida eterna, perdem-se na falta de esperança na vida.

Deus é uma coluna imperecível, alicerçar a vida em Deus é alicerçar a vida na eternidade. Por isso,  Deus é a coluna a sustentar toda minha vida.

05. janeiro 2012 · Write a comment · Categories: Sem categoria · Tags: ,

“Quando Jesus se aproximava de Jericó, um cego estava sentado à beira do caminho, pedindo esmolas. (…) Então o cego gritou: “Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim!” (…) Jesus parou e mandou que levassem o cego até ele. Quando o cego chegou perto, Jesus perguntou: “Que queres que eu faça por ti?” O cego respondeu: “Senhor, eu quero enxergar de novo”.  Jesus disse: “Enxerga, pois, de novo. A tua fé te salvou”. (Lc. 18, 35-42)

Rezando com este Evangelho, salta-me os olhos a atitude deste cego, que estava a “beira do Caminho” mendigando. Fiquei pensando comigo, quantas pessoas estão a beira do caminho, entregue a depressão, a solidão, as doenças,  vivos em corpo, mas mortos na alma, sem sentido para continuar a viver.

Talvez, este cego passou por todas estas situações, porém percebendo que Jesus passava por ali, ele reagiu. Numa atitude de fé gritou: “Jesus Filho de Davi, tende de piedade de mim!”

Meu irmãos, neste momento de vazios, de dores físicas, de falta de sentido existencial, de sofrimento… devemos reagir!  Não podemos ficar como mortos a beira do caminho. Jesus está passando, Ele está no meio de nós. Grite ao Senhor sem medo, mesmo que as pessoas queiram te calar, grite, grite: “Jesus Filho de Davi tende de piedade de mim.”

Não grite para as pessoas erradas, nos lugares errados, nas seitas aproveitadoras, mas grite ao Senhor com fé. Somente Ele pode te curar, pode te libertar.

O Evangelho pode acontece na sua vida hoje, pois isso peça: “Jesus Filho de Davi tende de Piedade de mim.”

14. dezembro 2011 · Write a comment · Categories: Sem categoria · Tags:

Os apóstolos disseram ao Senhor: “Aumenta a nossa fé!”O Senhor respondeu: “Se vós tivésseis fé, mesmo pequena como um grão de mostarda, poderíeis dizer a esta amoreira: ‘Arranca-te daqui e planta-te no mar’, e ela vos obedeceria”.(Lc. 17,5-6)

Meus irmãos, muitos de nós vivemos uma fé contaminada pelo materialismo e o imediatismo que domina o mundo. Não pedimos o essencial, não sabemos rezar. Temos uma fé de prosperidade terrena. Pedimos coisas materiais e passageiras. Por fim, esta é uma “fé superficial”, uma fé errada. A nossa fé deve pedir a salvação, a vida eterna, o resto é acréscimo.

Muitos ainda vivem obcecados por curas, libertações, milagres, pródigios. Deus faz milagres, curas, libertações, porém isto tem que fazer bortar em nós frutos de conversão. Muitos dessas pessoas que são curadas, libertas ou recebem milagres tem uma fé superficial. Ao passar o calor do momento, abandona o Senhor e volta a antiga vida. Cadê o frutos de salvação destas curas, destas “libertações”, destes milagres?

Os sinais podem despertar a fé, mas se não trazer um fruto de conversão e salvação é mera prosperidade humana para este mundo passageiro, uma falta de respeito e temor a Deus.

Por isso, te peço meu Senhor: Dai-me uma fé viva, do tamanho do grão de mostarda, mas que me leve ao Ceú.  Amém!

14. novembro 2011 · Write a comment · Categories: Sem categoria · Tags: , , ,

Deus não fica vendo e acusando nossas derrotas. Mas vê nossa garra, nossa luta, nosso levantar. Deus é nossa vitória. “Em Cristo somos mais que vencedores.”(Rm.8,37)

Assistindo a final do Camp. Paulista de basquete em SJCampos presenciei uma cena incrível. O time derrotado foi aclamado como vitorioso pela garra, empenho e luta demonstrado dentro da quadra. O time da casa estava perdendo por 16 pontos, mas não desistiu com garra, tirou a enorme diferença e passou a frente, mas por vacilo perdeu no finalzinho. A torcida reconheceu a luta de seus guerreiros. Lembrei-me do Filme épico 300.

Irmãos, assim também deve ser conosco. Talvez, estejamos derrotados pelas nossos pecados e fraquezas, mas o jogo não acabou, precisamos ser guerreiros, não podemos entregar os pontos. Precisamos ter coragem e reagir. Ainda é possível, porque para Deus nada é impossível.  Amém!

Forte abraço a todos

Não podemos ficar em cima do muro quanto a nossa fé. É preciso convição, porque nossa Igreja tem uma história, doutrina, catecismo etc. Por isso é incabível ficar em cima do muro com opiniões contrárias a nossa fé.

Precisamos ser pessoas firmes, precisamos conhecer nossa doutrina, nosso catecismo, para não ficarmos confusos quando as pessoas questionarem nossa Igreja.

Se você acha difícil a leitura do Catecismo e Documentos de nossa Igreja tem vários sites e programas que podem te ajudar. Como é o programa Escola da Fé do Professor Felipe Aquino na TV Canção Nova.

Somente não podemos ficar em cima do muro com uma fé morna. Os mornos serão vomitados.

No Evangelho deste domingo, tivemos em destaque a figura de São Tomé, do qual muitos criticam sua falta de fé…

Porém, todos nós temos uma fé como a dele ou menor…

“A fé é a certeza daquilo que ainda se espera, a demonstração de realidades que não se vêem.”(Hb.11,1) Porém, muitos só acreditam em Deus quando vê sinais, pródigios e milagres. Nossa fé é Cristo…

O povo Hebreu recebia grandes sinais de Deus, porém logo se acostumavam e colocava-se a pecar e a murmurar contra Deus.

Assim também somos nós, mesmo vendo grandes sinais, curas e milagres, continuamos a viver uma vida mesquinha, muitas vezes dúbia e indigna do Senhor.

O que cabe a nós é rezar com a música do Eugênio Jorge: “Daí-nos uma fé viva, uma fé nova, traduzida em vida, testemunhada no amor pelos irmãos…”

Meu Senhor e meu Deus eu creio…Mas aumenta a minha fé.